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Artigos

 
  • A democracia, antídoto do terrorismo

    Jornal do Commercio (RJ), em 23/11/2007

    O mundo islâmico acaba de realizar em Tunis uma conferência inédita pelo seu vulto e suas interrogações quanto ao terrorismo contemporâneo, na ameaça ainda mal pressentida que impõe as noções convencionais de paz, ordem internacional ou vigência das instituições. De logo se definiu a visão de que os homens-bomba de agora ou os massacres repentinos, ou a selvageria da destruição sem volta, exorbitam da ação de grupos e vão hoje muito para além da Al-Qaeda. O horror é que não há um terrorismo oficial com que se poderiam negociar tréguas ou formas de detecção, na esteira das guerras frias, ou do jogo respectivo, dos preços a pagar pelo seu desarme.

  • Jornalismo e literatura: inquieta, mas fértil,convivência

    Correio Braziliense (DF), em 23/11/2007

    O Salão Nacional do Jornalista Escritor, criado pela Associação Brasileira de Imprensa (e tocado pelo vice-presidente, o lendário Audálio Dantas), foi um êxito. Centenas de pessoas, em sua maioria estudantes universitários, compareceram no último fim de semana ao auditório do Memorial da América Latina, em São Paulo, em cujo palco sucederam-se nomes famosos no jornalismo e na literatura em nosso país: Luis Fernando Verissimo, Ruy Castro, Fernando Morais, Heródoto Barbeiro, Ricardo Kotscho, José Mindlin, Jaguar, Alberto Dines, Moacir Japiassu, Manuel Carlos Chaparro, Carlos Heitor Cony, José Nêumanne Pinto, Fernando Portela, Audálio Dantas, Mauro Santayana, Zuenir Ventura, Eric Nepomuceno, Antonio Torres, Flavio Tavares, Ziraldo, Ignácio de Loyola Brandão, José Hamilton Ribeiro, Mylton Severiano, Juca Kfouri, Caco Barcelos, Domingos Meirelles, Eliane Brum, Mino Carta... Lá estive também, e tentei não fazer feio.

  • Quantas penas tem o peru

    Folha de S. Paulo (SP), em 22/11/2007

    Já confessei diversas vezes que nunca soube com quantos paus se faz uma canoa. Entre outras, é uma das minhas ignorâncias fundamentais. Nunca me preocupei com isso, ignoro compactamente qualquer tipo de construção naval, uma jangada ou um imenso navio de cruzeiro. Para mim são indiferentes, não sei nem pretendo aprender a fazê-los.

  • Caminho do perdão

    Extra (RJ), em 21/11/2007

    Quando escrevi “O diário de um mago”, não podia imaginar o sucesso que o livro ia fazer e coloquei o nome verdadeiro das pessoas que conheci ao longo do Caminho de Santiago. Tempos atrás, voltei a San Jean Pied-de-Port, onde vive Mme. Debrill, uma das personagens. Sabia que leitores brasileiros e holandeses a procuravam – e os detalhes que contei eram íntimos.

  • Escritores jornalistas

    Folha de S. Paulo (SP), em 20/11/2007

    RIO DE JANEIRO - A Associação Brasileira de Imprensa iniciou as comemorações de seu centenário, e o Audálio Dantas, vice-presidente da entidade, realizou com sucesso o 1º Salão do Jornalista Escritor, no Memorial da América Latina, aí em São Paulo. De certa forma, todos os escritores se consideram jornalistas -eventualmente escrevem em jornais ou revistas, são membros de associações da classe e dos sindicatos.

  • Uma questão de consciência

    Zero Hora (RS), em 20/11/2007

    A Assembléia Legislativa do RS teve um presidente, Carlos Santos, que era um grande deputado e que era negro. Como presidente da Assembléia, tinha direito a segurança: um brigadiano acompanhava-o sempre. Conta-se que um dia de manhã, muito cedo, Carlos Santos precisou registrar uma ocorrência na delegacia próxima à sua casa. Para lá se dirigiu, sempre escoltado pelo policial. Quando entrou, o delegado, que estava sentado à mesa, semi-adormecido, abriu os olhos e, não reconhecendo o deputado, resmungou: "Pô, negão, a essa hora da manhã tu já estás criando confusão!"

  • Miguel Torga, a voz do chão

    Tribuna da Imprensa (RJ), em 20/11/2007

    Este foi o título dado ao escritor português Miguel Torga (1907-1995), cujo centenário de nascimento estamos comemorando. Disseram-no intérprete do próprio chão em que nascera. Mas Torga teve também uma forte influência brasileira, pois viveu em Leopoldina, Zona da Mata mineira, dos 12 aos 18 anos, e ali escreveu os primeiros poemas, inspirados em Casimiro de Abreu.

  • A vida e o futuro

    Extra (RJ), em 20/11/2007

    Use sua imaginação. Pense em como será sua vida daqui a dez anos, se você continuar no rumo que está. Imagine um dia qualquer de 2017. Pense na casa, no trabalho, no relacionamento. Imagine os amigos que estarão a sua volta. Quando acabar o exercício, responda: sentiu aflição ou entusiasmo? Viu um futuro de verdadeiras conquistas sobre si mesmo ou só uma repetição do presente? Lembre-se: isso foi mais do que um exercício. Foi uma projeção de onde suas atitudes e ações podem o levar. Se existe alguma coisa que você quer mudar em 2017, comece agora.

  • Protesto fálico

    Folha de S. Paulo (SP), em 19/11/2007

    Constrangimento no chá de cozinha de Raffaela Bassi, noiva de Felipe Massa: a humorista Yonara Nascimento, contratada para animar a festa, mostrou um chocolate em formato de pênis durante a primeira das três esquetes programadas. Ao se trocar para a segunda, foi avisada de que não precisaria mais voltar.

  • Velho populismo, nova democracia

    Jornal do Commercio (RJ), em 19/11/2007

    Instintivamente, Chávez começa o recuo no projeto de forçar, num tsunami, a desfiguração das instituições democráticas básicas na Venezuela. É freio sobre a propalada revolução bolivariana, cada vez mais a confundir, hoje, a necessária mudança do status quo, com a garantia básica da liberdade, em qualquer sistema político e, à fortiori, do que levou o seu herói à derrubada do Império espanhol. A vaga, toda, do Presidente venezuelano é de transformar cada vez mais o princípio da representação em plebiscitário, e subordinar a noção política ao choque elétrico continuado da dita “voz do povo” em consultas sem fim.

  • Rui em Haia, cem anos

    O Estado de S. Paulo (SP), em 18/11/2007

    A II Conferência de Paz de Haia realizou-se de junho a outubro de 1907. Foi o primeiro grande ensaio da diplomacia multilateral do século 20. Dela participaram 44 países. Entre eles o Brasil, cuja delegação foi chefiada por Rui Barbosa. Em Haia, buscou-se a afirmação do papel positivo da paz na vida internacional. Um dos seus frutos foi a Convenção para a Solução Pacífica dos Conflitos Internacionais, codificadora das normas que regem os bons ofícios, a mediação, as Comissões Internacionais de Inquérito e a Arbitragem Internacional.

  • Fim da turnê

    O Globo (RJ), em 18/11/2007

    Está quase na hora de pegar o avião e, portanto, escrevo ainda de Berlim. Mas, por via das dúvidas, confiro na janela. Sim, lá embaixo estão as boas e velhas Windscheidstrasse e Kantstrasse - é Berlim, sim. Pode parecer maluquice, e talvez seja mesmo, o sujeito não saber bem em que cidade, ou mesmo país, está. Comigo, que sofro de acentuado cretinismo topográfico, é comuníssimo. Fizeram-me circular também por Bruxelas e outros lugares, de maneira que a confusão é natural para mim. Agora tudo me parece um redemoinho de mesas-redondas, palestras, reuniões e entrevistas, nas quais espero não ter envergonhado o Brasil, mas prefiro não procurar opiniões, é mais seguro. De qualquer forma, apresso-me a esclarecer que não viajei às custas do governo ou de qualquer entidade brasileira, fato que não mencionei antes, mas é sempre prudente lembrar. Como à maioria dos leitores, o governo não me dá nada, apesar de todo ano abocanhar uns quatro ou cinco meses dos caraminguás que, nesta vida airada de escritor, ainda consigo catar. E boto as mãos para o céu por não nos cobrarem taxa de respiração, que poderá surgir no futuro e cuja inadimplência talvez venha a ser punida com a instalação de um prendedor de roupas sobre as narinas do infeliz caloteiro, depois de decisão emanada do Ministério da Respiração, a ser criado quando não houver mais empregos para o Nosso Guia dadivar aos companheiros, ou seja, enquanto a vida de todos os componentes da famosa base aliada não estiver arrumada, principal objetivo e finalidade do governo. E a Zelite, por mais que eu reclame, tampouco jamais me deu um vintém furado, é um descalabro.

  • Porque amamos os homens II

    Revista O Globo (RJ), em 18/11/2007

    Desde que publiquei a coluna da semana passada, baseada em uma pesquisa que fiz sobre as razões pelas quais as mulheres nos amam, recebi uma quantidade enorme de comentários (a favor e contra o texto). Decidi, portanto usar mais duas colunas para escutar o que outras mulheres têm a dizer a respeito. Kristen, uma leitora, afirma que não sabemos absolutamente nada a respeito da natureza feminina, e elabora a lista a seguir:

  • Vencendo a dislexia

    Zero Hora (RS), em 17/11/2007

    Um dos episódios mais tocantes deste brilhante e discutido filme que é Tropa de Elite mostra o aspirante Matias diagnosticando o problema de um menino do morro que tem dificuldades de acompanhar as aulas: trata-se de miopia, e o garoto precisa de óculos para continuar freqüentando a escola. A tentativa de ajudá-lo acaba custando a vida do também aspirante Neto, morto por traficantes quando vai entregar os óculos à ONG que tenta fazer alguma coisa pelos moradores da favela. De qualquer modo, Matias, que também é de origem humilde, mostrou a sensibilidade e até a sabedoria que muitas vezes são necessárias para identificar uma situação que não raro funciona como estigma, como veredicto. O normal seria atribuir o problema escolar do garoto a algo como uma "condição inferior", o mesmo raciocínio feito pelo cientista James Watson quando, há poucas semanas, declarou que os negros são congenitamente menos inteligentes do que os brancos. Mas isso é uma coisa injusta - e burra. Nas últimas décadas, tem-se mostrado que o atraso escolar, muitas vezes, está ligado a problemas psicológicos e até orgânicos. Não por outra razão a Organização Mundial da Saúde incluiu, em 1992, na Classificação Internacional de Doenças, os transtornos de aprendizagem, que incluem problemas com a leitura, com o raciocínio matemático e com a expressão escrita. A causa desses transtornos ainda não foi completamente esclarecida. Provavelmente, vários fatores, biológicos, psicológicos e sociais estão presentes. Como exemplo de fatores biológicos temos o déficit de audição - muitas crianças não aprendem porque não ouvem bem - e de visão, como mostrou o filme.