Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos > Artigos

Artigos

 
  • Os velhos comunistas

    O Globo (RJ), em 20/10/2007

    Este 25 de outubro marca o nonagésimo aniversário da Revolução Russa de 1917. Uma data que certamente será evocada em todo o mundo: a Revolução de Outubro, como ficou conhecida (ainda que pelo antigo calendário russo tivesse ocorrido em novembro) marcou o século XX.

  • Perdão

    Extra (RJ), em 20/10/2007

    Chu Lai era agredido por um guarda que não acreditava em nada do que ele dizia. Entretanto, a mulher do guarda era seguidora de Chu Lai e exigiu que seu marido fosse pedir perdão ao sábio. Contrariado, o guarda foi até o mestre e murmurou suas desculpas. “Eu não o perdôo. Volte ao trabalho”, disse Chu Lai. A mulher ficou horrorizada: “Meu marido se humilhou, e o senhor, que se diz sábio, não foi generoso”. “Se ele não está arrependido, é melhor reconhecer que tem raiva de mim. Aceitar seu perdão criaria uma falsa situação de harmonia e isso aumentaria ainda mais a raiva dele”, explicou o mestre.

  • Paulo Autran

    Folha de S. Paulo (SP), em 19/10/2007

    SÃO LUÍS do Maranhão, uma das cidades mais antigas do país e onde está preservado o maior conjunto da arquitetura colonial portuguesa, tinha no teatro uma devoção cultural. Basta dizer que a igreja de Nossa Senhora da Luz foi inaugurada, em 1617, com uma representação teatral, diálogos compostos pelo padre Luís Figueira, um dos mártires jesuítas da evangelização da Amazônia.

  • Aprendiz feliz

    Jornal do Commercio (PE), em 19/10/2007

    O Brasil ainda sofre críticas internacionais em virtude da complacência com relação ao trabalho infantil. São inúmeros os exemplos de transgressão ao Estatuto da Criança e do Adolescente, que proíbe menores de exercer atividades reservadas aos adultos, com um pormenor que agrava a situação: em muitos casos são exercícios poluentes, como é registrado nas minas de carvão, sobretudo no Nordeste do país. Não há pulmão que saia ileso dessa prática.

  • Árvores e humildades

    Extra (RJ), em 19/10/2007

    Um mestre budista viajava a pé acompanhado pelos seus discípulos, quando reparou que eles discutiam entre si quem era o maior deles. “Pratico meditação há 15 anos”, disse um deles. “Faço caridade desde que saí da casa de meus pais”, falou outro. “Sempre segui os bons ensinamentos de Buda”, contou um terceiro discípulo. Ao meio-dia, todos juntos pararam debaixo de uma macieira para descansar por um tempo. Os galhos estavam carregados e vergavam até o chão com o peso das frutas que já pareciam maduras. Então o mestre falou: “Quando uma árvore está carregada de frutos, seus ramos se abaixam e tocam o chão. Desta maneira, o verdadeiro sábio é aquele que é humilde e age como se fosse uma árvore. Quando uma árvore não tem os seus frutos, seus ramos são arrogantes e altivos, mas ela está vazia nesse momento. Desta maneira, o tolo sempre se crê maior que seu próximo”.

  • Tempo de paradas

    Folha de S. Paulo (SP), em 18/10/2007

    RIO DE JANEIRO - Simultâneas, com vários significados e diferentes interpretações, o Rio teve no último domingo as paradas gay e a da vaca, esta última em sua versão erudita, "cow parade", combinando com o "gay", que me parece já estar dicionarizado como palavra nacionalizada e indolor aos ouvidos dos puristas mais radicais da nossa língua.

  • Deus está em tudo

    Extra (RJ), em 18/10/2007

    No Bragavad-Gita, o guerreiro Arjuna pergunta ao Senhor Iluminado: “Quem és?”. Em vez de responder “Sou isso”, Krishna fala das coisas do mundo. Arjuna passa a ver a face de Deus em tudo que o cerca. E nós? Embora criados à imagem e semelhança do Altíssimo, tentamos nos fechar num bloco de coerências, certezas, opiniões. Não entendemos que estamos nas flores, nas montanhas, nas coisas que vemos em nosso caminho. Esquecemos que o sangue dos antepassados corre em nossas veias. Raramente pensamos que viemos de um mistério, o nascimento, e caminhamos para outro, a morte.

  • Agora, às tropas de Chávez

    Jornal do Commercio (RJ), em 18/10/2007

    Chávez acaba de anunciar o apoio militar, incontinente, a Morales caso se desfeche a ofensiva do status quo boliviano contra o Presidente. O quadro de tensão só se fez agravar nestes últimos meses no país andino, entre as forças nacionalistas, hoje, no governo e a resistência das áreas mais ricas do país, em volta de Santa Cruz, no modelo mais clássico do neoliberalismo. O fantasma desde a vitória de Morales, era o do possível racha, de fato, da Bolívia com a criação do Estado do Oriente, deixando o Altiplano e a nação indígena do possível país aymara.

  • Situações difíceis

    Extra (RJ), em 17/10/2007

    Certas vezes, temos que arregaças as mangas e resolver uma situação difícil. Nesses casos, nada pior do que adiar. É melhor resolver logo. Quando eu tinha 10 anos, minha mãe me obrigou a fazer um curso de educação física. Um dos exercícios era pular de um píer para a água. Eu morria de medo. Ficava no último lugar da fila e sofria com cada menino que pulava na minha frente, porque logo chegaria a minha hora. Até que, um dia, para impressionar uma menina, resolvi ser o primeiro a pular. Tive o mesmo medo, mas acabou tão rápido que eu passei a ter coragem.

  • A alegria de viver

    Tribuna da Imprensa (RJ), em 16/10/2007

    A presença de J. J. Veiga na literatura brasileira foi de uma espantosa limpidez. Tendo com toda a justiça e verdade sido classificado como surrealista (é aceitável dizer-se que o único outro escritor nosso capaz de merecer esse adjetivo seja o Jorge de Lima de "O anjo") ergueu J. J. Veiga sua obra com a segurança de um sereno dominador da palavra.

  • Aproveitando a confusão

    Folha de S. Paulo (SP), em 16/10/2007

    RIO DE JANEIRO - Velho filme de Jerry Lewis terminava com uma cena caótica, ninguém se entendendo com ninguém, ofensas pra lá e pra cá, gente rolando no chão aos socos e pontapés, garrafas e cadeiras voando. O personagem de Jerry se arrasta até a mocinha que pretende namorar, leva-a para o carro e explica: "De uma confusão sempre se aproveita alguma coisa".

  • A questão da violência: onde, mesmo, está a verdade?

    Zero Hora (RS), em 16/10/2007

    A polêmica em torno ao filme Tropa de Elite está longe de ser um fenômeno isolado. Na semana antes da estréia o apresentador de tevê Luciano Huck, que teve seu Rolex roubado durante um assalto na capital paulista, escreveu para a Folha de S. Paulo um artigo em que, invocando sua condição de cidadão brasileiro honesto e em dia com os impostos, protestava contra a insegurança. Choveram cartas, em sua imensa maioria criticando-o furiosamente: Luciano Huck seria um jovem rico e alienado que finalmente descobrira a realidade brasileira. Esta crítica serviu de tema para um outro artigo, este do escritor Ferréz, originário da periferia, segundo o qual, no final tudo deu certo: o apresentador escapou com vida, o assaltante ganhou um relógio. Como se pode imaginar, o texto por sua vez motivou um dilúvio de correspondência desta vez defendendo Luciano Huck e atacando Ferréz.

  • Para contemplar

    Extra (RJ), em 15/10/2007

    Perto da cidade de Soria, na Espanha, existe uma antiga ermida escavada na rocha, onde vive, há alguns anos, um homem que abandonou tudo para se dedicar à contemplação. Fui procurá-lo numa tarde e o homem me recebeu. Depois de dividir um pedaço de pão, pediu que o acompanhasse até um riacho, para colher alguns cogumelos. No caminho, um jovem se aproximou. “Tenho escutado dizer que, para atingir a iluminação, não devemos comer carne. É verdade?”, disse o jovem. “Aceite com alegria tudo o que a vida oferece”, respondeu o homem.