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Artigos

 
  • A nave em perigo

    Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 31/08/2002

    Já se vão dez anos daquela reunião ecológica, codinome Eco-92, que nos deixou tão vaidosos com a cara limpa e florida do Rio. É verdade que precisou botar canhões do Exército apontando para a favela da Rocinha. Mas como mudou a Rocinha! Hoje já tem a categoria de bairro, um bairro operoso e próspero, que até já exporta moda e modelos para o exterior.

  • Cavaleiros do Apocalipse

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 29/08/2002

    O Apocalipse, último livro do Novo Testamento, é uma obra que há 2 mil anos desafia o conhecimento humano. Revelação do apóstolo João na ilha de Patmos? Compilação de diversos apocalipses que foram transmitidos por relato oral ao longo da Ásia Menor?

  • Formando opiniões

    O GLOBO (Rio de Janeiro - RJ) em, em 25/08/2002

    Como já disse aqui, não gosto de ser chamado de “formador de opinião”. Não me agrada ser um cidadão como outro qualquer que, apenas por escrever uma coluna de jornal, ambiciona mudar a maneira de as pessoas pensarem. E nem creio que consiga isso, pois as opiniões costumam ser consideradas boas se coincidem, ainda que parcialmente, com as de quem é exposto a elas. Quem concorda comigo já concordava antes. Talvez sem perceber, mas concordava. Quem discordava vai continuar a discordar, talvez até com mais veemência.

  • Um pouco de nostalgia

    O Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 24/08/2002

    Afinal, se me dão licença, quem passa dos 90 direito a algum saudosismo. É que, olhando o mar, lembrei dos bons tempos dos navios, quando só se viajava pelas costas do Brasil nos Itas (os decantados Itas do Norte) e também os menos charmosos navios do Loide. Companhia Nacional de Navegação Costeira, chamavam-se oficialmente os Itas. E recebiam todos os barcos da frota esse nome de Ita porque o dono da Companhia se chamava Laje, e laje é pedra, e pedra em tupi é ita. Tinha esse magnata Laje outro motivo de celebridade:

  • Diante de Bertrand Russel

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 21/08/2002

    Com ele me encontrei há 51 anos, quando o filósofo inglês se aproximava dos 80. Foi em Estocolmo, nas vésperas do dia em que Russell recebeu o Prêmio Nobel. Eu fora convidado pelo Comitê Nobel para assistir à entrega, que seria feita a dois escritores: William Faulkner, por 1949, e Russell, por 1950. A cerimônia Nobel ocorre sempre a 10 de dezembro, data da morte de Alfred Nobel, o criador do prêmio.

  • Solução adequada

    Diário do Comércio (São Paulo - SP) em, em 20/08/2002

    O presidente Fernando Henrique Cardoso teve excelente, plausível idéia, reunindo candidatos à presidência da República para uma tomada de conhecimento dos problemas do Estado, nesta fase histórica, em que nos debatemos com uma crise, até há poucos meses inesperada. Os candidatos vão se defrontar com ela, tendo, portanto, que saber ao menos os grandes números, a complexidade dos negócios em andamento nas esferas do Estado, em suma, têm que saber o que se passa.

  • Eleições 2002 e a educação

    O GLOBO (Rio de Janeiro - RJ) em, em 19/08/2002

    Estamos perto das eleições. Quatro candidatos disputam a Presidência da República, num país às voltas com problemas de inquestionável importância como a segurança, o modelo econômico, a saúde, os transportes e, sobretudo, a educação. Não se pode exigir harmonia nas propostas até agora apresentadas. Cada candidato vem de uma escola, tem determinada experiência, e sonha com soluções que podem ou não ser exeqüíveis. Algumas idéias são coincidentes, o que é natural, pois sofremos influências importantes de outras nações, fato que se agravou com a ilusão de que a globalização nos levaria ao melhor dos mundos.

  • Da experiência jurídica à filosofia

    Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 17/08/2002

    Hans Kelsen, nos primórdios de sua Teoria Pura do Direito, ao mesmo tempo que beneficamente alargava o espectro do conceito de norma jurídica, libertando-nos do predomínio absoluto da norma legal, lançava as bases de um normativismo integral que implicava a identidade da Teoria do Direito com a Teoria do Estado, ou, por outras palavras, a redução da atividade política à atividade jurídica. Entendia ele que somente desse modo se alcançaria uma democracia como pura expressão da vontade popular, sem a interferência deformadora do poder governamental, sempre sujeito a contínuos desmandos.

  • Um prato de feijão

    O Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 17/08/2002

    Eu nunca me meti nesse assunto de distribuição de terras, porque imagino que cada caso é um caso, ou, pelo menos, que cada região é uma região. No meu tipo de Nordeste (o Sertão Central do Ceará) não temos ou, então, não tínhamos (agora é assunto nacional) o problema do lavrador que não consegue terra para plantar. Lá as culturas são pequenas; ainda havia alguma fartura nos tempos em que se plantava algodão.

  • Cultura de encomenda

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 14/08/2002

    Desde 1964 têm editoras brasileiras lançado coleções de livros subordinados a temas. Das primeiras foi a de Guimarães Rosa, Otto Lara Resende, Carlos Heitor Cony e outros. Assunto: os sete pecados capitais. De então até hoje outras coleções vieram provar a atração que uma literatura temática exerce sobre grande número de leitores. De repente, surgem contestações: o escritor não deve aceitar encomenda.

  • A tradição tem seu lugar

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 11/08/2002

    O problema é antigo e até foi muito citado, quando houve no Brasil, nos idos de 68, a chamada Reforma Universitária. Criou-se no ensino superior o 1º Ciclo, que seria uma espécie de revisão necessária de conhecimentos indispensáveis, básicos, para que o aluno pudesse se encontrar de forma natural com as lições próprias do ensino superior.

  • Por fora das notícias

    O GLOBO (Rio de Janeiro - RJ) em, em 11/08/2002

    Participei, na qualidade de fedelho recém-saído da adolescência, patrulheiro, intolerante e panfletário destemperado, do tempo em que a palavra “alienado” era das mais usadas para quem quer que falasse em outra coisa que não o imperialismo norte-americano, a existência ou não de uma burguesia nacional e a caracterização da realidade política rural como feudalismo, além de uns poucos assuntos correlacionados. Era difícil endereçar insulto intelectual mais desdenhoso ou mesmo contundente, a ponto de haver gente que saía no tapa depois de ser chamada de alienada. Como a maior parte da turma, no fundo, só pensava de verdade em mulher, alguém acabava não agüentando e falando em mulher mesmo, mas tinha que ser cuidadoso.

  • Alfazema, velhice e mocidade

    Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 10/08/2002

    Todo mundo sabe: já não se namora mais como antigamente. Se a palavra é a mesma, o sentido é outro. Dantes era todo aquele ritual cortês - primeiro os olhares que se encontravam de longe, começando intermitente e furtivo, ia depois ficando mais fixo (na minha longínqua infância esses olhares se chamavam "tirar linha", - lembrai-vos anciãs contemporâneas?) Do olhar se passava ao sorriso, em manobras que poderiam levar horas e até dias consecutivos. Depois era tentar um encontro: passar perto, olhar sem falar, pois a moça quase nunca andava só. Após um infinito de tempo, chegava-se então à abordagem. Por exemplo, o rapaz subia ao estribo do bonde, pedia licença para sentar no banco em que ela vinha. Licença dada, ele enxugava a testa e fazia a declaração. Aceito o dito de amor, começa propriamente o namoro.

  • Política em declínio

    Diário do Comércio (São Paulo - SP) em, em 09/08/2002

    Quem estuda a História do Brasil - ou quem a estudava, em outros tempos, quando era obrigatório o estudo - vê-se diante de um fato notório, o declínio da República, a mediocridade apavorante das instituições e dos homens e mulheres que devem gerir a herança dos antepassados, que no dia 15 de novembro de 1889 prometeram mundos e fundos para o povo brasileiro, ou para os magotes de povo que, sem nada compreenderem, apoiavam gritos esparsos de viva a República.

  • Crise no ar

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 08/08/2002

    Usuário do transporte aéreo, já tive medo dos aviões, mas em tempos idos. Viajando todas as semanas num deles, o hábito e o cansaço venceram o medo.