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Artigos

 
  • Novidades de fim de ano

    O GLOBO (Rio de Janeiro - RJ) em, em 08/12/2002

    Acabou o ano, ficaram poucas novidades para este restinho diante de nós, a principal das quais será a perspectiva da subida ao poder de um novo presidente e uma Câmara de Deputados e um Senado parcialmente renovados. Claro, ainda haverá os fogos de fim de ano, certamente um atentado ou dois e os Estados Unidos talvez não agüentando mais, de tanto se coçar para invadir o Iraque, partam para a guerra, acompanhados dos ingleses. Ouvi em um noticiário que os gastos americanos com armas subiram para a estratosfera, a começar pelo estoque de bombas inteligentes, daquelas em que ouvimos falar desde a primeira guerra do Golfo, que iam cair numa refinaria e, por leve equívoco, explodiam num hospital a cem quilômetros de distância da refinaria. A morte e destruição que virão já causam grande e sagrada alegria em certos círculos.

  • Variações sobre a esperança

    O Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 07/12/2002

    Todo início de novo governo, após as vicissitudes do acirrado debate eleitoral, é tempo de esperança, uma das primordiais emoções do ser humano, ensejando o estudo crítico dos acontecimentos vividos.

  • Presença de Rosa

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 04/12/2002

    Guimarães Rosa morreu há 35 anos (em 19 de novembro de 1967), depois de haver dado, à literatura brasileira, um novo caminho. Nossa ficção jamais foi a mesma depois do lançamento, em 1956, de "Grande sertão: Veredas", que mudara nossa maneira de ver o Brasil. A novidade era tanta que, no começo, houve quem não soubesse o que dizer. Ou escrever. A estranheza de muita gente do ramo perturbava os julgamentos.

  • Os heróis

    O Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 30/11/2002

    Vieram me procurar uns jovens estudantes de literatura, e me pediram para responder a duas perguntas: Quais são seus heróis prediletos na literatura brasileira? E heroínas?

  • Diferença já, ministério depois

    Jornal do Commercio (RJ), em 29/11/2002

    Ao lado do voyeurismo despertado pelo segredo do Ministério, a expectativa da novidade destes dias é a da criação imediata de símbolos, a marcar a evidência das prioridades do novo governo. Lula associou-a, de imediato, à implantação do Projeto Fome Zero, de José Graziano. Trazia à luz um dos esforços conjuntos mais elaborados do PT, na fieira das caravanas e dos olhares com que uma mesma carência de base explodiu no Brasil, em registros diferentes do que se peça ao presidente.

  • Lula e Jânio

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 25/11/2002

    Entre o medo e a esperança em relação ao novo Governo, fico com a esperança. Mesmo assim, abro uma brecha nessa esperança, lembrando casos antigos que fazem parte da história - que afinal é a mestra a nos ensinar quando devemos ter medo ou esperança.

  • Comunicação em educação a distância

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 25/11/2002

    A modalidade da educação a distância não é propriamente uma novidade na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96). Desde o início da década de 70, por inspiração do então ministro Jarbas Passarinho e as ações objetivas do educador Newton Sucupira, ouve-se falar no assunto, que não escapou à sensibilidade da Associação Brasileira de Tecnologia Educacional.

  • Saudades de FH

    O Estado de São Paulo (São Paulo -SP) em, em 24/11/2002

    A maior parte dos freqüentadores de botecos e assemelhados, grã-finos ou não, concordará comigo: já se ouvem críticas, às vezes contundentes e exaltadas, ao governo de sua excelência dr. Luiz Inácio Lula da Silva. Para começar, "Sua Excelência", não; "companheiro", no máximo, pois não só é o que os petistas usam entre si, como simplesmente não cola chamar um metalúrgico de "doutor", do mesmo jeito que se faz com qualquer um que ponha gravata ou dirija um carrão no Brasil. Doutor e sua excelência, uma conversa. Companheiro Lula e olhe lá, simplesmente não dá pé chamá-lo de outro jeito, o que já é - ninguém tinha pensado - um de seus múltiplos defeitos, pois só que tem o direito de chamar o presidente de "você" em público, aqui no Brasil, é o Jô Soares, como todo mundo sabe. E esse não, esse vai ser chamado de "você" a torto e a direito e, o que é pior, é capaz de atender.

  • O Dia da Consciência Negra

    O Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 23/11/2002

    Comemora-se aqui no Rio - hoje, 20 de novembro, dia em que escrevo estas linhas - um feriado em homenagem a Zumbi dos Palmares, feriado que se passou a chamar, Dia da Consciência Negra.

  • Na cadeira do presidente

    Jornal do Commercio (RJ), em 22/11/2002

    Lula vai ao poder com que jogo? Impor logo a guinada ou fazê-lo na superprudência das transições? Todo governo dispõe hoje do repertório de previsões sobre o que acarreta logo o que decida o presidente, no vespeiro da complexidade da iniciativa política.

  • O ABC de Pound

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 20/11/2002

    O "ABC da literatura", de Ezra Pound, está entre o que de melhor produziu e ensaística literária do século XX. Em matéria de aferimento poético, principalmente, poucos outros livros os nossos tempos chegaram ao nível deste. Vale a pena, por exemplo, acompanhar o pensamento de Pound sobre Arnaud Daniel, o grande poeta do século XII.

  • Agora quero falar de flores

    O Estado de São Paulo (São Paulo -SP) em, em 16/11/2002

    Flor tem moda como roupa de mulher. E as plantas do tempo antigo, flores, folhagens e ervas de cheiro, ninguém as cultiva mais. Agora são só aqueles estúpidos fícus italianos que parecem feitos de plástico, os antúrios e até tulipas.

  • Problemas da transição

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 14/11/2002

    Tenho cá minhas dúvidas sobre a eficácia da transição que se opera toda vez que um governo substitui outro. Na rotina burocrática ela é necessária, para que os novos governantes saibam onde estão os botões, as válvulas, os intrincados subterrâneos do Estado, que deveriam estar a cargo de um funcionalismo técnico de caráter permanente.

  • Culto aos mortos

    O Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 09/11/2002

    Engraçado, a gente. Do que tem medo, escarnece e põe nome feio. Morte, por exemplo. Verdade que a própria palavra morte, não sendo bela, tem, contudo a sua dignidade; tanto ela como as que dependem do seu radical: morto, mortal, mortalidade. Porém, todos os demais vocábulos que com a morte se relacionem, quando não são o simplesmente horrível, são ligeira ou pesadamente sobre o grotesco. Defunto, cemitério, cadáver, esqueleto, caveira, cova, sepultura, múmia, embalsamar, velório, funeral, moribundo, ossuário, verme, formol, fantasma, necrotério, viúvo e a mais repugnante de todas: papa-defunto. E não adianta apelar para as formas eruditas, porque ainda fica pior: necrópole, sarcófago, inumar, exumar, necrológio, exéquias, parca, féretro.

  • Virtudes e riscos do Federalismo

    O Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 09/11/2002

    Terminada a apuração dos votos da última eleição, com a vitória espetacular de Luiz Inácio Lula da Silva, verifico que tinha razão quando em artigo anterior (28/9) concluía que, ante um cenário político multifacetado, devido ao baralhamento das posições ideológicas e partidárias, o eleitor não podia senão votar em razão das qualidades pessoais atribuídas a seus candidatos.