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Artigos

 
  • Já não está mais aqui quem falou

    O Globo (Rio de Janeiro), em 26/06/2005

    Jorge Amado, de quem pelo resto da vida me sentirei órfão, sempre me ensinava alguma coisa, às vezes obliquamente, com uma ironiazinha amistosa e divertida (agora me questiono, desculpem estes parênteses mal colocados, sei que abuso: pensei em escrever “amorosa” e aí usei “amistosa”, mas mandam a honestidade e a vergonha confessar que foi porque não quis me expor a piadinhas que na verdade refletiriam grossura ou má vontade da parte de seu autor e que, por que não dizer, eu estava agindo preconceituosamente, pois posso perfeitamente descrever meu relacionamento com ele como de amor fraterno, que eu tinha por ele e sabia que ele tinha por mim e portanto refaço o que ia fazer): Jorge Amado às vezes me passava ensinamentos com uma ironiazinha amorosa e divertida, volta e meia expressa apenas em gestos, mas quase sempre com histórias que eram meio parábolas. Ou então, sabedor de que meninos como eu e muitos outros o viam como sábio, exemplo de grande artista e a encarnação da generosidade, dava lições mesmo. Tenho-as bem estocadas na cabeça e consigo fazer uso de algumas, porquanto para outras careço da necessária categoria.

  • Um dia de janeiro de 2005

    O Globo (Rio de Janeiro), em 26/06/2005

    HOJE ESTÁ CHOVENDO MUITO E A temperatura está perto de 3º C. Resolvi andar - acho que se não ando todos os dias, não consigo trabalhar direito - mas o vento também está forte, e voltei para o carro depois de dez minutos. Peguei o jornal na caixa de correios, nada de importante - exceto as coisas que os jornalistas decidiram que devemos saber, acompanhar, tomar posição a respeito. Vou para o computador ler as mensagens eletrônicas.

  • Que língua é essa?

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 26/06/2005

    O encontro com Oswaldo Siciliano, na Bienal Internacional do Livro, no Rio de Janeiro, foi aquecido pela estranheza com que vemos, cada qual do seu ângulo, parte da nossa juventude a utilizar o seu tempo, no emprego do computador, com uma língua desconhecida para o comum dos mortais.

  • Melhoria democrática e impaciência popular

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 24/06/2005

    Instalou-se o Conselho Nacional de Magistratura, como conquista sofrida, e não menos determinada, do aperfeiçoamento institucional do País. Tratava-se de reconhecer, de vez, o princípio talvez mais difícil para se lograr esta funcionalização das estruturas de poder, em bem das reais e diferentes prestações do Estado. Entregue, tão-só, às próprias corporações, este exercício se endurece na letargia inevitável de sua inércia e, sobretudo, nos facilitários ou nas indulgências que o administram.

  • Repórter por um dia

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 24/06/2005

    Quando eu tinha 17 anos, concorri em um concurso de reportagem dos "Diários Associados" do Maranhão.

  • Perigo, Lula

    Diário do Comércio (São Paulo), em 24/06/2005

    Quem está em cena deve ter o maior cuidado com sua postura, para não provocar reações contrárias aos seus objetivos, principalmente políticos.

  • Classificação nacional

    Diário do Comércio (São Paulo), em 23/06/2005

    Interessa, sem dúvida, a classificação do Brasil como nação emergente, com vastíssimas possibilidades econômicas, com excelente campo de investimentos. Mas interessa, também, como nação aberta aos ventos da História e ao desenvolvimento da ciência, da tecnologia, das artes e das letras. Enfim, interessa, de par com outros domínios da cultura, que saiamos, o mais depressa possível, do provincianismo. Que é a nossa principal característica como nação.

  • Saudades do Castello

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 22/06/2005

    Conheci Carlos Castello Branco na casa de meus pais, há mais de meio século, quando as luzes da ribalta parlamentar focaliza- vam intensamente o deputado Afonso Arinos. Lembro-me de uma noite na qual Castello, com seus colegas Odylo Costa, filho e Villas-Bôas Corrêa, aguardou, com paciência evangélica, o fim de um rompante do líder oposicio-nista, a deblaterar contra a imprensa, inconformado com insinuações de que um discurso, feito por ele em torno de apelo do presidente Vargas à oposição para apoiar seu projeto de reforma administrativa, teria propósitos adesistas. Terminado o destampatório, os três amigos recolheram do deputado, já sereno, declarações que contornaram a crise política esboçada.

  • A Presidência é exigente

    Diário do Comércio (São Paulo), em 22/06/2005

    Foi um grande amigo de Lula, companheiro mesmo de jornadas sindicais, Sua Eminência Cardeal Arns, quem escreveu que, infelizmente, o presidente não estava preparado para assumir a Presidência, que é muito complexa para quem nunca exerceu função pública.

  • Patrocínio: 100 anos

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 21/06/2005

    O centenário da morte de José do Patrocínio, que ocorre este ano, está sendo comemorado pela Academia Brasileira de Letras, de que ele foi membro fundador, tendo nela ocupado a cadeira nº 21 (seus sucessores foram Mário de Alencar, Olegário Mariano, Álvaro Moreyra, Adonias Filho, Dias Gomes e Roberto Campos, nela se encontrando atualmente Paulo Coelho).

  • Como vai a Itália?

    Diário do Comércio (São Paulo), em 21/06/2005

    A influente e milionária revista The Economist trouxe num de seus números passados uma nota qualificando a Itália como homem doente da Europa. Essa expressão foi cunhada antes da Primeira Guerra Mundial por um político, se bem me lembro inglês, mas cujo nome me escapa.

  • Os dilemas da Fortuna

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 20/06/2005

    Uma americana de 55 anos ganhou duas vezes na loteria no espaço de cinco meses no Estado da Pensilvânia -uma coincidência cuja chance de acontecer é de 1 em 419 milhões. Donna Goeppert ganhou US$ 1 milhão (R$ 2,43 milhões) em cada vez que foi premiada pela loteria da Pensilvânia. Folha Online, 16.06.2005 

  • Quando a escola era Normal

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 19/06/2005

    Nunca se soube exatamente porque acabou o título de Escola Normal, que começou exatamente com a primeira delas, no século 19, na cidade de Niterói. O auge dessas instituições, espalhadas pelo Brasil, pode ter ocorrido entre as décadas de 40 a 70. Formaram os melhores professores e certamente tinham os melhores mestres. No Rio, rivalizavam com os do clássico Colégio Pedro II, padrão de excelência nacional.

  • Casa mal-assombrada

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 19/06/2005

    Que a crise está braba está. Desde que assumiu o poder, nem Lula nem o PT passaram por entaladelas iguais. Tudo o que houve anteriormente parece nada diante do que está havendo e, sobretudo, do que ainda poderá haver.