Não apenas as sanções econômicas, instrumentos eficazes e necessários, atingem a Rússia, mas também as culturais, importante “soft power” do país. Essas, descabidas. A Rússia trata muito bem seus escritores, pelo menos os mortos. Dostoiévski, Gorky, Tolstói, Tchekhov, Gogol, e, sobretudo, Alexandre Pushkin, poeta considerado o precursor da moderna novela russa, são figuras que dominam as ruas e praças das principais cidades da Rússia, especialmente Moscou e São Petersburgo, terra de Putin. Os locais onde moraram tornaram-se quase todos museus. Mas o mundo está tratando os escritores e artistas russos, do século XIX e os atuais, de uma maneira insana, como se a invasão da Ucrânia transformasse todo artista russo, vivo ou morto, em inimigo da Humanidade, e não seu patrimônio.