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Artigos

 
  • Todos fora, todos dentro

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 21/10/2005

    Frente à abertura do palco das novas eleições, a instância das CPIs, muito mais que um gatilho para apoio de forças eleitorais, transformou-se num impromptu de perplexidades gerais. Seu único enredo possível é o do exit rápido do imbróglio nacional, em vez de pódio para heróis, interditos e promoções, trazidos ao proscênio da campanha por sobre a pobreza dos resultados efetivos do que se poderá definir como a pior legislatura do último meio século.

  • Sobre a vda e o frango gripado

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 21/10/2005

    Os enciclopedistas sistematizaram o conhecimento humano para que pudesse fugir das concepções religiosas em busca da razão, da ciência experimental. Seus antecedentes eram Pascal, Galileu, Bacon e outros menos ou mais votados.

  • Prazo de validade vencido

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 21/10/2005

    Nunca é tarde para se aprender alguma coisa, ainda que inútil, uma coisa que de nada nos serve. Outro dia, num congresso sobre problemas do tráfego, fiquei sabendo que os capacetes protetores da cabeça dos motoqueiros têm prazo de validade; de nada valem, nada protegem, se estão vencidos. Há que os renovar ou os substituir por outros.

  • Quem manda

    Diário do Comércio (São Paulo), em 21/10/2005

    Quem conhece a história da Revolução Francesa sabe que foi no Jeu de Paumes que surgiram as Assembléias Deliberativas, vigentes até hoje na organização política de todas as nações.

  • E elogio da mentira

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 20/10/2005

    Nunca havia pensado naquilo. Já trabalhava em jornal, sabia algumas coisas e julgava saber outras. Dico, grande amigo meu, mamando um "Ouro de Cuba" (entre outras coisas, ele me ensinou a fumar charutos), me fez uma pergunta que eu não soube responder: "Você já imaginou se no céu soasse um gongo gigantesco e, a partir daquele momento, pelo espaço de apenas dez minutos, só se pudesse dizer a verdade? Como seria o mundo, como seríamos nós mesmos após os dez minutos da verdade?".

  • Crime político em processo

    Diário do Comércio (São Paulo), em 20/10/2005

    O professor Miguel Reale, meu velho amigo e bi-confrade na Academia Brasileira de Letras e na Academia Paulista de Letras, e companheiro no Instituto Brasileiro de Filosofia, do qual é o fundador, advertiu, em artigo publicado pela revista Digesto Econômico , aos seus inúmeros leitores, para um crime político em processo, como o crime praticado pelo Partido Comunista na extinta União Soviética, pelo nazismo na Alemanha e pelo fascismo na Itália.

  • Bienal:o reinado do livro

    Jornal do Brasil (RJ), em 19/10/2005

    Pedro II andava em viagem por Minas Gerais quando visitou Bernardo Guimarães, em Ouro Preto. O romancista de A escrava Isaura procurou a melhor forma de homenagear o imperador. Ordenou a duas de suas filhas, Constança e Isabel, que levassem ao visitante, numa bandeja de prata com incrustações douradas, o conjunto de suas obras.

  • Saturação da crise e ganho democrático

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 19/10/2005

    Na virada de página da crise, o Planalto, ao receber a bancada petista, sufragou a idéia de que os membros do PT objeto do denuncismo possam desde já renunciar ao mandato e manter, pois, a capacitação política para reeleger-se. As condições do impasse, pastelão cívico, superaram o momento de uma cobrança pública e exigem o ir adiante do governo no seu compromisso de fundo.

  • A luta pela vida

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 19/10/2005

    Não lembro quem disse, deve ter sido algum filósofo pré-socrático ou letra de algum rock dos anos 60 que não fez sucesso: há poucas razões para viver em paz e muitas para viver em guerra. Nada a ver com a luta pela vida em si. O poeta maranhense afirmou que viver é lutar: a "struggle for life" que acompanha a humanidade desde a sua expulsão do Paraíso terrestre.Compreende-se que devemos ganhar o pão com o suor do nosso rosto, cumprindo a maldição que merecemos pela audácia de provar os frutos da árvore do Bem e do Mal. O problema é que, além da árvore em si, plantada à nossa frente para nos desafiar ("coma deste fruto e serás igual a Ele"), criamos outros desafios que nem chegam a ser árvores, mas capim rasteiro e estéril.

  • Do velho PT ao neolulismo

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 19/10/2005

    As eleições do PT definem o futuro do partido. Parou o faccionalismo. Saíram as estrelas e o próprio Raul Pont reitera que continuará na legenda. É toda uma volta ao bom senso básico de fazer a história e compreender, especialmente por um partido da mudança, o que representam os deveres da vigência. Mencheviques jamais constroem um futuro. E chega a espantar, afinal, o número reduzido de dissidentes que, de fato, se transformaram em refratários em vez de perseguir novos rumos, dentro da continuidade, no dia-a-dia, renunciando às purgas da primeira vociferação.

  • As crises políticas

    Diário do Comércio (São Paulo), em 19/10/2005

    As crises políticas que têm marcado nossa história são brasa dormida para queimar, como marcam a história na maioria dos países. É próprio do homem conviver com crises e delas tirar lições de conduta.

  • Em busca da verdade

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 18/10/2005

    Entre os filósofos dos últimos dois séculos que pensaram em marcar para sempre o nosso pensamento, nenhum está, como Nietzsche, tão perto de alcançar essa meta. Os livros que hoje se publicam sobre ele abarcam todo o vasto campo em que a filosofia se mostra intimamente ligada ao homem como dono do seu destino, ou não.

  • Vivas á vida

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 18/10/2005

    Acabo de sofrer duro golpe do destino. Sempre acreditei num mundo cada vez pior e num homem igualmente pior. Tinha motivos históricos e pessoais para tanto e tamanho pessimismo, mas eis que dou a mão à palmatória e o pescoço à guilhotina: estamos salvos.

  • Formação cultural

    Diário do Comércio (São Paulo), em 18/10/2005

    Paris, 3 de Outubro. O que impressiona nos quadros políticos da França é a formação cultural da quase totalidade dos membros da Assembléia Nacional e do Senado da República. É comum na relação de nomes dos representantes com assento nas duas câmaras ver os títulos de que são possuidores. Como Giscard D’ Estaing, que tem cinco títulos, Chirac, com três e Mitterrand, que também tinha três. Portanto, um país onde as câmaras de representação popular são constituídas de pessoas altamente dotadas de ciências e letras, que as habilitam conhecer em profundidade os problemas nacionais e internacionais relacionados à França.

  • Boleros e tangos

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 17/10/2005

    Semana passada, no canal espanhol da NET, assisti a nutrido documentário sobre a atual situação do Brasil, com numerosos depoimentos de nossos políticos, intelectuais, artistas e assemelhados. Excelente trabalho profissional da equipe que a TV espanhola nos mandou e, em linhas gerais, os depoentes deram conta do recado, uns mais, outros menos, com análises sinceras e, dentro do possível, patrioticamente possíveis.