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Artigos

 
  • O bispo, pena, não é Gandhi

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 05/10/2005

    Dom Luiz Cappio, o bispo franciscano de Barra, na Bahia, iniciou há oito dias greve de fome para paralisar o projeto de inversão das águas do São Francisco, que ora começa em Cabrobó. Só bebe água do rio, mantém ainda inalteráveis os sinais orgânicos e sentado numa cadeira branca de plástico, abençoa os romeiros chegados ao seu pastor em trinta anos de presença abnegada junto à população ribeirinha.

  • Mentes inquietas

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 05/10/2005

    A saudável vida universitária proporciona permanentemente novos conhecimentos. Foi o que ocorreu no campus Ibirapuera da UniFMU, quando o professor Edevaldo Alves da Silva reuniu o neurologista José Salomão Schvartzman e a médica e pesquisadora Ana Beatriz Barbosa Silva (ambos da Academia das Ciências de Nova York) para discutir um tema de grande atualidade: transtornos devidos aos déficits de atenção.

  • Salgueiro e Harpas

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 05/10/2005

    Um dos salmos mais conhecidos (e bonitos) atribuídos ao rei Davi é o 137, que chegou a ser musicado por alguns compositores profanos. "Junto aos rios de Babilônia nos sentávamos e chorávamos, nos lembrando de ti, oh, Sião! E nos ciprestes pendurávamos as nossas harpas. Os que nos levaram cativos pediam uma canção para que os alegrássemos, dizendo: "Cantai uma canção de Sião". Como cantaremos a canção do Senhor em terras estranhas?".

  • Jornalismo e literatura

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 04/10/2005

    Há mais de meio século escrevi uma série de artigos sobre um tema que me apaixonava: Jornalismo e Literatura. Trabalhava eu, naquele tempo, em jornal, onde cheguei a fazer de tudo: editorial, crítica literária, crítica de teatro e de cinema, crônica, reportagem, inquéritos, coluna social, cobertura de futebol (fiz artigos diários no decorrer da Copa de 50) e até um consultório sentimental.

  • Discurso padrão

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 04/10/2005

    No final dos anos 60, passei uma temporada em Cuba e de lá escrevi, por vias transversas, uma carta ao meu editor Ênio Silveira, da Civilização Brasileira, um dos poucos amigos que sabia onde eu estava. Na carta, deixei escapar um comentário que o próprio Ênio divulgou entre os iniciados que freqüentavam sua editora naquele tempo e circunstância.

  • O amor supera o calendário

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 03/10/2005

    Vovós tiram a roupa por hospital infantil. Doze senhoras decidem posar nuas em calendário para levantar recursos destinados a um hospital de câncer infantil. O grupo de voluntárias inspirou-se no filme "Garotas do Calendário", do diretor Nigel Cole, e decidiu tirar a roupa para levantar fundos para a instituição. Nuas e segurando flores, fizeram fotos para o calendário. Folha Cotidiano, 25.09.2005 

  • Lula e a base

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 03/10/2005

    Pouquíssimas vezes fui obrigado a concordar tanto e tamanhamente com o presidente Lula. Sua Excelência declarou, na semana passada, que é a favor da reforma política e, sobretudo, que é necessário, para início dos trabalhos, "moralizar a base".

  • A proteção de bens imateriais

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 02/10/2005

    A proteção de bens imateriais, ou seja, aqueles que não são físicos, como prédios e esculturas, tem sido defendida há muitos anos no Brasil, e atende à preocupação de entidades internacionais, que têm se dedicado com afinco ao tema. A Unesco, por exemplo, através de sua "Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial", de 17 de outubro de 2003, considera incluídas nesta categoria as "práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante do seu patrimônio cultural". Em 1936, quando produzia, a pedido de Gustavo Capanema, o texto do anteprojeto que criaria o então Serviço de Proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), o escritor Mário de Andrade já falava da importância de se preservar as manifestações culturais. Por essa iniciativa, ele é considerado um dos precursores do tema no país. Com base no preceito constitucional, algumas manifestações não-materiais já estariam devidamente protegidas. Mas, na verdade, falta a regulamentação, para que se saiba realmente o que deve ser amparado. Em 1996, em função das comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil, foi criado, através de decreto, o Museu Aberto do Descobrimento, no Monte Pascoal, na Bahia, o primeiro local avistado no Brasil pelos portugueses da fragata de Pedro Álvares Cabral. O decreto assinado em 22 de abril de 1996 era ambicioso: rios, povos indígenas e paisagens fariam a composição de um espaço que abrigaria toda a costa do descobrimento, uma área de 1,2 mil quilômetros quadrados. A idéia não vingou. No dia 4 de agosto de 2000, o então presidente Fernando Henrique Cardoso assinou o decreto 3.551, instituindo a proteção legal para patrimônios não-materiais, que seriam os elementos do nosso folclore, as festas, as danças e as diversas manifestações culturais e religiosas. Pelo decreto, o bem não seria propriamente tombado, mas sim registrado em quatro livros diferentes: dos Saberes, de Celebrações, das Formas de Expressão e de Lugares.

  • Vou votar contra

    O Globo (Rio de Janeiro), em 02/10/2005

    Faz quase dois anos escrevi aqui contra a lei que deverá proibir o comércio de armas no Brasil. Fico meio (serei moderno e vou usar essa palavra; todo mundo usa e preciso ser moderno ou perecer) sacaneado, quando me põem no bolo dos “babacas da mídia”, que só defendem direitos humanos para criminosos e trabalham pela aprovação de leis como essa do desarmamento. Nem sei que babacas são esses, eis que babacas há em toda profissão ou condição social, mas escrevi aqui contra o tal desarmamento. Precisava até de mais espaço do que o muito que já me dão, de forma que não é para poupar trabalho que reproduzo três parágrafos daquele texto. É porque iria os repetir, com outras palavras. Escrevi o que vai grifado abaixo:

  • "Verbalão" e "Mensalão"

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 02/10/2005

    Não sei quem descobriu que a crise provocada pelos escândalos "estava do outro lado da praça". A praça em questão não é a mesma na qual brilhava o finado Ronald Golias, morto na semana que passou. É a praça dos Três Poderes, mesmo. E "o outro lado" é aquele que, coincidentemente, fica ao lado do Congresso, onde está o Palácio do Planalto.

  • Tempos lamentáveis

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 01/10/2005

    Numa época em que todos lamentam alguma coisa, a polícia inglesa lamenta a morte equivocada de um brasileiro, o presidente Bush lamenta as enchentes de Nova Orleans, o PT lamenta as tramóias de seus dirigentes, nada demais que se lamente o suborno dos árbitros de futebol.

  • Da corrupção ao caos sistêmicos

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 30/09/2005

    O que começou com as acusações do "mensalão", de réplica em réplica transformou-se no processo sem volta do Brasil de sempre e sua injustiça estrutural, acelerado pelo advento do partido diferente e pelas contradições que são ainda a sua paga, no processo de tomada de consciência nacional. Demo-nos conta, em rapidez sem paralelo, dos impasses profundos que acometeriam qualquer chegada ao Planalto de uma proposta de mudança em que fale o "outro país" chegado ao poder. Atingiu-o pelo arranco de um verdadeiro inconsciente coletivo, quando a Nação da marginalidade foi à fundo, como marca única de nossa cultura política, no exercício do voto para a quebra de inércia do sistema e rasgo de outro futuro possível. Poderá o PT soçobrar neste quadro, ou se exasperarem os confrontos entre a esperança em Lula e o que seja, fiel à originalidade matriz. à legenda da disciplina e da caminhada decisiva desta última trintena.

  • Perdendo a alma do Brasil

    Diário do Comércio (São Paulo), em 30/09/2005

    A proteção de bens imateriais, ou seja, aqueles que não são físicos, como prédios e esculturas, tem sido defendida há muitos anos no Brasil e atende à preocupação de entidades internacionais que têm se dedicado com afinco ao tema. A Unesco, por exemplo, através de sua " Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial ", de 17 de outubro de 2003, considera incluídas nesta categoria as "práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante do seu patrimônio cultural".

  • Da utopia

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 30/09/2005

    É uma constante nos momentos pragmáticos que vivemos dizer que chegamos a uma época na qual todas as utopias desapareceram. Procuram vincular esse pensamento à morte das ideologias: o mundo em que vivemos não aceita mais dogmas, chegamos ao fim da história que é o desembarque no liberalismo econômico e na democracia política; os países que ainda não estão nesse caminho são desvios da marcha inexorável do progresso da humanidade.