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Artigos

 
  • As burrices do pensamento único

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 30/09/2005

    Já comentei diversas vezes as fases da sociedade em que predomina o pensamento único. Não vem ao caso repetir as distorções causadas por momentos em que todos se transformavam em Juquinhas de anedota -aquele guri safado que só pensava em sacanagem. Exemplo: o professor mostra ao Juquinha uma caixa de fósforos e pergunta: "Juquinha, isto é uma caixa de fósforos. No que você pensa quando vê uma caixa de fósforos?".

  • Inculta, bela e muito difícil

    O Globo (Rio de Janeiro), em 29/09/2005

    A culpa não pode ser atribuída somente a D. João VI. Ele foi transformado por historiadores e cineastas em figura caricata, amante de frangos gordurosos, e sobrou pouco espaço para elogiar o seu empenho cultural, a partir da chegada ao Brasil, em 1808. Biblioteca Nacional, Observatório Nacional, Museu Nacional de Belas Artes, os primeiros cursos superiores isolados - são alguns dos feitos do Príncipe Regente, além da permissão para que aqui se instalasse “A Gazeta do Rio de Janeiro”, primeiro jornal periódico do Império.

  • A saída do transe político

    O Globo (Rio de Janeiro), em 29/09/2005

    Se é verdade que a democracia, como observara atiladamente o senador Milton Campos, “começa no reino da consciência”, seu fortalecimento, contudo, pressupõe uma conduta cotidiana da qual deve brotar a seiva que a robustece e propicia o seu ininterrupto aperfeiçoamento. Isso exige tanto do conjunto dos cidadãos quanto dos que transitoriamente estão investidos da titularidade do poder o imprescindível concurso para que o nosso país venha consolidar a República, enquanto res publica , convertendo-a em sinônimo de cidadania.

  • O verbalão

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 29/09/2005

    Quando afirmo e reafirmo que nada entendo de política - nem pretendo entender -, alguns leitores pensam que é uma tentativa de charme do cronista, ou deslavada insinceridade. Nem tanto, nem tanto.

  • A lucidez inconformada de Otto Lara Resende

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 28/09/2005

    Nascido a 1º de maio de 1922, em São João del Rey, em Minas Gerais, e falecido a 28 de dezembro de 1992, no Rio, Otto Lara Resende foi um dos Quatro Mineiros do Apocalipse, na companhia de Hélio Pellegrino, Paulo Mendes Campos e Fernando Sabino. Formou-se em direito, foi adido cultural das embaixadas do Brasil em Bruxelas e em Lisboa, elegeu-se para a cadeira 39 da Academia Brasileira de Letras, na qual sucedeu a Elmano Cardim, sendo sucedido por Roberto Marinho e pelo atual ocupante, o senador Marco Maciel.

  • Erro judiciário

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 28/09/2005

    Volta e meia, um parlamentar ou membro do Judiciário lembra que o Estado é separado da igreja e pede que nos hospitais e escolas públicas sejam retirados os crucifixos, símbolo de uma religião, a cristã, e seus desdobramentos confessionais, a católica sobretudo, que é tida como a da maioria dos brasileiros.

  • A palavra poética

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 27/09/2005

    A poesia é, neste País, das realidades mais vivas e revolucionárias que temos. Volta e meia, poeta novo começa a fazer versos e a sacudir a mesmice do momento. Ou grandes poetas de ontem - então de sempre - rompem sua própria rotina e renovam sua linguagem. Às vezes poetas de uma geração passam desapercebidos até que, de repente, ressurgem para atingir uma nova etapa da palavra posta em verso. É o que vejo na poesia de Jurandir Bezerra, cujo livro chamado "Os limites do pássaro" é o melhor exemplo dessa permanência.

  • O cuspe e o tiro

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 27/09/2005

    Uma pergunta baila no ar, como aquele vaga-lume do soneto machadiano: diante de tanto descalabro na política nacional, não haverá clima para um golpe de Estado, promovido pelos militares ou mesmo pela sociedade civil indignada com tanta e tamanha corrupção?

  • Namoro & Futebol

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 26/09/2005

    Elas querem a sua chuteira. Desafiar os meninos para jogar futebol virou mania nas escolas; e não é que as garotas estão batendo um bolão?Folhateen, 12.09.2005 

  • Desta vez, vamos?

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 26/09/2005

    Há indignação nos meios especializados contra a indicação de "Dois filhos de Francisco" para concorrer ao prêmio de melhor filme estrangeiro na próxima entrega dos Oscars, que acredito seja em março do ano que vem.

  • Falemos dos partidos

    Diário do Comércio (São Paulo), em 26/09/2005

    Assentado que os partidos são instrumentos de governo, conclui-se que são necessários. Mas, como disse Maurice Duverger, os partidos são recentes na história política mundial. E no Brasil foram instituídos no Império.

  • O aluno ideal

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 25/09/2005

    Quando se cria uma escola, por exemplo, de ensino médio, antes mesmo da formatação arquitetônica, é preciso pensar na sua alma. Ela se reflete na figura do aluno, que lhe dará vida e personalidade, juntamente com o que se espera do professor, na composição do corpo docente.

  • A grande vingança

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 25/09/2005

    Desde criança ouvia dizer que não se deve brincar com mulher. Por favor, me entendam. Brincar não significava, nesta advertência, fugir delas, deixar de amá-las, de transar com elas quando possível e com a obrigação suplementar de tentar até o impossível. "Brincar" era não levá-las a sério, baseados na inexistente fragilidade feminina, não temê-las na capacidade de suas cóleras e vinganças.

  • Mentira, mentira, mentira!

    O Globo (Rio de Janeiro), em 25/09/2005

    Reproduzo no título acima, dando o devido crédito, as palavras proferidas pelo ex-deputado Severino, ao mencionar as denúncias de que ele recebia uma gruja do concessionário dos restaurantes (casa de pasto talvez fosse a designação mais adequada a boa parte da freguesia dos estabelecimentos em questão) da Câmara. O homem estava indignado, era sua honra em jogo, era o presidente da Câmara de Deputados, uma das mais altas autoridades do país, sendo falsamente acusado de tomar uma grana comparável à de um bom flanelinha, desses que no Rio às vezes cobram 50 reais pelo direito de usar a rua por três horas. Quer dizer, o flanelinha pode até ganhar mais um pouco e certamente qualquer chefe de quadrilha que explore menores mendigos fatura bem melhor, mas, de qualquer forma, podia sair num jornal estrangeiro e não ficava bem para a nossa imagem. Mentira, mentira, mentira, pois.

  • A montanha mágica

    O Globo (Rio de Janeiro), em 25/09/2005

    CREIO QUE UMA DAS MAIS BELAS regiões do mundo é Languedoc, uma parte dos Pirineus que se encontra ao sudoeste da França. Já estive ali algumas vezes e fico impressionado com seus vales, suas montanhas, sua vegetação, seus rios. Entretanto, como o ser humano é absolutamente imprevisível, foi justamente nesse lugar magnífico que nasceu a primeira grande “heresia” européia: o catarismo.