Admirável futebol novo
O Globo (Rio de Janeiro), em 13/11/2005
Sou craque do passado, como sabem os persistentes e pacientes leitores desta coluna. Hoje em dia nem as posições dos times têm mais nomes fixos e todo dia aparece uma especialidade como, vamos dizer, “ala volante avançado rotativo”, que ninguém sabe o que é. Comecei na ponta direita, mas minha única jogada era dar um chutão para a frente perto da linha lateral e sair correndo atrás da bola (eu corria bem, esse negócio de o capenguinha me pegar no calçadão é porque ele pega qualquer um), para ver se a alcançava e conseguia centrar. Logo me puseram na posição mais ou menos equivalente à de zagueiro hoje em dia. Eu era beque direito no time de Itaparica contra os veranistas, de inesquecível trio defensivo: Nego Tóia, Delegado e Chico Gordo. Delegado era este ex-atleta que lhes fala.