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Artigos

 
  • Mar - personagem de Sylvio Pinto

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 02/12/2005

    Tema recorrente da pintura universal, o mar tem dois representantes na arte brasileira: José Pancetti e Sylvio Pinto. O primeiro, mais divulgado e enaltecido, prendeu-se ao tema pelo fato de ter sido marinheiro e por se fixar em praias geralmente desertas, captando da paisagem marinha a luz e a solidão. O segundo, mais abrangente e humano, buscou no mar a sua fonte mais funda e complexa. Suas marinhas - que continuam disputadas por museus e colecionadores - nem sempre são parecidas com as de Pancetti. Vez ou outra, os dois (que foram amigos e companheiros) adotam a mesma perspectiva, a mesma luz, o mesmo sentido pictórico.

  • Iguaçú e Iguazú

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 02/12/2005

    Em Iguaçu, demos o primeiro arranco. Em Iguazú, 20 anos depois, celebramos os resultados.Diz a sabedoria popular que as semanas passam muito devagar e que os anos correm mais rapidamente que as águas do vertedouro de Itaipu.

  • Lógica da crise, lógica do racha

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 02/12/2005

    A chegada ao fim do ano é já a de uma prática política que mereça o seu prêmio, sempre mal lido pelos panteões sôfregos do sucesso de um governo. Pela bolsa-família e sua irradiação, pela acolhida reforçada de Lula no Brasil de base, pela perda de pé das dramatizações mediáticas, o real concreto parece garantir-se do passo adiante. Apesar do que até diga Lula, em função do que porta como testemunho da sintonia medular de um outro Brasil e força da sua dessofisticação às vertigens, agonias do "Brasil-bem", indignado, repetido.

  • Não vale a pena

    Diário do Comércio (São Paulo), em 01/12/2005

    O jornalista José Nêumanne pergunta em seu artigo de ontem no jornal O Estado de S. Paulo se vale uma crise pela cassação de José Dirceu. Respondo: não vale a pena.E nem haverá crise, pois o personagem é um arrivista da política, um militante da esquerda clássica, acorrilhada ao fidelismo cubano. É um conhecido militante de identificação democrática duvidosa.

  • Luzes de dezembro

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 01/12/2005

    Dezembro chegou e, um pouco antes dele, chegou a árvore de Natal daqui da Lagoa. Não tenho certeza, mas acho que é a décima vez que a colocam ali, boiando e iluminando todo o conjunto formado pelas montanhas que circundam aquilo que a geografia escolar nos ensina como uma porção de água cercada de terra por todos os lados.

  • Érico Veríssimo, o contador de histórias

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 30/11/2005

    A grande e multifacetada obra de Érico Verissimo (1905-1975) costuma ser dividida em dois grupos. Primeiro, cronologicamente falando, estão os romances da série Clarissa, que, publicado em 1933, inaugurou livros caracterizados sobretudo pela temática urbana ou porto-alegrense.

  • Maio de 68 continua

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 30/11/2005

    A Queda da Bastilha fez da França a matriz do próprio conceito moderno de revolução e da ruptura das instituições, nascidas de uma consciência profunda da perda da sua legitimidade. A guilhotina de Luiz XVI marcava a virada de página dos absolutismos esclarecidos do começo do Estado-nação de nosso tempo. Paris, de novo, foi protagonista de Maio de 1968, a que, agora, quer se associar, com o mesmo chicote inesperado da insurreição, a força dos incêndios repetidos, que passaram da subúrbia parisiense a ameaçar mais de uma centena de cidades francesas. A sucessão de queimas de automóveis, num braseiro sistemático, sem líderes nem palavras de ordem, até onde indica um desses movimentos de um inconsciente social, tectônico, sublevado? Não estamos mais diante de uma intelligentsia vigilantíssima que levou ao século da enciclopédia, à instituição do ideal político da liberdade, igualdade e fraternidade.

  • Que gente toda é essa?

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 30/11/2005

    Pesquisa que ainda não foi feita: qual dos dois nomes, atualmente, é mais citado na mídia, Palocci ou Dirceu? Sei que todos temos problemas pessoais, profissionais e existenciais, criar mais um não chega a ser maldade, é um pleonasmo.

  • O cenário de Afonso Arinos

    Diário do Comércio (São Paulo), em 30/11/2005

    Está sendo comemorado pelas instituições culturais o centenário de uma alta figura do patriciado cultural do Brasil, Affonso Arinos de Mello Franco. Membro de uma das mais ilustres famílias brasileiras, foi brilhante exponencial em todos os gênios literários que praticou, na memorialística, na biografia, na poesia, na ciência política, na oratória, na ação política; em suma, em todos os setores nos quais se fazia necessária a sua presença, e que receberam de sua parte elegância, talento e extremo bom gosto.

  • Presença da África

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 29/11/2005

    O livro de Raul Lody, "O negro no museu brasileiro", levou-me de volta ao tempo em que Zora e eu vivemos na África. Adido cultural em Lagos, então capital da Nigéria, lugar de cultura iorubá, de lá viajávamos para outras cidades nigerianas (Oió, Ibadan, Oxogbô, Edé), e no país vizinho, que então se chamava Daomé e hoje é Benim, onde eu fazia conferências (em Porto Novo, Pobé, Keto, Idigny, Cotonu, Abomei).

  • Quanto custa um preso?

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 29/11/2005

    Li, em algum lugar, que um preso custa ao Estado R$ 1.500, não incluindo no preço da mensalidade os custos anteriores com a polícia, os inquéritos, as perícias, as despesas do Judiciário com promotores, juízos, recursos etc - o que deve dobrar a despesa do erário público para manter o condenado numa penitenciária.

  • Dilma e Palocci

    Diário do Comércio (São Paulo), em 29/11/2005

    A independência que a ministra Dilma Rousseff demonstra ter no exercício de suas funções ministeriais e nas suas opiniões sobre o ministro Palocci e o exercício de suas funções, deve estar apoiada numa força superior que não pode ser outra a não ser a do presidente Lula da Silva.

  • Afonso Arino, um intelectual notável

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 28/11/2005

    A genealogia , em seu estrito sentido, rezam os dicionários, é o estudo da ciência com a finalidade de determinar a origem das famílias. Todavia, é necessário vê-la também como algo fundamental para o conhecimento da vida de um povo, conforme entendimento de Foucault ao considerar como seu objeto "identificar as relações do poder que deram origem a idéias, valores ou crenças".

  • Namoro e vestibular

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 28/11/2005

    Namorados disputam vaga na USP. Fuvest leva casais a testarem não só o conhecimento mas também sua relação afetiva. Fovest, 22 de novembro de 2005. 

  • Amenilidades e leitores

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 28/11/2005

    Leitores, se os tenho, reclamam aos canais competentes dos assuntos que costumo abordar em minhas crônicas, que não considero colunas, mas crônicas mesmo. O país pegando fogo, escândalos pipocando, ídolos despencando de seus pedestais históricos, tudo isso constitui o pão, pão, queijo, queijo da mídia nos dias de hoje.