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Artigos

 
  • Franklin Távora em biografia exemplar

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 23/11/2005

    Nascido na década de 40, cearense radicado em Pernambuco, onde cursou a faculdade de Direito. Integrante de agremiação literária, fixou residência no Rio de Janeiro. Ficcionista e dramaturgo de reconhecido mérito, empenhou-se também em divulgar novos autores, à frente de importante revista literária.

  • Virgínia, a rebelde

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 22/11/2005

    Só o rebelde salva o mundo. A frase está no "Journal" de André Gide e aparece, com outras palavras, nos livros de todos os inquietos e inconformados: um Rimbaud, um Francis Thompson, um Graham Green, um Henry Miller, uma Virgínia Woolf. Mais do que revolucionários, foram eles rebeldes, sal da terra.

  • Regatas

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 22/11/2005

    É aos sábados. Em plena temporada, é também aos domingos e feriados. A Lagoa fica cheia de barquinhos à vela, parecem formiguinhas levando imensas folhas secas para debaixo da terra, fazendo provisão de alimento para o inverno que se aproxima. Ao contrário das formigas, que seguem uma trilha quase militar, os barquinhos se arrumam e de desarrumam com a brisa que sopra ou pela imperícia de seus velejadores. Que é um quadro bonito, é.

  • Salve-se o Mercosul

    Diário do Comércio (São Paulo), em 22/11/2005

    Os presidentes José Sarney, pelo Brasil, e Raúl Alfonsín, pela Argentina, deram vigoroso impulso ao Mercosul. Na fase cálida das duas presidências, o Mercosul deu a impressão de que iria constituir-se numa réplica do Mercado Comum Europeu, que resultou na União Européia. Não se cogitava e não se supunha as singularidades da política latino-americana. Mas o Mercosul foi poupado até agora e continuará sendo, assim esperamos, para se solidificar num organismo capaz de impor uma efetiva União, com um número de países-membros ainda maior.

  • Prato raro

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 21/11/2005

    Uma trufa branca foi vendida por 95 mil euros (R$ 240 mil) em um leilão na Itália. A trufa branca é um tipo de cogumelo raro que cresce abaixo da superfície e é muito valorizada por gourmets do mundo inteiro. Foi adquirida pelo telefone por um comprador em Hong Kong. Folha Online, 14 de novembro de 2005 

  • Pedaços da catedral inacabada

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 21/11/2005

    Não, não se trata daquela catedral em Barcelona, que Gaudí projetou, iniciou as obras e até hoje continua em construção. Visitei-a diversas vezes, impressionaram-me os pedaços estraçalhados que se espalham em seu ventre a céu aberto, ameaçando um templo formidável e complicado.

  • Em defesa da Amazônia

    Diário do Comércio (São Paulo), em 21/11/2005

    Durante o transcurso do governo de Fernando Henrique Cardoso escrevi alguns artigos em defesa da Amazônia, procurando destacar a nota dominante da grandeza da região e da necessidade de que aquele patrimônio florestal de alta importância científica e econômica seja preservado.

  • Cecília e o bom combate

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 20/11/2005

    O oficiante da missa de 7º dia, no Mosteiro de São Bento, no Rio, pediu aos presentes uma salva de palmas para a professora Cecília Barreto Parreiras Horta, falecida uma semana antes. Talvez nunca se tenha visto, naquela bonita e histórica igreja, tamanha manifestação de comoção e solidariedade: foram minutos aparentemente sem fim, coroando uma vida bonita de dedicação e apreço ao próximo. Era uma verdadeira educadora, com o entusiasmo próprio de quem tem Deus no coração (a palavra entusiasmo contém Théo, Deus em grego).

  • Tempo de arrastões

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 20/11/2005

    O feriado da semana que passou (dia 15) abriu, oficial e praticamente, a temporada de verão aqui no Rio. Muita coisa passa a acontecer, além do sol, do calor e dos arrastões. Vejo, daqui da varanda, do outro lado da Lagoa, armar-se a árvore colorida que iluminará as nossas noites de Natal e Ano Novo. Tudo parece funcionar: o verão, o sol, o calor, os arrastões e a árvore de Natal. Num país e numa cidade em que nada parece funcionar, pelos menos o calendário funciona. Nem tudo está perdido.

  • Elementar, caros leitores

    O Globo (Rio de Janeiro), em 20/11/2005

    Na fala cotidiana, aprendemos a identificar Estado com governo. Para os brasileiros, a confusão é ainda facilitada pelo fato de vivermos, pelo menos nominalmente, numa república federativa, onde os estados-membros são chamados também de estados. Então, quando alguém fala em Estado, a gente pensa em São Paulo, no Rio, no Amazonas, na Bahia e assim por diante.

  • Da natureza humana

    O Globo (Rio de Janeiro), em 20/11/2005

    SOMOS TODOS OS DIAS BOMBARDEADOS por atos de crueldade e nos perguntamos: como o homem pode ser capaz de tanta perfídia? O exemplo vai do Rio de Janeiro, onde tive um amigo jornalista (Tim Lopes) que foi barbaramente torturado antes de ser morto, até a prisão de Abu Graib, no Iraque, onde rapazes e moças americanos, que sempre se comportaram como exemplo em suas pequenas comunidades provincianas, terminam se transformando em monstros.

  • A redundância do bode

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 19/11/2005

    Outro dia, comentei que gastava duas horas, em média, para ler os jornais e revistas que, por necessidade profissional, sou obrigado a enfrentar. Nos últimos meses, não chego a gastar meia hora: todos se repetem com as mesmas manchetes, as mesmas frases destacadas, os mesmos mentidos e desmentidos. Na quinta-feira passada, contei exatas 53 matérias em quatro jornais que começaram assim: "Palocci diz que...".

  • Gibraltar e a crise do "Mensalão"

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 18/11/2005

    O que mais tenho ouvido, e constitui um tema de comemoração e de ufanismo, é o fato de que a crise política brasileira, profunda e esparramada, não conseguiu abalar as estruturas do regime, não existem ameaças institucionais e, como conseqüência, a economia mantêm-se firme como as colunas naturais do rochedo de Gibraltar, que desapareceram como de Hércules, colosso e maravilha, limites do mundo.

  • O alfinete de ouro de Jocasta

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 18/11/2005

    Apesar da avacalhação que Freud promoveu contra ele, Édipo continua sendo um dos personagens mais importantes e fascinantes da literatura universal. Dentro do simplismo filosófico que o marcou, o pai da psicanálise extraiu do rei de Tebas o detalhe mais insignificante da tragédia de Sófocles. Ao contrário do que Freud imaginava e fez uma multidão de seguidores imaginar, Édipo não amava a mãe, muito menos a desejava, não possuía nada daquele complexo a que deu o nome. A verdade é simples: Édipo não tinha complexo de Édipo.