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Artigos

 
  • As prioridades

    O Globo, em 17/11/2013

    “Estamos juntos”, disse Lula por telefone a Dirceu e Genoino momentos antes de os dois condenados pelo mensalão se entregarem à Polícia Federal. Em público, porém, Lula age erraticamente, num momento diz que vai falar sobre o mensalão quando o julgamento acabar, para em seguida dizer que quem tem que falar são os advogados de defesa. “Quem sou eu para comentar uma decisão do Supremo?”, pergunta candidamente Lula.

  • A morte de Jango

    Folha de S. Paulo (RJ), em 17/11/2013

    Em 2003, a editora Objetiva lançou o livro "O beijo da Morte", escrito por mim e Anna Lee, sobre as mortes de JK, João Goulart e Carlos Lacerda. Ganhamos o Prêmio Jabuti de Reportagem daquele ano, o livro ficou vários meses na lista dos mais vendidos e não sofreu nenhuma contestação até agora.

  • Vida antenada

    O Globo, em 17/11/2013

    Uma vez uma repórter me entrevistou para uma matéria, que não sei nem se saiu, sobre a esquisitíssima variedade de gente, à qual pertenço, que não tem celular. Acho que ela foi embora sem se conformar. Os meninos do futuro próximo, claro, receberão implantes de chips de celulares e terão seus cérebros conectados ao wi-fi municipal, serviço obrigatório para qualquer prefeitura. Diante desta perspectiva, é normal que, num mundo em que, cada vez mais, as pessoas se tornam apêndices de seus i-phones, tablets, óculos Google e similares, a moça estranhe um maluco que persiste em não ter celular. Pelo menos eu lhe devia fornecer alguma explicação ideológica ou psicológica, tais como pertencer a um aguerrido grupo de budistas ativistas e ter delírio de perseguição ou fobia por qualquer novidade eletrônica.

  • Emigrar é preciso

    Folha de S.Paulo (RJ), em 16/11/2013

    A semana passada começou com o alarme de uma agência ambiental. Até o ano de 2100, a temperatura do nosso planeta será tal e tanta que todos seremos extintos. Os dinossauros também entraram em extinção, embora existam alguns por aí, em diversas funções públicas e privadas. 

  • Fim da impunidade

    O Globo, em 15/11/2013

    A sessão de quarta-feira do Supremo Tribunal Federal (STF) não foi histórica apenas pela decisão unânime de executar as penas dos condenados no processo do mensalão, colocando poderosos empresários e políticos no caminho da cadeia, fato inédito na nossa História. 

  • Luz nas biografias

    Folha Dirigida (RJ), em 14/11/2013

    No seu programa “Deles & Delas”, na Rede CNT, Leleco Barbosa, ao lado de Alda Soares, perguntou se devemos chamar os cantores Chico Buarque, Gilberto Gil e Caetano Veloso de “censores” por causa da questão das biografias. Talvez o termo seja mesmo muito forte, mas qual seria o outro para caracterizar a batalha em que estão empenhados para proibir que alguém escreva a respeito deles sem ter autorização prévia? Isso raramente aconteceu antes no Brasil.

  • Vitória da Justiça

    O Globo, em 14/11/2013

    A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de decretar o cumprimento imediato das penas daqueles crimes aos quais não cabem mais embargos infringentes faz com que a sociedade possa voltar a ter confiança no nosso sistema jurídico, colocando ponto final no processo do mensalão e mandando para a cadeia os condenados no mais importante julgamento da história política do país.

  • Prisão já ?

    O Globo, em 13/11/2013

    A possibilidade de ser decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão de 23 dos condenados no processo do mensalão ainda esta semana aumentou com o pedido nesse sentido feito pelo novo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, embora continue sendo improvável que a tese seja adotada pela maioria.

  • Choque de realidade

    O Globo, em 12/11/2013

    Na mesma semana em que o PT dá mais uma demonstração de unidade, reelegendo com larga margem o deputado Rui Falcão, candidato de Lula e Dilma, para sua presidência nacional, o PSDB repete comportamento autodestrutivo exibindo suas divergências ao respeitável público a menos de um ano da eleição presidencial que pode ser a mais difícil para os petistas, mas que os tucanos teimam em facilitar para o adversário.

  • Onda reformista

    O Globo, em 10/11/2013

    A reforma do ICMS está nas mãos do Congresso, mais especificamente do Senado, depois que várias propostas do governo fracassaram na busca de um consenso entre os Estados para dar fim à guerra fiscal. 

  • A nova classe média

    O Globo, em 10/11/2013

    A questão das classes sociais, sempre controvertida em toda parte, é particularmente difícil de abordar em Itaparica. Meu saudoso amigo Zé de Honorina, em momentos de indignação cívica, costumava dizer que não havia classes sociais na ilha. “Aqui é tudo igual”, dizia ele. “Tudo a mesma desgraça.” Uma vez eu tentei contrapor alguns argumentos discordantes.

  • Casa dos Mortos?

    O Globo, em 30/10/2013

    Estive recentemente na penitenciária Jonas Lopes de Carvalho (Bangu 4) para negociar, em prestações, uma dívida, a que respondo sem demora, com a própria visita ao cárcere. Antes de assinar as promissórias da dívida, lembro do adágio que diz: após a sentença, o delito e a pena deixam de ser uma questão estritamente jurídica, para atingir uma questão de ordem moral. E para os dois lados, os de dentro e os de fora da prisão. Ambos constituem a mesma porção de humanidade.

  • Em 2014, eleição sem messianismo

    O Globo, em 28/10/2013

    A aliança de Marina com Eduardo Campos constitui um inédito na contenda eleitoral, nas últimas décadas. Juntam-se forças de esquerda contra um partido da mudança no poder. O PSB marca uma programática nítida, tanto na presença intrínseca do Estado na economia, quanto na decidida redistribuição da renda nacional, a partir de uma incisiva política tributária, tanto deparamos 50% da renda nacional nas mãos de 126 pessoas.

  • Mentindo em Berlim, sem meias

    O Globo, em 27/10/2013

    A tecnologia cibernética e a globalização dificultam muito a vida dos escritores viajantes, cujos veneráveis patronos talvez sejam Heródoto, Marco Polo e, no caso da língua portuguesa, o grande Fernão Mendes Pinto, também ingratamente conhecido como "Fernão, Mentes". Era muito bom, quando se podiam fazer relatos assombrosos de monstros marinhos que engoliam navios inteiros sem mastigar, reis e imperadores que moravam em palácios de ouro maciço, rinocerontes voadores e portentos para qualquer gosto ou fantasia. Sumiram até mesmo os mentirosos de renome local, como os de Itaparica, hoje reduzidos a uma meia dúzia desalentada, que não pode competir com a tevê e mal reúne plateias minúsculas de dois ou três gatos-pingados, mesmo assim descrentes, desrespeitosas e contestadoras, que duvidam até de façanhas singelas, como a descrita numa das histórias contadas pelo finado Lamartine. O tocante episódio teve início quando o papagaio de Lamartine, presente da sua dele santa esposa, a também saudosa dona Naninha, fugiu de casa, onde vivia solto, poucas semanas antes de seu dono chegar à então avançada idade de sessenta anos, ocasião festiva para todos.

  • Emergem os novos radicalismos ocidentais

    Jornal do Commercio (RJ), em 25/10/2013

    A vitória, afinal, de Obama no impasse orçamentário é muito mais do que o ganho, de vez, de uma prospectiva do horizonte, a longo prazo, do futuro americano. De princípio, pela redução da força eleitoral do Tea Party como núcleo duro do republicanismo do país. Reduziu-se sua ascendência sobre a opinião pública, de par com o seu endurecimento radical. Não comportou variações ou dissidências. Assentou-se, de maneira irrevogável, como o radicalismo de direita no país. Não há como subestimar, entretanto, em termos eleitorais, o vulto despropositado de seus financiadores, concentrados em três ou quatro gigantescas companhias, e, sobretudo, nos fundos dos irmãos Hubble.