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Artigos

 
  • Como fazer

    O Globo, em 05/06/2022

    O Festival de Cannes desse ano se encerrou essa semana com a vitória de um filme sueco. Em 2019, o cinema brasileiro recebera grande destaque e prêmios com “Bacurau”, de Kleber Mendonça, e “A vida invisível”, de Karim Aïnouz. Mas há 60 anos atrás, ganharíamos a Palma de Ouro, o prêmio máximo do festival, com “O pagador de promessas”, realizado por Anselmo Duarte com produção de Oswaldo Massaini. Entre as duas datas, nossos filmes seguiram sendo exibidos em Cannes e em outros festivais internacionais, ganhando prêmios e virando sucessos pelo mundo afora. Mas nada se compara à Palma de Ouro.

  • O populismo, de novo

    O Globo, em 05/06/2022

    Mais uma vez o país está às voltas com a disputa entre populistas para a escolha do próximo presidente da República, como acontece desde a redemocratização. Antes, já tivéramos populistas históricos como Getulio Vargas, Jânio Quadros, Jango, Juscelino. De 1989 para cá, só os populistas foram eleitos: Collor, populista de direita, que disputou com outros dois populistas de esquerda, Lula e Brizola; o próprio Lula, Dilma, e depois Bolsonaro.

  • A natureza cuida?

    O Estado de S. Paulo, em 05/06/2022

    Aquele cachorro branco, mais do que isso, alvo como a neve, é lindo e doce, a não ser que o 'chamado da selva' se faça ouvir e ele se transforma. Eu tinha 18 anos quando me encantei com os livros de Jack London e com a biografia aventureira do autor. Um que li e reli foi O Chamado Selvagem, sobre um cachorro selvagem que é domesticado, mas a certa altura abandona a civilização e volta à sua origem, dominado pelo instinto, devolvido à sua ferocidade. Assim como certos políticos brasileiros voltam à selva.

  • Questão de prioridades

    O Globo, em 02/06/2022

    Quando o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, anunciou que “apertaria” o governo federal para que adotasse uma política de subsídio a fim de tentar reduzir o preço dos combustíveis ao consumidor final, estava dado o sinal de que as prioridades de deputados, e certamente senadores, às vésperas das eleições de outubro são relacionadas a atos populistas que nada têm a ver com políticas públicas ou programas de governo.

  • Machadiano

    O Globo, em 31/05/2022

    À falta de coisa melhor na política, num momento em que a radicalização leva a situações surreais no país, dedico este espaço a um encontro acontecido no leito de morte de Machado de Assis em sua casa no Cosme Velho, que não existe mais pela incúria de nossa política cultural. Um encontro entre um jovem estudante, que se tornaria importante figura da política nacional, e o maior escritor brasileiro.

  • A favor da ciência

    O Globo, em 29/05/2022

    A posse do neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho na Academia Brasileira de Letras, “um médico que trabalha pela vida” em sua própria definição, transformou-se em defesa calorosa da ciência, e numa tomada de posição institucional “a favor das pesquisas científicas, das vacinas e das artes”. A posse de Niemeyer deu sequência a uma tradição da ABL, que já teve em seus quadros nomes como Miguel Couto, Carlos Chagas Filho e Ivo Pitangui, entre outros.

  • De volta ao futuro

    O Globo, em 29/05/2022

    Como fazer um filme, uma peça de teatro ou ficção literária precisa de algum dinheiro, quando a cultura é perseguida e não pode se expressar livre e independentemente, o que melhor revela o que está se passando é a canção popular. Ao longo dos anos, em diferentes casos e países, é ela que tem nos contado o que acontece de verdade.

  • Piada pronta

    O Globo, em 26/05/2022

    Quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decretou a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro nos processos contra o ex-presidente Lula, e, um atrás do outro, em diversos pontos do país, eles foram sendo arquivados, logo surgiu a pergunta que não queria calar, uma piada crítica ao absurdo da situação: 'E o dinheiro devolvido graças aos acordos obtidos na Operação Lava-Jato terá de ser restituído a seus donos?'.

  • Rumo ao precipício

    O Globo, em 24/05/2022

    O ex-governador de São Paulo João Doria tomou uma atitude que já estava madura ao renunciar à candidatura à Presidência da República, mas deveria ter se antecipado à cúpula do PSDB, que agora está às voltas com a pressão interna para que o partido tenha um candidato próprio. Não se trata mais de disputar a Presidência com Lula, Bolsonaro, Ciro Gomes. Trata-se, isso sim, de tentar salvar a própria sigla do desastre anunciado.

  • Em busca do ouro

    O Globo, em 22/05/2022

    Desde que Elon Musk, o homem mais rico do mundo, anunciou seu interesse pelo controle do Twitter, Bolsonaro e seus seguidores comemoram, dando à transação comercial uma conotação política de favorecimento à liberdade de expressão, o que agrada ao bilionário, que tem uma visão bastante libertária do que isso seja. Tanto que pretende reabrir as contas do ex-presidente Donald Trump, que se utilizou das redes sociais, especialmente o Twitter, para insuflar a invasão do Capitólio para impedir que o Congresso americano validasse a vitória do democrata Joe Biden na eleição presidencial de 2020.  

  • As mães de cada um

    O Globo, em 22/05/2022

    Leio sempre as cartas de leitores às publicações que leio. Elas são escritas por necessidades às vezes difíceis de se avaliar, mas me faz bem lê-las. No último Dia das Mães, lembrei-me de um recorte que guardo há dois anos. Publicada durante o anúncio inaugural da pandemia, no início de 2020, a carta de Sergio Alves, leitor de O GLOBO, dizia assim:

  • Duas noites espantosas

    O Estado de S. Paulo, em 22/05/2022

    Não fosse a crônica de Sérgio Augusto, eu passaria batido por uma noite histórica. A da estreia em São Paulo de Deus e o Diabo na Terrado Sol, em 1964, antes do golpe. Foi no Cine Windsor, na esquina da Avenida Ipiranga com a Rua do Boticário. Na época, uma das salas de luxo do centro. Hoje, nem sei se aberto, depois de total decadência e muitos pornôs.

  • Um novo sabor

    O Globo, em 19/05/2022

    Durante a Guerra das Malvinas, o genial escritor argentino Jorge Luis Borges a definia como “lutas de carecas por um pente”. É o que acontece com a terceira via, que até agora não demonstrou ter cabelo suficiente para se pentear, mas briga entre si por uma brecha na polarização entre Bolsonaro e Lula, a tal ponto que não sobrou nada da musculatura que, imaginava-se, poderia ter quando ainda era um grupo forte, com o União Brasil de cofres forrados de dinheiro dos fundos partidário e eleitoral.

  • Forças desarmadas

    O Globo, em 15/05/2022

    As Forças Armadas andam muito suscetíveis às críticas que recebem das “forças desarmadas”, expressão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral(TSE) ministro Edson Fachin que provocou mais um impasse retórico entre os militares e o Judiciário. Quando disse que “quem trata das eleições são as forças desarmadas”, Fachin tinha um objetivo claro: advertir que não serão admitidas, dentro dos marcos legais, interferências  externas no sistema eleitoral das urnas eletrônicas.

  • A volta da Cinemateca

    O Globo, em 15/05/2022

    Desde que os primeiros europeus botaram os pés na América, em 1492, ficou combinado entre eles que só havia canibais entre os indígenas do Novo Mundo. De volta à Europa, os caronas de Cristóvão Colombo espalharam essa história por onde andavam. Pouco depois, Pedro Alvares Cabral aportou mais ao sul do mesmo continente desconhecido e seus embarcados adotaram o mesmo discurso que devia ajudar a afastar aventureiros daquelas preciosas “descobertas”. A coisa não pegou, o gosto da aventura e do enriquecimento rápido era mais poderoso que o medo de ser comido pelos canibais americanos.