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Artigos

 
  • Pensar duas vezes

    Diário do Comércio (São Paulo), em 22/08/2005

    Disse-me em conversa o ex-prefeito Paulo Maluf, o autor dos elevados, mais conhecidos como minhocões , obras que foram, segundo a imprensa da época, faraônicas, tornanado possível o trânsito de veículos na capital. Acentuou-me, convictamente, não houvesse ele construído os elevados, São Paulo pararia. Paulo Maluf é engenheiro.

  • Sim, mas quem não é?

    O Globo (Rio de Janeiro), em 21/08/2005

    Vejam vocês, o sujeito pensa que já viu tudo, tendo nascido na primeira metade do século passado, e se tornado foca (involuntário - meu pai não era moleza e me meteu numa redação de jornal sem me consultar e eu que voltasse para casa rejeitado, porque destino mais ameno teria quem embarcasse para a Coréia por volta daquela época) aos 17 anos e militado em tudo que é tipo de coisa em redação de jornal, no tempo em que se berrava e fumava nas redações, só tinha uma mulher ou outra, assim mesmo considerada meio anormal, ou de comportamento sexual aberrante ou vítima de distúrbios mentais, e bastava aprender a pilotar uma Remington para tentar se dar bem.

  • O mago no Tibete

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 20/08/2005

    Não parece, mas ser cronista diário está ficando difícil, sobretudo quando um assunto único empolga o país em que ele vive, sofre e, eventualmente, se diverte. Pode parecer um paradoxo, mas justamente quando fica fácil falar de uma coisa, a luzinha vermelha se acende, alertando para a chatice de saber quantas cabeças de gado tem o caixa do PT e o que a secretária do assessor de um deputado estava fazendo no dia 2 de maio de 1999.

  • da velhice com rabeca

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 19/08/2005

    Muito se tem falado em política e em valores morais nestes últimos meses. Esse é um tema permanente na atividade pública. Alceu Amoroso Lima, no prefácio que escreveu para "O Homem e o Estado", estudos coordenados por Alejandro Bugallo, disse que a política não é uma solução total do destino humano, mas "uma condição para essa solução", acrescentando na citação de Walter Lippman que "o homem é um animal ingovernável".

  • Lavoro, salute o amore

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 19/08/2005

    Não vi os letreiros iniciais do filme nem foi preciso. Passava da meia-noite. Sem sono e sem vontade de ler, liguei a TV e dei com o canal da RAI, onde uma antiga chanchada italiana já havia começado. Apesar da intimidade com os atores daquela época, não identificava nenhum dos personagens, até que, no momento em que ia mudar de canal, apareceu o Nemmo Carotunuto, que sempre fazia papéis secundários, mas brilhantes, nos filmes de Monicelli, Lattuada e outros. Sua grande hora chegou naquela deliciosa paródia "I Soliti Ignoti" ("Os Eternos Desconhecidos"), de Monicelli, quando aponta uma arma para o caixa da loja de penhores e pergunta, com voz de criminoso: "Sabe o que é isso?".

  • Plutocracia retirante

    Diário do Comércio (São Paulo), em 19/08/2005

    Suponho que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca tenha ouvido a palavra plutocracia, mas ela existe: é o governo da riqueza, dos ricos, do pleno domínio do dinheiro nas atividades políticas. Para tornar clara a definição direi que é o regime no qual manda o dinheiro.

  • Delações premiadas

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 18/08/2005

    Não costumo aderir às modas que se sucedem, sobretudo no campo do jornalismo. Não faz tempo, os redatores usavam o verbo "disparar" no sentido de retrucar, acusar. Outra mania, fartamente adotada pelos membros das atuais CPIs, é usar a expressão "ao fim e ao cabo", que nem sentido faz, além da redundância - que o bom gosto aconselha evitar.

  • Os partidos no Brasil

    Diário do Comércio (São Paulo), em 18/08/2005

    No Império, os partidos Conservador e Liberal se revezaram no poder; o Conservador deu ao presidente do Conselho dez vezes e o Liberal onze vezes o Ministério de Conciliação presidido pelo marquês do Paraná. Quem conhece a História do Império sabe que os partidos desempenharam a contento as funções que lhes foram cometidas.

  • Cecília Meireles - Deusa e poeta

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 17/08/2005

    No dia 7 de novembro de 1901, nascia Cecília Meireles aqui no Rio de Janeiro. E morreria 48 horas depois de completar 63 anos de idade, no dia 9 de novembro de 1964. Segundo Drummond, em novembro ela veio e, em novembro, se foi: ''Mulher bela e poeta. Mas principalmente deusa''.

  • Projetos de poder

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 17/08/2005

    Dois partidos (PT e PSDB) sempre foram parecidos, não pelos programas em si, tampouco pela origem de seus integrantes, mas pela ambição comum de permanecer no poder por 20 anos. Note-se: a ambição não era de dez nem de 30, mas de exatos 20 anos. Para isso, usaram e usam de todos os recursos, inclusive a inevitável mala preta para dobrar resistências e angariar apoios -circunstanciais ou não.

  • Au dessus de la mélée

    Diário do Comércio (São Paulo), em 17/08/2005

    Causa, quer me parecer, uma pressão insatisfatória a insistência do presidente Lula da Silva em procurar um bode expiatório, que tire de seus ombros a responsabilidade pela crise em que braceja o PT, partido que o lançou candidato e que fez uma campanha presidencial caríssima, que afinal, alcançou a vitória na terceira tentativa para conseguir o alto posto.

  • Livro de uma geração

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 16/08/2005

    Completa agora 60 anos o livro de Antônio Fraga, "Desabrigo". Quando o lancei, na editora Macunaíma, que Ernande Soares e eu fundamos, com o próprio Fraga de sócio, sabíamos que se tratava de uma novidade literária de tal atitude que o mais natural seria ela passar desapercebida. Como passou.

  • Despertar da China

    Diário do Comércio (São Paulo), em 16/08/2005

    Grande guerreiro Napoleão I, teve uma antevisão profética ao exclamar num de seus dias de glória que o mundo tremeria quando a China despertasse.

  • Lula é a crise

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 16/08/2005

    Pediram-me um depoimento sobre Lula e a crise. Eu entendi errado. Entendi que Lula é a crise. Aliás, era o que pensava e continuo pensando desde o início da lambança que o governo e o PT fizeram por aí.