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Artigos

 
  • A Recife universal do tecelão Mauro Mota

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 10/08/2005

    Nascido no Recife em 16 de agosto de 1911 e morto em novembro de 1984, Mauro Mota foi jornalista e ensaísta. Pertenceu à Academia Brasileira de Letras, eleito para a cadeira nº 26, quando competiu com Thiers Martins Moreira, tendo Laurindo Rabelo como patrono; Guimarães Passos como fundador; Paulo Barreto, Constâncio Alves, Ribeiro Couto e Gilberto Amado, como antecessores; e sendo sucedido por Marcos Vilaça, seu conterrâneo.

  • Espumas flutuantes

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 10/08/2005

    Nada a ver com Castro Alves e suas "Espumas Flutuantes". As espumas que contam (ou não contam conforme o caso) são provocadas não por uma mas por três CPIs que estão batendo simultaneamente em nossas costas, nem sempre protegidas por muralhas de pedra e indiferença.Sempre haverá qualquer coisa, além do que já houve. A parte mais visível da ressaca - as espumas propriamente ditas - já cumpriu o seu papel de espum a: vieram à superfície, foram fotografadas e analisadas de vários ângulos e logo serão superadas por novas espumas no vaivém da nossa história política.

  • Processo

    Diário do Comércio (São Paulo), em 10/08/2005

    O ensaísta Harold Laski, em seu livro The American Democracy , define o presidencialismo americano como uma instituição original, que não deveria ser transplantada para outro país, que não vingaria. Não é necessário fazer prova.

  • O centenário de Sartre

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 09/08/2005

    Nascido em 1905 está Jean-Paul Sartre sendo este ano homenageado, analisado, reeditado, não só como romancista e teatrólogo, mas também, e principalmente, como filósofo. De sua ficção, acaba a Nova Fronteira de reapresentar sua trilogia "Os caminhos da liberdade" que consta dos seguintes títulos: "A idade da razão", "Sursis" e "Com a morte na alma". O livro em que Sartre chegou mais longe na defesa de uma postura filosófica foi "O ser e o nada" (publicado pela Editora Vozes).

  • O cerco se aperta

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 09/08/2005

    Aperta-se cada vez mais o cerco em torno do presidente da República. Embora denúncia nenhuma tenha chegado até Lula, há um consenso nacional de que ele de alguma forma sabia do mensalão. Não ficou definido, ainda, o grau do conhecimento, apenas isso.

  • A Terceira Guerra Mundial

    Diário do Comércio (São Paulo), em 09/08/2005

    A Terra é a única que Deus Nosso Senhor nos reservou, com a liberdade que os povos não a sabem usar. Essa Terra onde, por um momento o paraíso perdido apareceu restaurado pela ciência, está de novo ameaçada. O terror é a nova arma, preparada pelo demônio para destruir a civilização.

  • Bacharéis em baixa

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 08/08/2005

    Foi noticiado, recentemente, o recorde de reprovação na seccional paulista da OAB. Dentre os 20.237 candidatos (advogados formados - bacharéis em Direito) o índice de reprovação foi de 92.8% apenas 1.450 conseguiram aprovação. O Dr. Luiz Flávio Borges D´Urso, presidente da OAB/SP acha que "há pessoas que chegam à prova e não sabem conjugar verbos ou colocar as palavras no plural", recomendando que "é preciso reagir". Concordamos inteiramente com ele. Muitos comunicadores, até renomados, com a desculpa de modernidade, erram à vontade, como acontece com freqüência na CPI dos Correios. Pensamos, até, para ficar na moda, que se poderia criar a CPI da Língua Portuguesa. Os erros mais escandalosos seriam punidos com multas e até prisões, com leituras obrigatórias, como um dia pensou o deputado Rebelo.Cibernética

  • A dragagem do Tejo

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 08/08/2005

    O esquema de corrupção que traumatiza a nação é antigo. No passado recente, teve um pique que nada fica devendo aos escândalos de hoje. A reeleição de FHC e os processos de privatizações superam em muito os "mensalões". E a maior parte da mídia, naquela época, acreditando que o país era governado por um "déspota esclarecido" (descoberta de um filósofo emérito da USP), ficou silenciosa e quase solidária com os escândalos que rolaram no Congresso.

  • O petróleo em questão

    Diário do Comércio (São Paulo), em 08/08/2005

    Óleo para as lâmpadas da China. Os produtores - na época, à frente os EUA - vendiam petróleo para o mundo inteiro. Vinha para o Brasil uma gasolina em latas grandes, da marca Energina , cujo símbolo era, nem mais, nem menos, antes do nazismo, a cruz suástica, que abraçou poucos depois o mundo com sua terrível wermacht . Estamos, pois, de novo, em face de um ukase da OPEP e nada podemos fazer, para impedir a alta do bruto.

  • Brincadeira de mau gosto

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 07/08/2005

    Comentei ontem o discurso exaltado e eleitoreiro do presidente Lula em Garanhuns, ameaçando céus e terras, dizendo que terão de engoli-lo, mas sem especificar quem saciará a fome à custa de suas viandas. No mesmo discurso, ele se refere à crise política que traumatiza a nação como "brincadeira de mau gosto".

  • Vocês aí

    O Globo (Rio de Janeiro), em 07/08/2005

    Peço desculpas pela repetição de algo que já escrevi aqui diversas vezes, mas acho necessário, porque persiste minha impressão de que o povo brasileiro esquece uma verdade importante. Entre nós vigora a soberania popular, expressa no belo enunciado “todo poder emana do povo e em seu nome será exercido”. Embora a Constituição seja violentada ou ignorada o tempo todo, a manutenção desse princípio é básica e consagra a verdade de que o dono do país é o povo e que todo servidor público, eleito, concursado ou nomeado por compadrio é empregado do povo e lhe deve serviço e satisfações.

  • A tempestade se aproxima

    O Globo (Rio de Janeiro), em 07/08/2005

    SEI QUE VEM UMA TEMPESTADE porque posso olhar à distância, ver o que está acontecendo no horizonte. Claro, a luz ajuda um pouco - é o final do entardecer, o que reforça o contorno das nuvens. Vejo também o clarão dos raios.

  • Eles, quem?

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 06/08/2005

    A imprensa destacou em manchetes a ameaça do presidente Lula feita num comício de campanha eleitoral em Garanhuns, berço natal de Sua Excelência. Mais uma vez, revelando sua notável cultura futebolística, ele repetiu uma frase do treinador Zagallo: "Eles terão de me engolir".

  • O duplo estatuto do intelectual

    O Globo (Rio de Janeiro), em 06/08/2005

    Em minha geração, o papel do intelectual foi sobrevalorizado. Ele era visto como um funcionário do absoluto, como detentor do saber da História, como representante do espírito do tempo. Hoje, ao contrário, ele perdeu suas ambições megalomaníacas e se vê como simples participante da divisão social do trabalho: ele escreve livros, como outros os imprimem, outros os encadernam e outros os vendem. Ele é um profissional como todos os outros. Nada mais que isso.

  • Estômago de Aço e o mensalão

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 05/08/2005

    Quando viajei ao Amapá, na última semana, deu-me uma inesperada, inóspita e insidiosa dor de estômago. Doía danadamente. Na minha idade, convivemos com muitos achaques que nos são, quase sempre, conhecidos e freqüentes. É dor aqui, mal-estar acolá e a todos conhecemos e já sabemos como proceder: chá de laranja, tintura de arnica, pomada de cânfora e por aí vamos. Mas dor de estômago do jeito que veio não estava entre minhas baldas. Daí, com o meu declarado e sempre não proclamado ser hipocondríaco, fiquei logo calado e pensando o que poderia ser. Há muito nada sentia nesse órgão. Quando era moço, em São Luís, tinha um restaurante "Estômago de Aço", que era a prova de fogo para males da gula. Mas o estômago mais forte que existiu no Maranhão foi de um deputado acusado de ter feito uma negociata com arame farpado vindo da antiga Cortina de Ferro. Os jornais diziam: "Fulano está comendo arame farpado como quem come macarrão".