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Artigos

 
  • Esperança ameaçada

    Diário do Comércio (São Paulo), em 27/07/2005

    Na última reunião de Mesa Administrativa da Santa Casa, um dos irmãos mesários, ao responder ao meu cumprimento, disse-me que o mal maior praticado pela crise gerada pelo PT do presidente Lula foi ter dado origem à crestação da esperança, não só nas novas gerações que despontam, mas a todos nós que ainda cremos no Brasil. Dei-lhe a minha conformidade.

  • A marca do fim

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 26/07/2005

    Há menos de um mês, em encontro organizado por Cândido Mendes de Almeida em Paris, coube-me falar na Sorbonne, sobre "O romance no Brasil". Depois de uma introdução rápida sobre as raízes da arte de narrar, estudei a obra de dois narradores seminais da nossa literatura - José de Alencar e Manuel Antônio de Almeida - fixando-me, em seguida, em Machado, Raul Pompéia e Aloísio de Azevedo, para chegar a Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Graciliano, Adonias, Lúcio Cardoso, Otávio de Faria, Clarice Lispector, Cornélio Pena, João Guimarães Rosa, Érico Veríssimo, José Sarney, Ciro dos Anjos, Antônio Calado, Ariano Suassuna, Nélida Pinõn, Inácio de Loyola Brandão, Campos de Carvalho.

  • A crise e os sapos

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 26/07/2005

    Deixando de lado as miudezas dos escândalos que traumatizam a vida nacional, é hora de fazer um balanço, ainda que provisório, do governo de Lula e do PT, com a perspectiva de dois anos e meio de um mandato de quatro -o que já é bastante.

  • Apoteose mental

    Diário do Comércio (São Paulo), em 26/07/2005

    O presidente Lula está dentro da fase pessoal que um antigo e já falecido humorista de televisão chamou de apoteose mental. O presidente, sem mais nem menos, desafia qualquer intelectual, qualquer escritor, qualquer professor de Ciência Política para debater com ele o significado de ética.

  • A ponte

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 25/07/2005

    Pontes são símbolo de desperdício no país.Folha Cotidiano, 18.07.2005 

  • O império brasileiro e seus fotógrafos

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 25/07/2005

    Paris continua em festa. Apesar do calor intenso, estranho até para os cariocas da gema, os eventos se sucedem, no que se convencionou chamar de "Ano do Brasil na França". Somos testemunhas de que centenas de visitantes compareceram à exposição "O Império Brasileiro e seus Fotógrafos", no Museu Quai D"Orsay.

  • Lula não é ladrão

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 25/07/2005

    No programa "Liberdade de Expressão", da CBN, perguntaram-me se eu não ficara surpreendido ou chocado com o carro que deram a um tal de Silvio, funcionário do PT. Um presente na base dos R$70 mil. Informaram-me que a nação ficou estarrecida com a generosidade da empresa e com o mérito do funcionário petista, que fez por onde ganhar tal e tamanho reconhecimento. Respondi que não. Era um problema interno da empresa e do funcionário. Dá e recebe quem quer e pode. Eu nunca ouvira falar nesse tal Silvio, como nunca ouvira falar em Delúbio, Valério "et caterva".

  • Comédia Italiana

    Diário do Comércio (São Paulo), em 25/07/2005

    O presidente da República, o Lula dos velhos tempos do sindicalismo, parece perdido no cipoal do Ministério por ele formado no começo do governo "soi disaant" de trabalhadores. Li n' O Globo de 20 deste mês, uma reportagem verdadeiramente jocosa. O presidente nomeia, depois constata que era outro a ser nomeado, demite o recém-nomeado e nomeia o outro, tudo às carreiras, por ser necessário apressar a suposta reforma, quando de reforma não há nada, mas nomeações e demissões de velhos companheiros de viagem, como diziam os comunistas em outros tempos. O que veio à mente, da leitura da reportagem do influente jornal do Rio de Janeiro, foi uma daquelas comédias italianas, sem pretensão, mas que eram deliciosamente engraçadas, por espicaçarem o traço italiano, que é naturalmente comediante.

  • A temporada de caça

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 24/07/2005

    Li por aí que o senador Delcídio Amaral passou um dia inteiro selecionando denúncias que chegam à CPI dos Correios, a maioria delas vinda de anônimos que aproveitam a confusão para acusar desafetos políticos ou profissionais.

  • O que é isso, companheiro?

    O Globo (Rio de Janeiro), em 24/07/2005

    Abordando o que vou abordar, corro o risco de desinteressar os leitores. Culpa minha, claro, pois estarei tocando num assunto velho. Já é comum escreverem-se ensaios polissilábicos sobre como a massa de informação que nos bombardeia sobrecarrega a mente e nem temos tempo de pensar direito. E a tecnologia, cada vez mais célere, torna tudo obsoleto de um dia para o outro. Consumimos novidades, não queremos senão novidades, tudo envelhece em poucos dias, às vezes horas. O massacre de ontem hoje não mais interessa e a corrupção denunciada hoje cansa, se repisada amanhã. Tudo, até a notícia, virou uma espécie de mercadoria e o consumidor quer o último lançamento.

  • Da importância do olhar

    O Globo (Rio de Janeiro), em 24/07/2005

    NO INÍCIO THEO WIEREMA ERA APENAS um sujeito insistente. Durante cinco anos enviava religiosamente um convite para o meu escritório em Barcelona, convidando-me para uma palestra em Haia, na Holanda.

  • Mundo, vasto mundo

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 23/07/2005

    1) O japonês Takaru Kobayasho comeu 49 cachorros-quentes em 12 minutos e venceu pela 5ª vez a tradicional disputa em Nova York.

  • Lula, depois de Lula

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 22/07/2005

    Bresser Pereira vem nos dar, nestas páginas, a análise talvez mais contundente da crise atual do sistema, batendo a sonda toda. Estaríamos a pique de uma crise de legitimação capaz de atingir as bases sociais do governo e as previsões tranqüilas, de início, de reeleição. Não nos poupa do veredicto letal: o governo Lula acabou. Pode continuar na rotina, já que golpe não existe, nem quebra do mínimo de virtude administrativa para entregar a faixa e os anéis do próximo mandato. O bisturi do sociólogo investiga o suporte de classes ao Planalto, nesse apoio a se desmoronar, e agrega, na faixa de perigo, a pequena classe média capitalista, a burocracia de Estado e o mundo empresarial, rendido, pela primeira vez, à avalanche eleitoral de 2002.

  • Cecas e reforma política

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 22/07/2005

    Há muitos anos, fiz uma conferência na Escola Superior de Guerra sobre a necessidade de reforma do sistema eleitoral brasileiro. Era o tempo em que o presidente Figueiredo abolia o antigo esquema de dois partidos: Arena e MDB. Publiquei depois um ensaio com o título "Partidos Políticos" e apresentei projetos sobre a necessidade de implantação do sistema distrital no Brasil.

  • A noite do aprendiz de Daniel

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 22/07/2005

    Vê a tarde cair lá fora e pensa: "É a última tarde, o último sol. Amanhã, quando novo sol passar pelo céu, estarei mergulhado nesta noite que agora começa para todos, depois surgirá um novo amanhã, mas para mim a noite continuará a ser noite, noite da qual não sairei, a minha noite".A confusão que já não pode controlar é cada vez maior e projeta, na memória cansada, o verso que Racine botou na boca de um personagem que ia ser sacrificado: "Soleil, je te viens voir pour la dernière fois!". O francês parece macarrônico, mas é de Racine mesmo.