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Artigos

 
  • O grande homem

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 10/12/2005

    De poucas palavras e muitas convicções, quando dava um bom-dia não era um cumprimento, era uma declaração de princípios. Quais, ninguém sabia, nem mesmo ele, mas eram princípios que lhe valeram a fama de sábio entre os sábios e de justo entre os justos.

  • Bahia e o humanismo em nossa imprensa

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 09/12/2005

    O corte biográfico, todo, de Luiz Alberto Bahia é regido pela evolução mesma do nosso jornalismo, dentro da maturação da cultura brasileira. Na formação do meio século, pouco presente, ainda, a universidade, o jornalismo puro condicionou o jogo de nossas idéias políticas, e a nossa modelagem institucional. A trajetória do pensador combatente que ora perdemos é a dessas matrizes do país que saiu do establishment. Formado no Santo Inácio, exposto ao pendor natural pelo curso de direito, interrompeu-o para dedicar-se a imprensa. Seduziu-o o trato direto com a opinião pública, cujas vozes audíveis passavam por sobre os rigores do scholar, para responder ao sentido de participação no seu tempo.

  • Um complicador a mais

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 09/12/2005

    Mais uma vez volto a falar na reforma partidária - e cada vez tenho vontade de falar mais. Duas reformas são tratadas de maneira retórica, porque ninguém deseja realmente fazê-las: a reforma política e a reforma administrativa.

  • Receita para qualquer biografia

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 09/12/2005

    João Francisco Xavier da Silva, notável tribuno, ensaísta, diplomata, parlamentar, jornalista e dentista no início de sua carreira, nasceu em São Paulo, em 1914. Naquele mesmo ano, um estudante matou o arquiduque da Áustria em Sarajevo, ponto de partida para uma guerra que duraria quatro anos e, com a entrada dos Estados Unidos no conflito, iria se tornar mundial, envolvendo dois continentes e antecedendo alguns anos a Segunda Guerra Mundial, em 1939, que só terminaria quando explodiu a primeira bomba atômica em Hiroshima.

  • O cinema na Grande Depressão

    Diário do Comércio (São Paulo), em 09/12/2005

    A força do cinema como propaganda foi provada na seqüência na Grande Depressão americana. Ao estudar o presidencialismo americano para um livro que estou escrevendo, e que espero concluir até junho, me fixei nas fontes do sistema dos Estados Unidos, que só deu certo no país de origem e se constituiu num arsenal de crises onde mais foi instituído.

  • O futuro de cada um

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 08/12/2005

    Fizeram a mesma pergunta a Severino Cavalcanti e a José Dirceu: qual é o seu futuro? Os dois foram cassados mais ou menos pelos mesmos motivos. Exerciam cargos importantes: o primeiro era presidente da Câmara dos Deputados e teria recebido R$ 7.500 para renovar o contrato da concessão dos restaurantes no Congresso.

  • A democracia brasileira

    Diário do Comércio (São Paulo), em 08/12/2005

    Destaco um aspecto enaltecedor da democracia brasileira. Evoluímos das atas falsas do PRP, na Primeira República, às máquinas de votar das eleições atuais. Passamos das cédulas eleitorais impressas pelos partidos às cédulas oficiais, e hoje estamos votando com celeridade e apuração no mesmo dia.

  • Réquiem para Oscar Dias Corrêa

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 07/12/2005

    Nestes dias de luto, é doloroso escrever sobre um homem plural como Oscar Dias Corrêa, falecido na semana passada, um mineiro nascido na sua querida Itaúna, há 84 anos, que, ainda mocinho, vencia um concurso de oratória. Aquele triunfo já prenunciava o incomparável orador que seria vida afora e previa igualmente o discípulo de Dante, o pai da poesia italiana, mas sobretudo o autor da Divina comédia, em homenagem à sua platônica paixão por Beatrix Portinari.

  • Atirar pelas janelas

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 07/12/2005

    Tempo de cassações tem alguma coisa a ver com a velha prática da defenestração, um tipo de limpeza de terreno que lembra a fase que atravessamos. Atirar pela janela -raiz etimológica da defenestração- tinha a vantagem de não se mascarar em solução moral ou legal para se livrar de um adversário. Era praticada na marra, sem esconder os objetivos de poder ou conveniência de um grupo ou pessoa.

  • Sobre os motoboys

    Diário do Comércio (São Paulo), em 07/12/2005

    Havia eu lido, alguns dias atrás, o que um motoboy dissera a um jornalista. Não era bravata, tinha eu convicção, quando ele afirmara que unidos como são os motoboys podem parar São Paulo quando assim decidirem, nos seus interesses.

  • Chávez não ganhou

    Diário do Comércio (São Paulo), em 06/12/2005

    Notícias da Venezuela nos indicam que o presidente Hugo Chávez não sai ganhando nas eleições de domingo, segundo o Instituto de Opinião Pública, que, ao contrário, dá a vitória à oposição.

  • Oscar segue Dante

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 06/12/2005

    Antes de nos deixar, esta semana, terminou Oscar Dias Corrêa a descrição de sua viagem com Dante, ao longo de versos e de rimas, sobre o chão mesmo da poesia que ilumina as palavras, suas letras, seus vazios, suas pausas. A escolha de Dante para companheiro de viagem marca o homem que a faz, com uma clarividência rara e luminosa.

  • Piloto automático

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 06/12/2005

    "O Brasil está crescendo dentro de suas possibilidades". A frase não é do conselheiro Acácio, que deu o tom e o conteúdo dos pronunciamentos de FHC durante os oito anos de seu mandato. Não creio que Lula saiba quem foi o conselheiro, mas não importa. O fato é que, mediunicamente, deixou que o personagem de Eça de Queiroz baixasse na atual crise que ele atravessa, crise que o deixa chateado.

  • Anjos fumantes

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 05/12/2005

    Mulher tenta abrir porta de avião durante vôo para fumar. Uma francesa admitiu em um tribunal da Austrália ter tentado abrir a porta de um avião em pleno vôo para fumar um cigarro do lado de fora. A mulher de 34 anos, que tem medo de voar de avião, havia bebido álcool e tomado remédio para dormir antes do vôo entre Hong Kong e Brisbane, na Austrália. Foi vista andando em direção à porta do avião da Cathay Pacific com um cigarro e um isqueiro na mão. Começou a tentar abrir a saída de emergência quando foi impedida por uma aeromoça. Folha Online, 21 de novembro de 2005 

  • Enfim, a solução

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 05/12/2005

    Começo a ver claro na confusa, indecifrável vida nacional. Os estrategistas durante a guerra, os sanitaristas durante as epidemias, garantem que o mais importante é localizar o núcleo do inimigo ou o foco das infecções. Até a semana passada, para os nossos lados estava tudo boiando, sem nitidez, sem solução possível.