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Artigos

 
  • A crença no diabo

    Diário do Comércio (São Paulo), em 05/12/2005

    Citei há pouco tempo nesta coluna a confissão de Werner Sombart ao diabo, em face do que estava ele testemunhando na Europa do seu tempo, nos anos 30, onde as crises se encadeavam em todos os países, suscitando pânico nas populações que viviam tranqüilamente.

  • Drucker e o coração

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 04/12/2005

    Morrer aos 95 anos de idade, com uma vida plenamente realizada, foi o presente que Deus reservou ao escritor austríaco-americano Peter Drucker. Ele nasceu na Áustria, mas, sendo judeu, foi obrigado a deixar o seu torrão natal, em virtude das perseguições e mortes provocadas pelo nazismo, a partir dos anos 30.

  • O espírito das leis

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 04/12/2005

    Já tinha visto coisa parecida, mas em forma de filme, sem equivalência com a vida real. Um sujeito mata a mulher. Policiais, advogados, mídia, opinião pública, aquilo que costumam chamar por aí de "sociedade" ficam traumatizados pelas circunstâncias que envolveram o assassinato.

  • Hagakure e o caminho do Samurai

    O Globo (Rio de Janeiro), em 04/12/2005

    YAMAMOTO TSUNETOMO (1659-1719), depois de servir durante muitos anos como samurai, resolveu narrar tudo aquilo que aprendeu para Tsuramoto Tashiro, um de seus discípulos. O resultado dessas conversas transformou-se no livro “Hagakure”(Escondido atrás da folhagem), que conseguiu resistir à passagem do tempo e ainda hoje é atual. Relendo o texto, eu me dei conta de que grande parte dos ensinamentos ali contidos podem ser aplicados à nossa vida diária. Um samurai, como sabemos, era um guerreiro com um código de conduta (conhecido como bushido) baseado em três pontos importantes:

  • Aliviando a mão

    O Globo (Rio de Janeiro), em 04/12/2005

    A voz rouca das ruas é fogo. Estou saindo da pastelaria aonde vou neuroticamente toda santa noite e compro uma porcariada que não tem mais tamanho, pego minha sacolinha, uma voz me chama, é uma jovem senhora que decidiu interpelar-me.

  • O médico e o monstro

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 03/12/2005

    Poderia parecer uma vingança pessoal e política. Foi mais do que isso. Assisti pela TV aos discursos de Babá e Luciana Genro pouco antes da votação que cassaria o mandato de José Dirceu. No tom de voz de ambos havia, sim, alguma coisa de pessoal, nem mesmo o discurso principal da noite de quarta-feira, que foi o do interessado, teve elementos para transcender o fato político e atingir o território mágico da emoção.

  • O mal grandíssimo

    Diário do Comércio (São Paulo), em 02/12/2005

    Citei o axioma de Rui Barbosa várias vezes, mais vou citar mais uma vez, por ser oportuno fazê-lo. Escreveu o grande tribuno: O mal grandíssimo e irremediável das instituições republicanas consiste em deixar exposto à ilimitada concorrência das ambições menos dignas o primeiro lugar do Estado e, desta sorte, o condenar a ser ocupado, em regra, pela mediocridade .

  • Mar - personagem de Sylvio Pinto

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 02/12/2005

    Tema recorrente da pintura universal, o mar tem dois representantes na arte brasileira: José Pancetti e Sylvio Pinto. O primeiro, mais divulgado e enaltecido, prendeu-se ao tema pelo fato de ter sido marinheiro e por se fixar em praias geralmente desertas, captando da paisagem marinha a luz e a solidão. O segundo, mais abrangente e humano, buscou no mar a sua fonte mais funda e complexa. Suas marinhas - que continuam disputadas por museus e colecionadores - nem sempre são parecidas com as de Pancetti. Vez ou outra, os dois (que foram amigos e companheiros) adotam a mesma perspectiva, a mesma luz, o mesmo sentido pictórico.

  • Iguaçú e Iguazú

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 02/12/2005

    Em Iguaçu, demos o primeiro arranco. Em Iguazú, 20 anos depois, celebramos os resultados.Diz a sabedoria popular que as semanas passam muito devagar e que os anos correm mais rapidamente que as águas do vertedouro de Itaipu.

  • Lógica da crise, lógica do racha

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 02/12/2005

    A chegada ao fim do ano é já a de uma prática política que mereça o seu prêmio, sempre mal lido pelos panteões sôfregos do sucesso de um governo. Pela bolsa-família e sua irradiação, pela acolhida reforçada de Lula no Brasil de base, pela perda de pé das dramatizações mediáticas, o real concreto parece garantir-se do passo adiante. Apesar do que até diga Lula, em função do que porta como testemunho da sintonia medular de um outro Brasil e força da sua dessofisticação às vertigens, agonias do "Brasil-bem", indignado, repetido.

  • Não vale a pena

    Diário do Comércio (São Paulo), em 01/12/2005

    O jornalista José Nêumanne pergunta em seu artigo de ontem no jornal O Estado de S. Paulo se vale uma crise pela cassação de José Dirceu. Respondo: não vale a pena.E nem haverá crise, pois o personagem é um arrivista da política, um militante da esquerda clássica, acorrilhada ao fidelismo cubano. É um conhecido militante de identificação democrática duvidosa.

  • Luzes de dezembro

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 01/12/2005

    Dezembro chegou e, um pouco antes dele, chegou a árvore de Natal daqui da Lagoa. Não tenho certeza, mas acho que é a décima vez que a colocam ali, boiando e iluminando todo o conjunto formado pelas montanhas que circundam aquilo que a geografia escolar nos ensina como uma porção de água cercada de terra por todos os lados.

  • Érico Veríssimo, o contador de histórias

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 30/11/2005

    A grande e multifacetada obra de Érico Verissimo (1905-1975) costuma ser dividida em dois grupos. Primeiro, cronologicamente falando, estão os romances da série Clarissa, que, publicado em 1933, inaugurou livros caracterizados sobretudo pela temática urbana ou porto-alegrense.

  • Maio de 68 continua

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 30/11/2005

    A Queda da Bastilha fez da França a matriz do próprio conceito moderno de revolução e da ruptura das instituições, nascidas de uma consciência profunda da perda da sua legitimidade. A guilhotina de Luiz XVI marcava a virada de página dos absolutismos esclarecidos do começo do Estado-nação de nosso tempo. Paris, de novo, foi protagonista de Maio de 1968, a que, agora, quer se associar, com o mesmo chicote inesperado da insurreição, a força dos incêndios repetidos, que passaram da subúrbia parisiense a ameaçar mais de uma centena de cidades francesas. A sucessão de queimas de automóveis, num braseiro sistemático, sem líderes nem palavras de ordem, até onde indica um desses movimentos de um inconsciente social, tectônico, sublevado? Não estamos mais diante de uma intelligentsia vigilantíssima que levou ao século da enciclopédia, à instituição do ideal político da liberdade, igualdade e fraternidade.

  • Que gente toda é essa?

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 30/11/2005

    Pesquisa que ainda não foi feita: qual dos dois nomes, atualmente, é mais citado na mídia, Palocci ou Dirceu? Sei que todos temos problemas pessoais, profissionais e existenciais, criar mais um não chega a ser maldade, é um pleonasmo.