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O cinema na Grande Depressão

 

A força do cinema como propaganda foi provada na seqüência na Grande Depressão americana. Ao estudar o presidencialismo americano para um livro que estou escrevendo, e que espero concluir até junho, me fixei nas fontes do sistema dos Estados Unidos, que só deu certo no país de origem e se constituiu num arsenal de crises onde mais foi instituído.


A Grande Depressão abismou o moral americano, em tal dimensão que supunham seus intelectuais não seria fácil reerguê-lo, foi quando o governo americano apelou para os empresários da cena americana e esses se puseram à disposição do poder público. Muito se deve ao cinema na fase que se seguiu ao crash da Bolsa de Nova York.


Os especialistas em cinema e alguns de grande saber podem dar informações extensas sobre a influência da arte cênica nesta transformação e na preparação para a guerra que viria em 39 contra o nazi-facismo.


Os filmes, pelo que me foi dado assistir, acentuam a insistência dos produtores cinematográficos no otimismo, com o qual eles conseguiram mudar a concepção de vida dos americanos em face da terrível crise que abalou sua estrutura política, social e econômica. Por exemplo: A felicidade não se compra, Do mundo nada se leva, O tesouro de Sierra Madre , todos e muitos outros, que seria longo lembrar, mudariam o psiquismo americano e viriam a colocá-lo na rota do desenvolvimento sustentável.


A grande nação do Norte seria de novo a primeira potência mundial e responsável na II Guerra pela restauração plena das democracias solapadas e abaladas pelos totalitarismos, que introduziram o mal na história e espalharam a crise generalizada pelo mundo. Esse é o papel do cinema em favor dos Estados Unidos e da democracia.


 


Diário do Comércio (São Paulo) 09/12/2005

Diário do Comércio (São Paulo), 09/12/2005