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Artigos

 
  • A solidão de Lula

    Folha de S. Paulo (São Paulo), em 06/04/2006

    Os analistas políticos de diversos calibres chegaram a um consenso: Lula está só. Em três anos, perdeu e se afastou de seus amigos e companheiros históricos. Está agora cercado de gente que mal conhece, como mais da metade de seus atuais auxiliares de primeiro escalão.

  • A colméia e a abelha

    Folha de S. Paulo (São Paulo), em 05/04/2006

    Uma das palavras mais banalizadas de nosso tempo, além de "ética" e "resgate", é "estadista". O sujeito é chefe de divisão dos dormentes de uma ferrovia no Alto Purus, no dia de seu natalício há sempre um subordinado que o classifica de estadista. Na classe política, a briga para saber quem é ou não é estadista tornou-se briga de cachorro grande. Todos são estadistas, pelo menos em duas ocasiões: quando estão no poder e quando morrem.

  • Nus ao telefone

    Folha de S. Paulo (São Paulo), em 03/04/2006

    *Um terço dos usuários de telefonia na Grã-Bretanha faz chamadas completamente nus, sendo os homens mais propensos a essa prática do que as mulheres, revelou um estudo divulgado pela agência de notícias Reuters. A pesquisa, de responsabilidade dos Correios da Grã-Bretanha, revelou que cerca de 40% dos homens admitiram conversar sem roupas, contra 27% das mulheres.

  • Sobre a imortalidade

    Revista o Globo (Rio de Janeiro), em 02/04/2006

    COMO O SER HUMANO RESPONDE ÀS mudanças? Mal. Sempre muito mal. Um dos mitos mais difundidos no mundo inteiro - o mito do vampiro - reflete essa idéia.

  • Me visitem na cadeia

    Jornal o Globo (Rio de Janeiro), em 02/04/2006

    Passei uns dias fora, sem ler jornais ou ver televisão. Deve ter sido esse afastamento fugaz das notícias a razão por que, ao voltar ao convívio delas, tomei um susto. Bastaram esses dias para minha perspectiva se apurar, por assim dizer, e eu sentir em cheio a assombrosa desvergonha a que chegaram o Brasil e suas instituições. Com perdão da má pergunta, que país é este, meu Deus do céu? Resolvi tomar a liberdade de dizer o que me parece no momento, sem eufemismos ou ressalvazinhas bestas, embora, é claro, me arrisque bastante. Posso ter meu sigilo bancário aberto - o que certamente provocaria frouxos de riso nos bisbilhoteiros -, assim como qualquer outro sigilo, pois o governo demonstrou que não merece confiança e é destituído de escrúpulos. Portanto, nenhum dos nossos dados a que é garantida confidencialidade está seguro. Ou de repente escarafuncham meu passado e descobrem um contemporâneo capaz de jurar que eu colei numa prova de latim do ginásio e portanto passei fraudulentamente, o que será considerado crime hediondo por algum tribunal desses do Executivo, que por aí abundam. Finalmente, como não empregarei eufemismos, não é impossível que me acusem de calúnia, difamação ou injúria e eu venha a ser condenado pelo que se considerará um ou mais desses crimes, apesar de que, no meu parecer, se trataria de delito de opinião, figura que não existe, mas que pode perfeitamente ser posta em prática, sob nomes artísticos que lhe emprestem a aparência de legitimidade.

  • A vez e a voz do eleitor

    Jornal O Globo (Rio de Janeiro), em 30/03/2006

    A densidade da crise neste início de ano tem já um resultado definitivo. Os lamentos do nepotismo do Judiciário em face da decisão do Supremo levaram até à greve grotesca da magistratura de Minas Gerais, ao insistir no mais crasso dos abusos do velho sistema: a privatização imemorial das vantagens do exercício do poder. Ficará na crônica do nosso aperfeiçoamento democrático o aferro à provisão dos cargos públicos, pelo exercício mais desinibido do casuísmo, em bem de emprego familiar, frente à norma do novo Conselho Nacional de Justiça.

  • O Golpe de 64

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 29/03/2006

    Lembro-me bem do golpe de 1964, que depois de amanhã completa 42 anos. Eu era aluno da Faculdade de Ciências Econômicas da antiga Universidade de Minas Gerais e militava na Ação Popular, grupo de esquerda católica. Era grande a politização do mundo estudantil, em consonância com o que se passava na política nacional. Muitos de nós acreditávamos ingenuamente que o País caminhava para o socialismo e queríamos ser parte da jornada. O presidente João Goulart era visto com suspeita, mas julgávamos que o movimento popular, os operários, os estudantes e os camponeses fariam a mudança com ou sem o presidente.

  • Demissão de Palocci

    Diário do Comércio (São Paulo), em 29/03/2006

    O alvoroço que colocou diante de Antonio Palocci uma ciranda de verdades, meias-verdades e inverdades, provocou escândalos que acabou levando o operoso e simpático ministro ao inevitável pedido de demissão. Este episódio me faz lembrar uma antiga charge do temível semanário humorístico inglês Punch , que não sei se ainda existe.

  • Amazônia Brasileira

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 28/03/2006

    De minha experiência como adido cultural na África, em Nova York e na Inglaterra, tive muitas vezes de enfrentar o que sempre me pareceu realmente ser uma série de sinais da cobiça internacional com relação à Amazônia. Em várias conferências que fiz em lugares tão diferentes entre si como Lagos, Dakar, Londres, Liverpool, Los Angeles, Estocolmo, Varsóvia e Milão, indagações e afirmações de professores e alunos locais indicavam uma tendência geral a se considerar o Brasil como incapaz de tomar conta de uma região com a importância da Amazônia.

  • Empresas de leilões

    Diário do Comércio (São Paulo), em 28/03/2006

    Têm sido freqüentes em São Paulo e no Rio de Janeiro leilões de objetos de arte e louças de grande categoria. São organizações milionárias que realizam os leilões.

  • A dança das cadeiras

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 27/03/2006

    A presidência da Câmara Municipal de Serra, no Espírito Santo, fez uma compra de material inusitado para os vereadores da Casa. São 17 poltronas de couro, anatômicas, reclináveis, dotadas de controle remoto que ativa um sistema eletrônico de massagem nas costas e na nuca. Foram gastos R$ 62.900. Folha Cotidiano, 21 de março de 2006.

  • A era da comunicação

    Diário do Comércio (São Paulo), em 27/03/2006

    Estava inaugurada a Era da Comunicação, que a exposição internacional do Japão também anunciara. É por isso que o nosso Chacrinha, com sua buzina e sua irreverência, dizia: "Quem não se comunica, se trumbica".

  • Os genes de Romeu e Julieta

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 26/03/2006

    A trajetória do evolucionismo mostra como é difícil rotular, do ponto de vista político ou ideológico, idéias que nascem da ciência, da cultura ou da arte. Certamente não era em rótulos que Charles Darwin pensava quando escreveu "A Origem das Espécies". Mas uma teoria tão revolucionária inevitavelmente teria seu papel no choque de conceitos que emergia com toda sua força no século 19, o século que marcou a ascensão do capitalismo e também dos movimentos sociais que a ele se opunham. Esquerda e direita eram então categorias estanques, como o eram progressista e reacionário.

  • Tem governo aí, não?

    O Globo (Rio de Janeiro), em 26/03/2006

    Uma coisa que ninguém pode nos negar é a originalidade. Já começa que devemos ser, como diziam os professores, o mais extenso país do mundo em terras contínuas e férteis. E, se não somos, estamos perto. Somos também um país dotado de imensos recursos naturais e um clima no geral amigável e não temos tribos ou facções secularmente inimigas. Somos, assim ou assado, uma nação, com a mesma língua e os mesmos traços culturais. Fica difícil entender, portanto, a razão por que tanto atraso e problemas tão terríveis.