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Artigos

 
  • Renovação

    Extra (Rio de Janeiro), em 18/06/2006

    Daqui por diante - e por algumas centenas de anos – o Universo vai boicotar as pessoas preconceituosas. A energia da Terra tem que ser renovada constantemente. As novas idéias precisam de muito mais espaço para serem apreciadas e compreendidas. O corpo e a alma precisam de novos caminhos para se unirem harmoniosamente. O futuro bate a nossa porta, e todas as idéias – exceto as que envolvem preconceito – terão chance de aparecer e serão mais valorizadas pelas pessoas. O que for importante, ficará. O que for inútil, desaparecerá.

  • Testemunho de um século entre Academia e jornal

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 17/06/2006

    Este álbum de arte, que acaba de ser editado, tem uma unidade lingüística numa variedade temática, porque abrange desde o espírito da Páscoa, de Alceu, até os escritores do Império e da República, de Secchin, passando pelas Ephemerides brazileiras de Rio Branco, a língua português de Bechara, o Sartre de Cony, o Otto de Lêdo e o narco imperialismo de Jaguaribe.

  • O sábio verdadeiro

    Extra (Rio de Janeiro), em 17/06/2006

    Um mestre budista viajava com seus discípulos, quando reparou que eles discutiam quem era o maior. “Faço meditação há 15 anos”, dizia um. “Faço caridade desde que saí da casa dos meus pais”, dizia outro. “Sempre segui os ensinamentos de Buda”, dizia um terceiro. Pararam debaixo de uma macieira para descansar e os galhos estavam carregados. O mestre falou: “Quando uma árvore está com frutos, seus ramos tocam o chão. O verdadeiro sábio é humilde. Quando uma arvora não tem frutos, seus ramos são arrogantes e altivos. O tolo se crê maior que o próximo”.

  • Momento de verdade

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 17/06/2006

    O torcedor brasileiro está condenado a se preocupar com Ronaldo, um fenômeno em vários sentidos, desde suas atuações no passado até aos casos que vem criando ou que criam com ele. Conseguiu uma unanimidade durante o jogo contra a Croácia: foi o pior, o mais lamentável jogador em campo. Antes disso, ocupou a mídia com suas bolhas nos pés e sua resposta malcriada ao presidente Lula, que muitos acharam oportuna e muitos acharam despropositada. Afinal, a forma física dele é indisfarçável: está gordo e, em campo, o excesso de peso é visível para um cego de nascença.

  • Vamos dar uma força a Ronaldo

    O Globo (Rio de Janeiro), em 17/06/2006

    Entre as coisas mais terríveis que acontecem aos muito famosos, está a de que ele ou ela deixa de ser gente. Passa a pertencer a uma espécie à parte das outras pessoas, principalmente se, junto à fama, vem a fortuna.

  • Fundamentalismos e nações a perigo

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 16/06/2006

    A cidade de Dili, no Timor, vem de ser sacudida pela mais violenta comoção popular desde a separação da Indonésia. Vencendo Alan García, no Peru, Humala, o derrotado, declara que apenas começa o conflito diante do país que vê inexoravelmente rachado. Evo Morales, por seu lado, não deixa dúvidas de que ser boliviano é antes de tudo reivindicar a sua matriz Aymara, numa nação em que o colonialismo exasperou as condições constitutivas de marginalidade para além da pobreza. Na luta contra o governo constituído do Timor entrou em pauta a resistência das tropas do Exército a serem obrigados a falar português, consoante a nova cidadania trazida com a independência. A massa da população permanece fiel ao idioma indonésio, já que a língua de Camões, ao momento da independência não vinha à boca de mais de 2% da população.

  • A agonia da Varig

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 16/06/2006

    Assis Chateaubriand, quando advertido por João Calmon, superintendente dos Diários Associados, que a situação do O Jornal, que então circulava no Rio, era crítica, respondeu: “Não se desespere, Calmon, jornal não morre de enfarte e a doença que o mata leva, no mínimo, dez anos.”

  • A estrela da quermesse

    Diario de São Paulo (São Paulo), em 16/06/2006

    A quermesse planetária das chuteiras, das canelas milionárias, possui uma estrela incontestável - a televisão. Lembro-me de um certo dia no saguão dos Diários Associados , à rua 7 de Abril, com Assis Chateaubriand, convidados, diretores e o frade franciscano e antigo ator de cinema José Mojica, original paraninfo da inauguração da TV Tupi. Fico pensando que a televisão faz mágicas indescritíveis para evoluir e trazer sempre novidades. O grande prélio futebolístico na Alemanha deu a essa estrela a oportunidade de subir a um podium imaginário, em que ela brilha com intensa luminosidade, abarcando todos os povos na sua mensagem de união em torno de um fim e de apoio à atividades esportivas e econômicas.

  • A simpática torcida inglesa

    O Globo (Rio de Janeiro), em 16/06/2006

    Todo mundo ouviu falar no comportamento dos torcedores ingleses, que já mereceu sanções por parte da Fifa e do próprio governo inglês. Alguns deles foram fichados e não podem nem aparecer nos estádios. Há gente que acha isso exagero, pois, afinal, os ingleses são sempre considerados exemplos de civilidade e calma ou, como se dizia antigamente, quase que somente em relação a eles, fleuma.

  • O desafio nacional

    Correio Braziliense, em 15/06/2006

    As raízes da carência de leitura no Brasil são profundas. Basta relembrarmos que somente em 1808 a tipografia (excetuando um episódio atípico e sem maior expressão) apareceu entre nós. Como tantas outras marcas de civilização que só se implantaram no território nacional com a viagem da família real portuguesa — uma das grandes efemérides que serão comemoradas daqui a dois anos, junto com o centenário da morte de Machado de Assis e o do nascimento de Guimarães Rosa — o livro no Brasil, assim como os periódicos, tem apenas 198 anos de idade, o equivalente aproximado de seis gerações, o que representa para nós um notável atraso de partida em relação à América Hispânica e aos Estados Unidos. 

  • Esquadras e tropas de choque

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 15/06/2006

    Fiquei espantado com a indignação geral causada pela depredação da Câmara. Foi unânime a consideração de que se tratava de um ato de "vandalismo". Do presidente da República ao mais insignificante escriba da praça, todos falaram em vandalismo.Acontece que os vândalos são de outros tempos, tempos antigos, e tinham motivações em geral guerreiras, saqueavam cidades indefesas, matavam, roubavam, incendiavam, estupravam, eram realmente vândalos e se diferenciavam de outros guerreiros, que, mesmo lutando, não ultrapassavam certos limites.O episódio da semana passada remete a um tipo de vandalismo mais recente e letal. Lembra as arruaças promovidas pelos nazistas na Alemanha antes da subida de Hitler ao governo e, na Itália, quando Mussolini queria arrancar alguma medida fascista que aumentasse o seu poder. Um e outro botavam nas ruas suas tropas de choque, assustando a sociedade e agredindo a ordem vigente. Só pararam quando a ordem vigente foi a deles, o nazismo na Alemanha e o fascismo na Itália. A partir de então, os mesmos arruaceiros eram os vigilantes da nova ordem.Longe de mim atribuir a Lula qualquer nexo com Hitler ou Mussolini. Mas seu partido, engolfado na onda de corrupção inédita na história dos partidos nacionais, sempre teve uma conotação totalitária, de conseguir seus objetivos na marra, na base do pau. E, em alguns casos, até mesmo em episódios suspeitos que terminaram em mortes.Lula não precisa das "squadre" fascistas nem de "SS" nazistas para se reeleger. Mas o programa de salvação nacional, sobre o qual fez sua carreira até chegar lá, vem motivando não apenas a corrupção desenfreada mas a violência, que, lá atrás, muito lá atrás, era a dos vândalos e, mais recentemente, a dos nazistas e fascistas.

  • Ressaca, Ronaldinho e Ronaldão

    O Globo (Rio de Janeiro), em 15/06/2006

    Passado o pouco memorável jogo da terça-feira, as cabeças estão esfriando, mas ainda há muita gente por aqui falando como se o Brasil tivesse perdido. Até mesmo os britânicos, pois não só de arruaceiros se compõe a torcida inglesa. Logo depois do jogo, entrando no elevador do hotel em Berlim, me bati com dois cavalheiros ingleses aparentemente sóbrios, ambos vestidos com a camisa da seleção brasileira, que olharam meu crachá de imprensa e viram que sou brasileiro.

  • A boa nova

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 14/06/2006

    Pelo que me lembre, nunca houve evento internacional tão badalado quanto a atual Copa do Mundo. Os atentados de 11 de setembro de 2001 também ocuparam a mídia de todo o mundo, mas foi um acontecimento inesperado e com seqüelas que ainda não acabaram. É evidente que não se pode fazer uma comparação de valor entre os dois eventos. Fico apenas na enxurrada de palavras e de imagens que ambos geraram e continuam gerando.

  • Entrevista de ministro

    Diario do Comercio (São Paulo), em 14/06/2006

    Boa entrevista concedeu à Veja o ministro Marco Aurélio Mello, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele repetiu o que já disse em diversas ocasiões. Sua intenção merece aplausos, pois ele quer a purificação – a palavra é dele – dos homens públicos, o que está longe de ser entrevisto pelos leitores, pelos observadores, pelos analistas e pelos próprios políticos. Deve-se reconhecer que houve um grande progresso no cenário eleitoral brasileiro depois das eleições de 1945 até as últimas, para a Presidência da República. Mas, como reconhece o ministro, há muito o que fazer para se aprimorar satisfatoriamente a legislação e a conduta dos candidatos; sem dúvida, todos desejosos de ser eleitos. Citei há dias o saboroso conto de Machado de Assis, A Sereníssima República , a falsa república das aranhas, na qual o paciente Cônego Vargas obteve bons resultados.