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Artigos

 
  • Políticos na berlinda

    O Globo, em 31/01/2015

    À medida que vai se aproximando a hora da divulgação da lista dos políticos envolvidos no escândalo do petrolão, é interessante notar o cuidado com que o Ministério Público trata a questão. Além de ter resguardado o máximo possível as denúncias contra dos parlamentares e atores políticos de maneira geral, deixando para a última parte da operação a revelação da atuação de cada um, no seu blog pioneiro, onde explica a origem da operação e dá os detalhes, inclusive com gráficos, de como funcionava o esquema debelado pelo que consideram "a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve", o Ministério Público atribui a organização do esquema às empreiteiras, e não ao governo, como as empreiteiras acusam.

  • Com balde e pano de chão

    O Globo, em 28/01/2015

    Já estou fazendo a minha parte, economizando o bem da natureza que me é mais caro: o “precioso líquido”, como os jornais de antigamente escreviam quando não queriam repetir a palavra água. Não tomo mais aquele banho gostoso, interminável, o chuveiro jorrando e eu de fora me ensaboando. Também não deixo mais a torneira aberta quando faço a barba e escovo os dentes. No meu prédio, a mangueira foi praticamente abolida, substituída pelo balde, o pano de chão e a vassoura. Em todo verão, o Rio lança um modismo. Já tivemos o verão da sunga, da maconha, das dunas da Gal, do topless. O de agora talvez venha a ser o do balde ou do pano de chão ou da vassoura — enfim, alguma novidade bem velha. E, justiça seja feita, a moda pode estar pegando.

  • Tradição ou atualização

    Folha de S. Paulo, em 27/01/2015

    Polêmica que nunca acabará: lembro uma briga antiga que empolgou não a plebe rude, mas a plebe erudita. Mais precisamente, o mundo lírico: tradição ou atualização? O pretexto foi a montagem de uma ópera, "Madama Butterfly", no Municipal do Rio. Deve-se atualizar o passado?

  • Educação cada vez pior

    Folha Dirigida, em 27/01/2015

    Toda vez que se aborda um plano de governo, em que nível for, surge a expressão qualidade do ensino.  Com razão, pois temos tido alguns êxitos no que se refere à quantidade, sobretudo no ensino fundamental, mas é lamentável a questão  da qualidade, por motivos diversos.  Chegamos a ser a sexta economia do mundo.  Fica difícil melhorar de posição, com o atual  panorama da educação.

  • Não sabem o que fazem

    Folha de S. Paulo, em 25/01/2015

    Há algum tempo, num descuido de espaço e vontade, assisti a um programa do PC do B. Fiéis ao programa do partido, ao marxismo-leninismo, presos aos slogans superados, que durante anos transmitiam a seus membros, fiquei comovido. Tanto na fidelidade aos ideais antigos, quanto na ingenuidade de uma luta cujas coordenadas se diversificaram a tal ponto que a luta perdeu não apenas o sentido, mas a oportunidade.

  • De melindre em melindre

    O Globo, em 24/01/2015

    Era de se esperar, ainda que difícil de entender. Mas já tínhamos visto isso antes. Poucos dias depois do Onze de Setembro, todos ainda chocados com a morte de milhares de inocentes, algumas reportagens mostraram que alunos de escolas cariocas reagiram comentando algo como: “Bem feito! Pra ver se eles aprendem...” Agora não foi preciso esperar alguns dias. Poucas horas depois do atentado ao “Charlie Hebdo", as redes sociais já estavam cheias de comentários do tipo “A França colhe o que plantou.”

  • Se fosse só o calor

    O Globo, em 24/01/2015

    Já não falo do calor que, pelo jeito, não vai continuar assim, fiquem calmos, vai piorar. E daí? Afinal, deveríamos estar todos orgulhosos pela quebra do recorde de 1917 e pela conquista do título de capital mais quente do país, à frente de Teresina e Cuiabá. Também não falo do apagão, que está sendo distribuído democraticamente: por enquanto atingiu 11 estados e o Distrito Federal — e a previsão é de mais cortes. Não se pode acusar o governo de discriminação, pois a ideia, parece, é contemplar todos. Elevação de impostos, aumento da gasolina, alta do PIS/Cofins, volta da Cide, tudo isso se destina aos consumidores em geral, não há do que reclamar. Como também não adianta lamentar a morte de cinco vítimas, inclusive duas crianças, de bala perdida nesses últimos seis dias, vou então falar das mazelas de minha aldeia, Ipanema.

  • A encruzilhada dos BRICS

    O Globo, em 23/01/2015

    O contraste entre os países do BRICS pôde ser medido ontem pela ambição de seus representantes no debate promovido pela Globonews aqui no Fórum Econômico Mundial em Davos.

  • Inquieta uma política externa doméstica

    Jornal do Commercio (RJ), em 23/01/2015

    O discurso de posse de Dilma dividiu-se entre a alentada prestação de contas e a prospectiva do seu segundo mandato. A ênfase no drama da Petrobras apertou os cravos, diante do país, sobre essa inédita apropriação de recursos do Estado pela nossa maior empresa, a indicar, ao mesmo tempo, uma competência de primeiro mundo na execução da fraude.

  • O Rio, na liderança da imprensa

    Jornal do Commercio (RJ), em 23/01/2015

    Às vésperas de comemorar os seus 450 anos de vida, o Rio de Janeiro tem na imprensa uma das maiores razões de orgulho: a posição de líder, considerando o conjunto das atividades de mídia impressa, o rádio e a televisão.  É assim muito oportuna a iniciativa da Academia Carioca de Letras, promovendo o seminário que conta com o brilho da participação do jornalista Cícero Sandroni, o mais acariocado  dos paulistas existentes.

  • Vergonha nacional

    Folha de S. Paulo, em 22/01/2015

    Estamos vivendo em nosso país tempos sombrios em matéria de qualidade do ensino, especialmente se considerarmos a educação pública. Os resultados do Enem são catastróficos. Houve uma queda de 7,3% no desempenho médio em matemática. Na redação foi pior ainda: 9,7%. Vamos caminhando para o fundo do poço.

  • Levy seduz investidores

    O Globo, em 22/01/2015

    Tratado como uma espécie de salvador da pátria, mas sem deixar que isso o faça esquecer os problemas que tem pela frente, o novo ministro da Fazenda Joaquim Levy encontrou em Davos, no Fórum Econômico Mundial, o ambiente ideal para vender a imagem de um novo modelo econômico que ele, cuidadoso, mas mostrando determinação, fez questão de ressaltar sem, no entanto, definir como antagônico ao que estava em uso nos quatro anos do primeiro mandato da presidente Dilma.

  • Fora do foco

    O Globo, em 21/01/2015

    O Fórum Econômico Mundial que começa seus debates hoje em Davos dá razão à desistência da presidente Dilma, que preferiu ir à Bolívia a estar aqui. Pelo menos na terceira posse em sequência de Evo Morales a presidente brasileira terá lugar de destaque, dando a verdadeira dimensão a que o país está relegado no cenário internacional. Em Davos, a participação de autoridades brasileiras está limitada a discussões sobre a América Latina.

  • Um país afeito a matar

    O Globo, em 21/01/2015

    Se fosse possível estabelecer uma escala de requintes sádicos para a execução da morte como pena oficial, o ritual criado pelo governo da Indonésia disputaria um lugar de destaque. De tal maneira é dolorosa a expectativa a que a vítima é submetida, que Rogério Paez, que foi colega de cela de Marco Archer por cinco anos, disse que o sofrimento do amigo era tanto que talvez tenha sido um alívio a notícia, enfim, do desfecho, pois chegara a pedir para morrer ao diretor do presídio, sem sucesso. “Marco, adoraria te matar amanhã”, foi a resposta, “mas o homem lá de cima (o presidente) ainda não assinou. Espera mais um pouquinho”. Esse diálogo surrealista obedece a uma legalidade cínica e perversa que inclui oferecer ao condenado que passou 11 anos preso a “regalia” de escolher se prefere ser morto em pé ou ajoelhado, de venda nos olhos ou de capuz, como se fosse um gesto magnânimo do bondoso algoz.

  • Joana D'Arc do Planalto

    Folha de S. Paulo, em 20/01/2015

    Uma borboleta bate as asas na Tailândia. Na mesma hora, um furacão destrói metade da Flórida, derruba o Cristo Redentor do alto do Corcovado e o papa reinante morre de indigestão em Roma. Independentemente da história e da filosofia, os trancos da vida, os abrolhos do destino me fizeram jornalista contra a vontade e sem qualquer habilidade para a função.