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Artigos

 
  • Receita de louvor

    Folha de S. Paulo (SP), em 25/01/2009

    RIO DE JANEIRO - Ouvi no seminário onde estudei uma espécie de piada sem graça, mas que não esqueci – de certa forma, ela se repetiria na vida real de diversas formas e modos.

  • Bush, por quê?

    Folha de S. Paulo (SP), em 23/01/2009

    OBAMA É O SOL nascente. Bush é a luz que se apaga. Nestes seus oito anos fui inclemente com ele, sem saber se algumas vezes exagerei, mas a verdade é que a sua marca na história é um grande desastre.

  • Uma gota de água fria

    Folha de S. Paulo (SP), em 23/01/2009

    IMPOSSÍVEL a um cronista dos dias de hoje não comentar a posse de Barack Obama na presidência dos Estados Unidos. Este tipo de assunto não pertence à minha praia, mas tanto se escreveu e falou, tanto se especulou e enalteceu uma nova era nascendo para a humanidade, que, embora redundante, vou meter minha modesta colher neste substancioso mingau que está sendo servido ao mundo em generosas doses de otimismo e esperança. Fiel ao hábito de integrar a turma do contra, não perderei a oportunidade. Não irei desenvolver um pensamento lógico e ordenado, não é do meu feitio. Darei algumas pinceladas tentando explicar para mim mesmo as razões da minha dissidência no coro geral que se ergueu para saudar a Idade de Ouro que todos esperam no novo presidente.

  • Nota dez

    Jornal do Commercio (RJ), em 22/01/2009

    Não sou admirador fanático daquilo que se pode chamar de cultura ou civilização norte-americana, também conhecidas como “american way of life”. Os admiradores têm seus motivos, os que não admiram também. Tampouco espero maravilhas curativas da gestão de Barack Obama. O mais importante já foi feito – e com brilho histórico: enterrou formalmente o preconceito racista que ainda prevalecia em algumas camadas da sociedade. Neste particular, os Estados Unidos merecem nota dez.

  • O sonho da paz definitiva

    , em 21/01/2009

    Muito cedo, em sua vida, a menina Renia conheceu bem de perto os horrores da Guerra. Vivia em Ostrowiec, com seus pais e irmãos, mas a invasão nazista à Polônia obrigou-a a esconder-se, contando com a coragem e a benevolência de um casal católico, que a adotou como filha.

  • Aprimorar a democracia

    Folha de S. Paulo (SP), em 21/01/2009

    APESAR DO mundo conturbado em que vivemos neste início do terceiro milênio, democracia continua sendo uma aspiração universal. Embora o conceito seja antigo, sua realidade é algo para muitas gerações. Os que dela já desfrutam lutam por aperfeiçoá-la. Os que ainda não a conquistaram lutam por alcançá-la.

  • Uma era Obama sem anticlímax

    Jornal do Brasil (RJ), em 20/01/2009

    A nova Presidência americana ganha a sua credibilidade imediata, pela virada de página, de 76% da população no avanço da democracia pelo teste fundamental de respeito aos direitos humanos. O governo Bush levou a extremos o antagonismo entre segurança e fruição das liberdades impondo-se os receios e espantos da “civilização do medo”. E pode, no balanço quase patético de seu mandato, entender como o grande triunfo, o de não terem sido de novo os Estados Unidos expostos a um ataque terrorista, ou à derrubada de torres de Los Angeles ou Chicago. Sancionou também, como exigência desta preservação obsessiva, o direito à mentira internacional até a invasão do Iraque e a desestabilização política do Oriente Médio.

  • Uma nova educação média

    Jornal do Brasil (RJ), em 18/01/2009

    No caso, não se pode acusar o MEC de inércia. Está propondo uma série de modificações substanciais para a implantação de um novo modelo de ensino médio. O sistema cansou de tentativas inúteis, como as que marcaram o período FHC. Nunca foi tão oportuna a lembrança do comentário do educador Anísio Teixeira: "No Brasil, o ensino médio é órfão".

  • O carrasco de Sobibor

    Folha de S. Paulo (SP), em 18/01/2009

    Mais uma vez, a extradição de um criminoso é negada pelo governo brasileiro, que se mostrou dividido no episódio, com o Itamaraty aprovando a medida e o ministro da Justiça, secundado pelo próprio presidente da República, negando o apelo do governo italiano.

  • Sedição na ilha (2)

    O Globo (RJ), em 18/01/2009

    Não sei por onde começar. As notícias da ilha chegam de roldão, os acontecimentos se atropelam, alianças e cisões pululam em todos os cantos e não há como negar que o clima é francamente revolucionário. Amanhã, se tudo correr bem, deverei chegar por lá no fim da tarde, para juntar-me aos conspiradores liderados por Zecamunista, que passou uns dias em Itabuna se capitalizando, com a sorte habitual, numa sucessão de rodadas de pôquer milionárias e agora está ainda melhor do que no tempo do ouro de Moscou. As reuniões, como não podia deixar de ser, são clandestinas, mas todo mundo sabe que se passam no restaurante Pandélis, do camarada Magno, que, depois do Dia da Dedada, levou uns tempos um pouco afetado da ideia e terminou por ingressar nas hostes bolcheviques. Com base no slogan "se eu tomo, todos tomam", ele vai exigir reciprocidade, quando chegar o próximo o Dia da Dedada. Os itaparicanos aceitam tomar a dedada, mas depois têm o direito de dedar os dedadores, dos quais o mais visado, que, se tivesse juízo, não pisava mais na ilha, é um grandalhão que ganhou a alcunha de Salame Atômico — não, infelizmente, em alusão a alguma iguaria, mas em brutal referência às dimensões de seu dedo funcional e a seu estilo de aplicação. "Quem tomou não esquece", me garantiu Magno. "Até hoje eu tenho cada pesadelo medonho e não suporto mais ver nem salsicha, quanto mais salame."

  • O Farol de Capão da Canoa

    Zero Hora (RS), em 18/01/2009

    No começo do século passado, viajar para a praia era uma aventura demorada e não isenta de riscos. As pessoas iam de carreta, em parte por causa da enorme bagagem (a viagem era uma verdadeira mudança), mas sobretudo porque não havia outro meio de transporte. Na minha infância já se podia contar com linhas regulares de ônibus, mas a viagem ainda durava cinco horas, boa parte dela feita pela orla marítima, onde a probabilidade de atolar não era pequena. Mas a nós isso pouco importava. Capão da Canoa, para onde íamos uma vez por ano e por curta temporada, era um território de sonho, e à medida que dali nos aproximávamos crescia nossa excitação. O grande momento ocorria quando, do ônibus, avistávamos o farol.

  • Um espectro brasileiro

    Zero Hora (RS), em 17/01/2009

    A febre amarela não é originalmente uma doença brasileira. Mas depois que foi introduzida em nosso país encontrou aqui condições quase ideais: as matas com seus mosquitos, as cidades com suas más condições de higiene facilitando a proliferação de focos de insetos. Logo a febre amarela tornava-se epidêmica, com milhares de casos e um número elevado de óbitos, sobretudo na época em que os cuidados hospitalares também eram precários. Ocorreram episódios sombrios, como aquele do navio-escola italiano que veio para o Rio. Quase todos os marinheiros, centenas deles, adoeceram, e a mortalidade foi elevada, em torno de 80%.

  • Uma rosa amarela

    Jornal do Brasil (RJ), em 16/01/2009

    Sempre o mês de janeiro foi um tempo light. Período de férias, recuperador de forças, esperança e alegria, pernas para o ar que ninguém é de ferro, sol e maresia, mulheres com seu corpo exposto às caricias do sol, liberto das roupas e dos arrependimentos. A mídia sem notícias, recorre-se apenas aos desastres nas rodovias ou crimes inusitados. Até os anúncios fogem.

  • O rosto e a luta

    Folha de S. Paulo (SP), em 15/01/2009

    RIO DE JANEIRO - Cena de um desenho animado visto na TV: milionário desmiolado candidata- se a prefeito de sua cidade. Em casa, diante do filho, diz que se apresentará ao eleitorado de forma transparente, sem enfeites nem disfarces, mostrando-se tal como é. Num gesto teatral, arranca a peruca para jogá-la no lixo. Apatetado, o filho comenta: Mas pai, o senhor nunca usou peruca!. Com os cabelos na mão, o pai insiste: De hoje em diante, serei como sou!.

  • Um pouco de história

    Jornal do Commercio (RJ), em 13/01/2009

    Golda Meir, lendária primeira-ministra de Israel, por ocasião de uma das crises no Oriente Médio, declarou textualmente: “Prefiro receber mensagens de protesto do que mensagens de condolências”. Ela foi sacrificada após a Guerra do Yom Kipur, em 1973, quando tropas do Egito, aproveitando o dia santificado dos judeus, pela primeira vez chegaram perto de vencer Israel. Golda foi acusada de negligência, o país não podia sofrer aquela surpresa.