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Artigos

 
  • A voz da coerência

    Zero Hora (RS),, em 10/11/2009

    Anos atrás, eu estava em Jerusalém para um encontro de escritores, às vésperas de uma eleição decisiva que opunha o atual premiê, Benjamin Netanyahu, ao trabalhista Shimon Peres, cuja plataforma pacifista incluía uma confederação dos países da região. Proposta, aliás, que tinha o apoio dos israelenses: Peres era o franco favorito.

  • Solidão: use com moderação

    Zero Hora (RS),, em 31/10/2009

    Nos primeiros séculos da era cristã eram muito comuns os eremitas, crentes que, fugindo da vida mundana, iam para o deserto, onde passavam a viver em cavernas ou, como foi o caso do famoso Simão Estilita, em uma pequena plataforma no alto de uma espécie de poste. Hoje em dia esta possibilidade dificilmente ocorreria a alguém, mesmo porque os eremitas não se isolavam completamente: almas caridosas forneciam-lhes comida, roupa, ajuda quando necessário. Somos seres gregários: preferimos viver em família, em grupos, em comunidades. É uma necessidade que está embutida em nossos genes e que é favorecida pelo fenômeno da acelerada urbanização: 80% dos brasileiros vivem em grandes cidades, nas quais o excesso de gente é a regra.

  • A cereja do bolo

    Jornal do Commercio (RJ),, em 30/10/2009

    No meu já longo convívio com a Previdência Complementar, perto de 20 anos, aprendi a valorizar a política de recursos humanos por entender que é um fator estratégico essencial.

  • Fungos na democracia

    Folha de S. Paulo,, em 30/10/2009

    A América Latina ofereceu ao mundo, nos anos 80, a maior onda de democratização depois da Segunda Guerra Mundial. O processo foi indolor, sem a violência e as guerras da descolonização na África e na Ásia.

  • Culturas impermeáveis, democracias corrosivas

    Jornal do Commercio (RJ),, em 30/10/2009

    A Conferência do Cairo, da Academia da Latinidade, dedicou-se às perguntas críticas sobre o equívoco do diálogo das civilizações em nossos dias. Não nos damos conta ainda da distância abissal que nos separa do raiar deste século, quando a derrubada das torres de Manhattan nos deixaram a anos-luz da cultura da paz e do desarme com que esperávamos ter vencido o mundo dos muros, dos holocaustos e da. guerra dos botões nucleares.

  • Ecologia, Nordeste e bem comum

    Jornal do Brasil,, em 28/10/2009

    RIO - A ida de Lula à área de transposição das águas do São Francisco dá conta, ao mesmo tempo, do nível no próprio Nordeste de desconhecimento da obra e mesmo da consciência cívica que deveria cercá-lo. Os beneficiários não se dão conta, ainda, do impacto dos seus resultados para o desenvolvimento da região. De outro lado, a argumentação contra o empreendimento vinda, sobretudo, do pastoreio da Igreja, inquieta quanto ao limite em que o álibi ecológico está servindo para paralisar a mudança social em área crítica do nosso atraso.

  • Quanto mais festa, melhor

    Zero Hora (RS),, em 27/10/2009

    A caminho do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, chamou-me a atenção um cartaz afixado na fachada de uma das humildes casas comuns nas favelas da região. Dizia: “O Halloween é coisa do demônio”.

  • Paz mundial e guerra de religiões

    Jornal do Commercio (RJ),, em 26/10/2009

    O XX Colóquio da Academia da Latinidade se abre, nestes dias, no Cairo, para debater o fenômeno da pós-laicidade contemporânea, ou melhor, da retomada da força das religiões no dito conflito das civilizações contemporâneas. Pensava-se, ainda ao fim do século passado, que o futuro fosse ao advento de uma modernidade cada vez mais ligada à expressão da tecnologia e da fruição múltipla de seus benefícios.

  • A mãe de todas as senhas

    Zero Hora (RS),, em 25/10/2009

    Na minha infância, era muito comum a expressão chaveiro de freira para designar o impressionante molho de chaves que algumas religiosas, especialmente as diretoras de escola, carregavam, em geral preso ao cordão do hábito. Explicável: o acesso a depósitos, a salas de administração, a auditórios, a bibliotecas, tinha, naturalmente, de ser vedado a estranhos. Daí as fechaduras, os cadeados. E daí as chaves, que eram frequentemente enormes, o que reforçava o aspecto simbólico da vigilância.

  • Singrando os ares

    O Globo,, em 25/10/2009

    Esta vida airada de saltimbanco das letras ainda me mata. Quando comecei a perpetrar meus livros, os escritores apenas escreviam. Hoje – é o que penso resignadamente, enquanto afivelo o cinto e observo os letreiros de “não fumar” -, há períodos em que o escritor trabalha como funcionário do departamento de vendas da editora e, nesse esforçado mister, às vezes viaja tanto que volta e meia, ao despertar num aposento estranho, leva um certo tempo para descobrir em que cidade está. E eis-me de volta a um avião.

  • A panela dos poderes

    Folha de S. Paulo,, em 23/10/2009

    Com o passar dos anos, já é possível ver as consequências que vão surgindo e as tendências que se vão formando com a nova (?) Constituição de 1988. Acho que essa avaliação está passando ao largo dos estudiosos do direito e da sociologia política. A verdade incontestável é sua ambiguidade, sua dupla face: uma com normas próprias do regime parlamentarista, outra do presidencialismo predominante.

  • O livro impresso sobreviverá

    Jornal do Commercio (RJ),, em 23/10/2009

    Existe o convencimento de que o Brasil é o maior produtor mundial de livros didáticos, consumindo milhares de toneladas de papel, que é o insumo básico dessa indústria. Se fizermos um exercício futurológico, a primeira pergunta que se impõe é a seguinte: com o avanço científico e tecnológico, o que poderá mudar, nessa importante mídia pedagógica? Os livros, no formato tradicional, desaparecerão?

  • A ânsia do inusitado

    Zero Hora (RS),, em 20/10/2009

    Pergunta: que setor da moda brasileira está em alta? Os trabalhos dos grandes costureiros, aqueles que aparecem nas passarelas, usados por modelos estilo Gisele Bündchen?

  • Futuro Tecnológico

    O Globo,, em 18/10/2009

    Olho para o monitor à minha frente e lembro como, faz tão pouco tempo, eu estaria diante de uma pilha de laudas em branco, ajeitando pelo menos duas delas na máquina de escrever, com uma folha de papel-carbono ensanduichada entre elas. Os erros eram apagados com uma sucessão de xis e as emendas feitas laboriosamente a caneta, resultando disso um texto imundo e desfavoravelmente comparável a um papiro deteriorado. Dicionário era na base do levantamento de peso e da lupa de leitura e descobrir se o nome de um sujeito era com q ou com k às vezes demandava até pesquisa telefônica. E, depois de escrever a matéria, ainda se tinha de enfiá-la num malote e rezar para que chegasse a tempo.

  • Uma usina de produção cultural

    Jornal do Commercio (RJ),, em 16/10/2009

    Desde a sua criação, nos idos de 1946, quando o Brasil reencontrou o caminho da democracia, o Sesc tem se dedicado a projetos de cultura e educação que ultrapassam as fronteiras dos seus mentores, empresários de comércio e serviços. Uma conversa com Abram Szajman, em São Paulo, é bem elucidativa desse empenho: “Hoje, estamos convencidos da importância da educação, que é parte integrante da cultura”, diz ele, enquanto desfila a série de projetos da instituição que preside.