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Turista de quinta
Sou sempre aquele brasileiro anedótico, que compara as maravilhas do universo com as trivialidades de sua terra natal.
Sou sempre aquele brasileiro anedótico, que compara as maravilhas do universo com as trivialidades de sua terra natal.
É hora de sonhar com 2018, deixar de lado o desânimo e preparar o futuro.
Dois problemas atrapalham os cronistas: muito assunto e nenhum assunto. Este dá mais liberdade, mas nem sempre agrada o leitor. Muito assunto provoca um tipo de concorrência, porque todos falam mais ou menos a mesma coisa. Cabe ao leitor escolher o texto que mais lhe agrada.
A recente vitória do presidente Michel Temer no Congresso, barrando a denúncia da Procuradoria-Geral da República, explicitou mais uma vez um dos nossos graves problemas institucionais: não temos um sistema de governo, temos um simulacro de presidencialismo que o próprio presidente chama de “governo semiparlamentar”. Quer dizer, não temos nem presidencialismo nem parlamentarismo.
E os partidos que se alastram feito mofo? Como vão ser controlados? Haverá cláusula de desempenho? De que tipo?
Todos os deputados tinham como motivação uma causa nobre: o desenvolvimento econômico, a estabilidade política, enfim, o bem do país, não o próprio,claro.
Derrotar Temer é ajudar a fortalecer a volta do petismo, como argumentam muitos apoiadores do governo? Ou será que é o contrário, apoiar Temer ajuda a aumentar a força de Lula? Lula e o PT acham que o melhor é manter Temer no Palácio do Planalto sangrando até o final, embora os parlamentares petistas finjam que querem o presidente da República fora do governo.
Não foi unia surpresa o governo ter número suficiente para barrara abertura de processo pedida pela Procuradoria-Geral da República nem o fato de a oposição não ter chegado a um acordo para tentar evitar o quorum mínimo para a votação. Além do que, ficou claro que boa parte da oposição quer mesmo é manter Temer sangrando no Palácio do Planalto, para facilitar uma Campanha oposicionista em 2018.
Não me alegra a ideia de perdedores na política, nem me rejubilo com a epidemia prisional que se abate no país. Seja no cumprimento da justiça ou como irresistível ânsia predatória, diante de uma Suprema Corte altamente politizada ou partidária. Tampouco festejo o impeachment considerado como antídoto de nossa imensa crise, segundo pregam partidos de exuberante narcisismo.
Tornado réu pela terceira vez pelo juiz Sérgio Moro, Lula já pode pedir música no Fantástico, diz o povo. Além do triplex no Guarujá e o sítio de Atibaia, o outro processo a que Lula responde é sobre o terreno que teria sido oferecido pela Odebrecht ao Instituto Lula, e o aluguel de um apartamento vizinho ao do ex-presidente em São Bernardo, que teria sido pago pela empreiteira para uso de assessores do ex-presidente.
Com a necessidade de atendimento educacional, sobretudo em países socialmente desfavorecidos, esses novos mecanismos abrem perspectivas de democratização de oportunidades como jamais se viu. Assim, pode-se ligar a Internet a uma escala planetária de ofertas, valorizando o conceito de direitos humanos.
Em matéria de desgostos, o ano não precisou esperar por este oitavo mês, já teve antes até demais. Mas não custa advertir que pode piorar, a se acreditar na superstição que foi trazida pelos portugueses. Como lá era o momento em que as caravelas iam ao mar, as namoradas dos navegadores, além de passarem sozinhas a lua de mel, corriam o risco de ficarem viúvas.
A disputa entre a Polícia Federal e o Ministério Público é o que de pior poderia acontecer na perspectiva de quem espera que as investigações sobre corrupção no Brasil levem a uma mudança no cenário político nacional. Mas é tudo o que esperam os que desejam “estancar a sangria”, um desentendimento sobre procedimentos e interpretações que permita desacreditar as delações premiadas e, em decorrência, impossibilite utilizá-las como base para investigações mais aprofundadas.
A missão de salvaguarda da língua portuguesa é a principal obrigação da Casa de Machado de Assis. O terceiro milênio excita a imaginação e sentimos a necessidade de máxima atenção à língua portuguesa, um idioma dos mais respeitáveis, exigindo amplo entendimento.
No atual quadro, perde-se o impacto das alegadas melhorias econômicas
No jogo de forças enfrentado pelo status quo, mais se acentua a irrelevância, a esta altura, da saída de Temer. Assenta-se, sim, a força do delineio do regime na liderança irretorquível de Henrique Meirelles. E seu contraponto seria a interinidade de Rodrigo Maia até as eleições de 2018. Enquanto isso, não se sabe nem até onde vai a nova avalanche de condenações prometida pela Lava-Jato, nem se avançam demissões sucessivas dos ministros.