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Artigos

 
  • São do Ramo

    Diário do Comércio (São Paulo), em 12/01/2005

    Durante numerosos governos, creio que depois de 30, o Ministério da Agricultura era um lugar de despejo de apaniguados de políticos. Era regra que o Ministério não fazia nada pela agricultura, quanto mais não fosse para justificar o nome. Mas não ia além de uma denominação, que não atuava pela agricultura, e seus funcionários, protegidos de políticos com interesses eleitorais permanentes, contentavam-se em receber o salário no fim do mês, geralmente depositado em banco para facilitar o recebimento.

  • Sexo e morte em romance

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 11/01/2005

    Um dos maiores romancistas vivos do Brasil permanece desconhecido em Mato Grosso, com pelo menos seis romances inéditos guardados na gaveta. É o caso de Ricardo Guilherme Dicke. No fim do século passado (em 1999, exatamente), teve Dicke publicado, em Cuiabá, seu romance "O salário dos poetas", ríspida cavalgada em que tudo acontece, inclusive a bala de prata que mata os déspotas, com um dos personagens sendo coveiro e proclamando que nada existe além da "morte, morte, morte, simplesmente morte, será que existe algo mais?".

  • O grande culpado

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 11/01/2005

    Volta e meia me perguntam por que o Brasil não dá certo. Políticos, sociólogos, historiadores, economistas, filatelistas e columbófilos divergem nas causas, mas reconhecem os efeitos. Na realidade, tirante os otimistas e deslumbrados, todos admitem que, apesar de nossos avanços, de nosso progresso com ou sem ordem, alguma coisa atrapalha o Brasil.

  • O anjo da morte

    Diário do Comércio (São Paulo), em 11/01/2005

    O anjo da morte voejou nos últimos dias, ferindo-me, com seu bico, a minha sensibilidade. Morreu minha mulher. Foram quarenta anos de vida comum, sem um só atrito, como ocorre com freqüência entre casados depois de algum tempo prolongado. Levou uma das mais queridas amigas, a verdadeira amiga Dulce Simonsen. Desta guardamos a saudade dos fins de semana em sua fazenda no vizinho Jundiaí. Foram tempos inesquecíveis, fidalguia dos anfitriões e pela beleza da propriedade.

  • Nem tudo está perdido

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 10/01/2005

    Um dos nossos orgulhos é manter com o ex-ministro Ernane Galvêas uma boa relação de amizade. Embora ele seja predominantemente economista, com brilhante passagem pela Universidade de Yale, não descansa das suas preocupações, como brasileiro, pelo destino da nossa educação. É rara a semana em que não trocamos informações sobre o que se passa no mundo da pedagogia. Ora para discutir métodos de alfabetização de jovens e adultos, ora para orientar a posição da Confederação Nacional do Comércio no que se refere à reforma universitária. O presidente Antonio Oliveira Santos deseja colaborar com os esforços do MEC, mostrando um vigoroso empenho na valorização do setor terciário da economia.

  • As três frentes

    Diário do Comércio (São Paulo), em 10/01/2005

    Notícias de Brasília informam que o governo do presidente Lula vai conduzir uma batalha em três frentes: na ONU, para o Conselho de Segurança, na Alca, por uma América unida, e o terceiro com a OMC. Serão batalhas duras, com adversários poderosos, mas o presidente Lula quer porque entende que, sem a incorporação dessas três frentes na política exterior brasileira, não nos imporemos como nação de primeira grandeza, que é o seu ideal, e não deixa de ser também brasileiro.

  • Diferencial Lula

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 10/01/2005

    Político com estrada na vida pública, o mais experimentado na selva do poder, costuma dizer que nada resiste a uma foto, nenhum fato deve ser levado a sério se não for documentado por uma fotografia.

  • Saudade sinistra

    Folha de São Paulo / Revista Mais! (São Paulo), em 09/01/2005

    Em "Considerações sobre a Nostalgia", Joaquim Manuel de Macedo, de "A Moreninha", mistura ficção e medicina de modo surpreendente

  • Rude e terrível

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 09/01/2005

    Desde Homero que o mar é cantado em prosa e verso. Dorival Caymmi, sem experiência própria no assunto, garantiu que é doce morrer no mar. Pulando de Homero e Caymmi para o tsunami que devastou terras e ilhas, matou sem doçura gente pobre e gente rica, lembremos a mais famosa crônica de Rubem Braga, "Ai de ti, Copacabana".

  • Ao apagar das luzes

    O Globo (Rio de Janeiro), em 09/01/2005

    Por vício, defeito de formação, incompetência ou o que lá quiserem, tenho o hábito de começar o que escrevo pelo título. Sei de gente que também faz isso, mas estou seguro de que é minoria. Creio que o mais sensato é ter no máximo um título provisório, escrever e depois buscar o título definitivo. Mas sempre comecei pelo título e só sei trabalhar assim. E, ao ler esse que está aí em cima, vi que não é dos mais felizes, devia mudá-lo. Não mudo - desta vez a razão é incompetência mesmo - porque não sei. Contudo esteja o paciente leitor à vontade, não há de ser tarefa muito difícil. Minha aprovação não é necessária, vá em frente numa boa.

  • Excesso de dosagem

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 08/01/2005

    Num dia da semana que está acabando, contei as páginas que os jornais dedicaram ao futuro presidente da Câmara dos Deputados. Uns pelos outros, deram cerca de três páginas compactas ao emocionante evento, com fotos dos personagens envolvidos e do onipresente Zé Genoino coordenando os trabalhos, boxes, previsões de "cenários" e retrospectos explicativos, na base do "entenda melhor o caso".

  • Um panteão para o país de Lula

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 07/01/2005

    A área de comunicação do Planalto, a meio mandato, lança-se à tarefa de mobilização política visando a promoção da nossa auto-estima. Há que se perguntar, entretanto, se o enfoque da campanha vai ao fundo do sentimento do País dos excluídos que ganhou as eleições e se percebe em outra e emergente sintonia nacional. Existe, de fato, para esses setores uma baixa valorização do Pindorama? Ou se está apenas importando a perspectiva do Brasil de salão, gasto pelo eterno recomeço das mesmas promessas? Não há como transferir para o País transfigurado pelo sucesso eleitoral de 2002, esta visão tradicional, frente a uma tomada de consciência que começa com a organização do PT e que vai, degrau a degrau, nas sucessivas campanhas, forjando uma identidade fundadora. Foi a Palácio com Lula, e seu impacto continua ainda a exigir ampla análise.

  • 2004 acabou ontem

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 07/01/2005

    O balanço da última semana de 2004 foi de arrepiar os cabelos e pedir proteção aos terreiros da Bahia. E as más notícias continuam. A tragédia tsumani ainda não acabou. Os dramas humanos desvendados fazem corações ganhar um instante de compulsão.

  • Colhidos pela complexidade

    Diário do Comércio (São Paulo), em 07/01/2005

    A impressão que dão os governos da América Latina é a de que estão perdidos num quarto escuro do qual não podem sair, por não encontrarem, no escuro, a porta que os libertará. Do México à Argentina, de um lado e, de outro, o Chile no sul do continente latino-americano, o que temos é não acertarem, com exceção, sem dúvida do citado Chile, com uma política econômico-financeira que corresponda às necessidades nacionais de cada país.