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Artigos

 
  • A hora de"ir"

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 09/04/2005

    À margem do funeral de João Paulo 2º, tive a impressão, em alguns momentos, de estar assistindo a um filme de Buñuel, um filme que ele não fez pelo exagerado custo de produção, mas sobre o qual deve ter pensado, com Fernando Rey no papel de Bush.

  • Um mundo que acorda para a hegemonia

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 08/04/2005

    O que pudemos pensar nesses dias da seqüência natural ao seu poder supremo, urbi et orbi, que representou para Bush indicar, como no desfecho de um silogismo, o seu subsecretário, Wolfowitz, para a Presidência do Banco Mundial? O recado que dá a todos nós é o da absoluta conseqüência deste gesto. O mais importante órgão da aparelhagem internacional só se pode conceber para Washington como prolongamento e, de vez, das decisões do Salão Oval.

  • Do diário de um editor

    Folha de São Paulo (Saõ Paulo), em 08/04/2005

    Dezesseis de outubro de 1978. Pouco mais de 13h no Rio de Janeiro. Em Roma, seriam quase 18h. Mais alguns minutos e a chaminé da capela Sistina soltaria no ar uma fumaça, e a cor dessa fumaça (por mais anacrônico que parecesse numa época de comunicações eletrônicas) seria importante para o mundo. Diante dos teletipos, na minha sala de editor, eu olhava as três máquinas que se moviam sozinhas, comandadas pelas centrais das agências que operavam conosco.

  • Tettamanzi

    Folha de São Paulo (Saõ Paulo), em 07/04/2005

    Já cometi loucuras por aí, tive delírios reprováveis, mas jamais cometeria a demência de lançar um candidato à sucessão de João Paulo 2º. Pelo contrário: acompanhei da Sala de Stampa, ali no início da Via della Conciliazione, duas eleições papais e sei que os palpites lançados pela mídia e pelos entendidos em Vaticano são furadíssimos, quando não boçais de pai, mãe e assemelhados.

  • Vitalidade econômica

    Diário do Comércio (Saõ Paulo), em 07/04/2005

    Seja qual for o governo de nossa República Federativa, a vitalidade da economia se manifesta, desde que a administração da área econômica se mostre severa, um tanto avarenta, que seremos mandados a ranking mais alto, como acaba de ocorrer. Estamos no décimo segundo lugar, e iremos mais alto, ainda, superando as colocações de todos os países da América Latina, com exceção do Chile, somente como ordem e organização.

  • A base das bases

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 06/04/2005

    De uns tempos para cá, em busca da governabilidade, que deveria ser um instrumento, e não um fim em si mesmo, os governos gastam tempo e espaço de poder tentando formar e manter o que eles chamam de "base", ou seja, um conjunto de forças políticas que no Congresso ou fora dele garantam apoio ou submissão às ações que pratica ou que deixa de praticar.

  • A expansão da democracia

    Diário do Comércio (São Paulo), em 06/04/2005

    O Destino Manifesto simboliza e significa a missão que se impôs os Estados Unidos de instaurarem a democracia em todos os países do mundo. O Iraque foi um exemplo de que os Estados Unidos se arrogaram essa missão e a estão cumprindo. Uma exceção foi e continua sendo Cuba. Os Estados Unidos recuaram em Cuba desde a dramática noite em que Kennedy resolveu bombardear a ilha se não fossem retirados daquela potência comunista do Caribe, se ela não perdesse os armamentos nucleares.

  • Palavras como pedras

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 05/04/2005

    Terra é base, dizemos todos. A terra, com suas águas, seus montes, suas árvores, suas flores, suas pedras, seus vulcões. A força da poesia de um Saint-John Perse teve precisamente essa base, dela hauriu seu entendimento geral das coisas. Perse fez questão de visitar as grandes e solitárias extensões de terra do planeta, certo de que ali se achava o significado final da vida.

  • Horror e mais horror

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 05/04/2005

    O título é um verso de Castro Alves, por sinal do seu poema mais conhecido: "O Navio Negreiro". O horror a que o poeta se refere é o da escravidão, os negros trazidos da África, amarrados nos porões dos navios, em grupos de dez, se um deles morria durante a viagem, a fileira era jogada ao mar, não havia como liberar os vivos da cadeia infernal.

  • A mulher e a família

    Diário do Comércio (São Paulo), em 05/04/2005

    Durante o seu mandato como pontífice máximo, o papa Pio XI pediu aos seus colaboradores uma análise da situação da família, e lido o documento, quando lhe foi entregue já completo, Sua Santidade ficou estupefato com o que ficou sabendo.

  • O homem chamado Karol

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 04/04/2005

    Perde o mundo o seu personagem mais importante em termos de mídia e, paradoxalmente, o mais colorido, apesar de sua condição histórica de ícone branco do Ocidente. Não vem ao caso discutir a sua atuação como líder de um bilhão de crentes, tampouco seu ideário e sua pregação política e social. São, desde já, e serão por muito tempo ainda, uma questão para a história se preocupar, de qualquer forma definindo-o como um dos grandes vultos do século 20 e começo do atual século.

  • A morte de João Paulo II

    Diário do Comércio (São Paulo), em 04/04/2005

    Deixou-nos pela morada do Pai, Deus Nosso Senhor, um dos maiores papas da Santa Igreja Católica Apostólica Romana. O Espírito Santo sabe o que faz. Quando tirou do frio um desconhecido cardeal, que tinha, no entanto, o carinho de seus fiéis, tinha nomeado o chefe da Igreja que iria realizar a obra máxima do nosso tempo, a destruição do comunismo, da pátria dos Sem Deus, de conspurcação da moral, nos setenta anos que durou sua tirania.

  • A volta do filho pródigo

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 04/04/2005

    "Cerca de 30 mil crianças e adolescentes fogem todo ano no Brasil. Oitenta por cento voltam para casa. Dificuldades com a família e busca de independência são as causas mais freqüentes das fugas. A volta é acompanhada de arrependimento".Folhateen, 28.mar.2005

  • Um herói nacional

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 04/04/2005

    O acaso faz das suas. Embora conhecesse pessoalmente o marechal Waldemar Levy Cardoso, avô do meu amigo Eduardo Levy Cardoso, só agora tive a oportunidade de conversar demoradamente com o grande e exemplar militar brasileiro. Foi na casa de D. Lily de Carvalho Marinho, no Cosme Velho, onde se reuniram os membros da Associação que congrega os homenageados pelo governo da França com a prestigiada Legion d"Honneur.