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Artigos

 
  • Galopando para o sucesso

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 25/04/2005

    MEC acha até cavalo como veículo escolar. Levantamento divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, ligado ao Ministério da Educação, mostra que até cavalos são usados para levar os alunos às escolas. Folha de São Paulo / Cotidiano, 20.abr.2005A escola era longe, ficava a mais de dez quilômetros da humilde casinha em que morava, mas nem por isso ele deixaria de ir às aulas. Como a mãe, viúva e pobre, costumava dizer, aquela era a única chance que teria de ir para a frente, de progredir na vida.

  • A hora do perdão

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 25/04/2005

    Embora com atraso, sempre é hora de comentar o perdão que todos devemos a todos. Seguindo o exemplo de João Paulo 2º, que pediu desculpa a todos os que, em séculos passados, foram condenados pelo fanatismo da religião, Lula aproveitou recente estada em terras de África e pediu perdão pelos crimes que o Brasil cometeu contra os negros aqui escravizados. Ameaçou ir às lágrimas, que, segundo o lugar-comum, "escorrem pelas faces".Louve-se este tipo de reparação tardia. É um reconhecimento de erros e de crimes que não devem ser repetidos - que todos peçam perdão a todos: de alguma forma, cometemos erros e faltas contra o próximo.

  • Bento XVI poder

    Diário do Comércio (São Paulo), em 25/04/2005

    Conheci o cardeal Ratzinger na residência do saudoso cardeal Agnelo Rossi, num almoço que nos ofereceu a mim e minha mulher. O funcionário que preparou a mesa colocou lado a lado o cardeal e minha mulher, e os dois muito conversaram, em francês, sobre variados assuntos, de preferência o Brasil, onde o novo papa esteve há uns dez anos.

  • A vinha do senhor

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 24/04/2005

    Como quase todo mundo, não me entusiasmei com a eleição do novo papa. É bem verdade que nada tenho com ou contra isso. Acompanhei o caso com interesse, digamos, profissional. Mas gostei especialmente daquela alusão que Bento 16 fez logo no início de sua primeira mensagem ao mundo que o ouvia.

  • Viva o povo brasileiro

    O Globo (Rio de Janeiro), em 24/04/2005

    Para certos escritores, como infelizmente eu mesmo, assunto às vezes é uma praga invencível. Eu não queria falar novamente no que vou falar, pelo menos agora. E pretendia escapar ao efeito colateral, que é o de pegar mais uma vez no pé do presidente da República. Não vou negar que me tenho visto na obrigação de pegar no pé dele e, quando acho que devo, pego mesmo. Certamente ele não gosta, mas é o presidente, deve explicações aos governados e eu sou um governado na mesma situação geral que milhões de outros. Ele pode nem escutar nem ler, mas a gente tem que falar e escrever o que pensa do que ele faz. Presidente sendo, tudo o que ele faz é do interesse público.

  • Tancredo

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 23/04/2005

    Os 20 anos da morte de Tancredo Neves reabriram os acontecimentos que impediram sua posse na Presidência da República. Sempre que acontecem casos de grande dramaticidade, surgem teorias conspiratórias. Na Itália, um jornal chegou a denunciar "la Mafia bianca", a máfia dos aventais brancos. Acompanhei os lances de sua eleição. No dia 12 de março, Mauro Salles telefonou-me avisando que ele queria jantar no dia seguinte com alguns amigos jornalistas, para ser exato, apenas quatro. Eu não poderia ir, porque estava preparando o primeiro número da revista "Fatos", cuja capa seria o novo presidente do Brasil.

  • A humanidade na praça

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 22/04/2005

    O mundo viveu nesses dias a condição inédita de um consenso universal em torno da morte de João Paulo II. Mais do que qualquer protocolo de aparências entre a emoção e o longo preparo para o desfecho em que se fez o preparo à perda do pontífice, neste misto único de despedida e alegria quase radiosa na massa comprimida entre as colunatas de Bernini. O Arcebispo Camilo Ruini, de Roma, deu o mote desta transposição quase luminosa no dizer que João Paulo II já "tocava o Senhor". E a mobilização de todo o mundo dobrou e redobrou a peregrinação única dos tempos modernos que, afinal, socou-se junto à fachada de Miguel Ângelo, a fortalecer o recado do Papa ao mesmo tempo sem concessões e congraçador dos caminhos do mundo. Indiscutível o portento na quebra de escalas nas boas avalanches da humanidade, na materialização única do seu peso, e de uma voz universal.

  • Pio 9º e João Paulo 2º, o drama de dois papas

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 22/04/2005

    Escrevo esta crônica antecipadamente. Quando sair publicada, talvez já se conheça o nome do novo papa -assunto obrigatório dos últimos e próximos dias. Lendo a diversidade de matérias na mídia, a nacional e a internacional, pesquei um detalhe sem importância. Apesar de agnóstico, sempre conservei pela igreja a gratidão pelo que me ensinou e o respeito que ainda me causa.

  • Ainda no labirinto

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 22/04/2005

    Depois de três semanas em que os nossos sentimentos se alternaram entre tristeza e alegria, voltamos ao cotidiano. Foram dias de muitas emoções. Primeiro, o longo sofrimento do papa João Paulo 2º, depois, a pompa dos funerais, a comoção do mundo.

  • Um século de Rotary

    Diário do Comércio (São Paulo), em 22/04/2005

    Está completando um século de existência um dos mais conhecidos, mais admirados e mais formadores de adeptos do mundo inteiro. Durante anos, nos países dominados pela ocupação soviética o Rotary era proibido. Sociedade liberal, patrona de idéias liberais e de iniciativas do mesmo gênero, os comunistas da antiga União Soviética apenas completaram setenta anos de existência, e afundaram-se nas suas contradições e desumanidade. Enquanto isso, nos países ocidentais e, mesmo, no Oriente, o Rotary subia para maior número de membros, todos dedicados a uma profissão de interesse social, que esse é o fundamento de uma sociedade como a rotariana.

  • A igreja e o mundo

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 21/04/2005

    Não houve surpresa, mas não houve alegria, com a eleição de Joseph Ratzinger para substituir João Paulo 2º. Falando em termos profanos, meramente políticos, ao cardeal alemão foram creditadas todas as restrições que marcaram o pontificado mais carismático da história.Na realidade, Ratzinger já era mais do que uma eminência parda de Wojtyla, mas um vice-papa, cuja influência cresceu sobretudo nos últimos anos de João Paulo 2º. Nesse particular, sua eleição poderia lembrar a de Eugenio Pacelli, em 1939, para suceder a Pio 11. Desde a rapidez com que os dois foram eleitos como no escancarado favoritismo entre os cardeais daquele tempo.

  • Depois da praça

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 20/04/2005

    Todos os encontros, os abraços e os perdões da Praça de São Pedro ainda abafam, pelo seu portento, a implacabilidade do day after. Mais do que apenas atentar ao quanto perdurará o desarme instantâneo ou a sua figuração diante da lógica implacável da ''civilização do medo'' avultada sobre os meros imperativos da geopolítica de sempre, e da eternidade da realpolitik. Paralelamente ao velório do Pontífice realizou-se encontro inédito em Paris de protagonistas do dito ''eixo do mal'', ou de lutadores pela lucidez internacional a tentar, sem retórica nem cinismo, falar, de fato, de um diálogo aberto após o reforço da posição americana para um Bush-bis, apoiado na avalanche torrencial de sua votação. E como falar com este Ocidente empedernido atrás da cruzada, ou da transformação da luta antiterrorista em guerra perpétua, a chegar a alvo de suspeita sobre populações como as marcadas por Islão. Bouterflika, da Argélia, insistiu no debate sobre esta ilação implícita, chegada ao inconsciente das populações do Ocidente, em transpor a ameaça onipresente da Al-Qaeda e o antagonismo larvar, senão suspeição crescente com o mundo islâmico.

  • Octavio de Faria, o fabuador de pesadelos

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 20/04/2005

    Octavio de Faria nasceu no Rio de Janeiro em 15 de outubro de 1908 e morreu na mesma cidade, em 17 de outubro de 1980. O ensaísta de Maquiavel e o Brasil (1931), que depois escreveu Dois poetas: Augusto Frederico Schmidt e Vinicius de Moraes (1935), é o mesmo romancista de A tragédia burguesa, espécie de Inferno, da Divina Comédia Brasileira pela amplitude e o incrível fôlego na criação de personagens, como um Balzac dos trópicos.

  • o novo Satã

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 20/04/2005

    Curioso: a mídia é compactamente progressista. O demônio de plantão é o conservador Joseph Ratzinger. Impressionante como o estão satanizando, tornando-o a besta negra do atual conclave e, até certo ponto, substituindo Bush no pódio do homem atualmente mais odiado pela mídia nacional e internacional.