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Artigos

 
  • Plural majestático

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 13/08/2005

    O tardio discurso presidencial de ontem abusou do plural majestático, próprio dos reis, imperadores e papas, "nós", em lugar do "eu" que compete a todos que não se julgam reis, imperadores e papas. No plural, ele pediu desculpas à nação, reconhecendo os erros de seu governo e seu partido. Só usou o singular para se declarar indignado. Qual seria a alternativa dele? Declarar que estava solidário com a corrupção?

  • Corrupção sistêmica e acordão já

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 12/08/2005

    A crise comandada pelo "mensalão" apossou-se das manchetes oficiais, em nome de um discurso antigo, a passar o seu veredicto, não obstante a enormidade dos novos cenários de dependência econômica e política das nossas instituições. O novelo de Roberto Jefferson desenrolou o portento do abuso modernizado, ao padrão da complexidade dos interesses e dos aparelhos em que se entrelaçam verbas orçamentárias, fundos de pensão, contas de propaganda, contratos de venda fatura de votos no Legislativo. A atingir o situacionismo da hora, veio ao patíbulo da opinião pública todo o estigma da corrupção inseparável, como sua segunda natureza, do subdesenvolvimento político de um País, ainda preso à privatização da coisa pública, própria à dominação típica da nossa estrutura semicolonial.

  • Vamos falar sobre flores

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 12/08/2005

    Carlos Lacerda , o político, mas sobretudo o grande jornalista, numa época parecida com a que vivemos, resolveu escrever sobre a Sociedade Protetora dos Animais.

  • Anos 70: a alegria de um mundo triste

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 12/08/2005

    Cada época tem, mais ou menos, a gente que merece. Bem ou mal, eles e elas é que fazem o tempo. Marlene Dietrich sentada numa cadeira virou logotipo dos anos 30. Os Três Grandes (Roosevelt, Stálin e Churchill), em Ialta, marcaram os anos 40. Gagárin e Marilyn Monroe são símbolos dos anos 50. Os Beatles são os donos da década seguinte. Os anos 70, que alguns consideram interessantes, também produziram seus espécimes, nem melhores nem piores: a vida continua, muitas vezes é repetitiva e chega até a ser espantosa. Basta dizer que, em seu final, a figura mais badalada daquela década era um aiatolá que tentou ensinar ao Ocidente como se deve defecar: sempre de costas para Meca.

  • Animal ferido

    Diário do Comércio (São Paulo), em 12/08/2005

    A investigação sobre os escândalos político-administrativos prossegue, e parece que não teremos pizza, simplesmente por ser impossível esconder o tamanho da crise na qual o PT de Lula e seus correligionários afundaram o País.

  • A classe média ressentida

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 11/08/2005

    Pessoas mal informadas me perguntam se Lula teria chances de ser reeleito. Quem sou eu, que nada entendo de política, para responder a pergunta que, ainda por cima, não me comove nem interessa.

  • Uma irresponsabilidade

    Diário do Comércio (São Paulo), em 11/08/2005

    Pode-se considerar absurdo ligar o escândalo político e administrativo ao roubo de 150 milhões da agência do Banco Central em Fortaleza. Não hesito porém em fazê-lo.

  • Brasil de Lula, partido de Dirceu

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 10/08/2005

    A vertigem da crise já nos depara a exasperação de situações-limite, como da nova guinada da direção petista na reunião de 6 de agosto. Qual o perfil da legenda que vai à opinião pública diante dos crescentes questionamentos nacionais? O da purga proposta ao PT por Tarso Genro ou da ida à frente da estratégia do ''campo majoritário'' na opção de José Dirceu? O caminho adiante parece ser o da aposta na verossimilhança da versão da ausência de conhecimento da cúpula do partido nos pagamentos das caixas 2 de campanha e do ''mensalão''. Não há mais recuo no ''tudo ou nada'', em que insistirá a legenda fiada na sua credibilidade de fundo - avalizada pela biografia de Dirceu - frente aos incidentes de trajetória de erros e abusos para a conquista de maiorias parlamentares. E até onde, agora, o presidente se associou ao ex-chefe da Casa Civil no rumo dado ao confronto do PT com a crise?

  • A Recife universal do tecelão Mauro Mota

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 10/08/2005

    Nascido no Recife em 16 de agosto de 1911 e morto em novembro de 1984, Mauro Mota foi jornalista e ensaísta. Pertenceu à Academia Brasileira de Letras, eleito para a cadeira nº 26, quando competiu com Thiers Martins Moreira, tendo Laurindo Rabelo como patrono; Guimarães Passos como fundador; Paulo Barreto, Constâncio Alves, Ribeiro Couto e Gilberto Amado, como antecessores; e sendo sucedido por Marcos Vilaça, seu conterrâneo.

  • Espumas flutuantes

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 10/08/2005

    Nada a ver com Castro Alves e suas "Espumas Flutuantes". As espumas que contam (ou não contam conforme o caso) são provocadas não por uma mas por três CPIs que estão batendo simultaneamente em nossas costas, nem sempre protegidas por muralhas de pedra e indiferença.Sempre haverá qualquer coisa, além do que já houve. A parte mais visível da ressaca - as espumas propriamente ditas - já cumpriu o seu papel de espum a: vieram à superfície, foram fotografadas e analisadas de vários ângulos e logo serão superadas por novas espumas no vaivém da nossa história política.

  • Processo

    Diário do Comércio (São Paulo), em 10/08/2005

    O ensaísta Harold Laski, em seu livro The American Democracy , define o presidencialismo americano como uma instituição original, que não deveria ser transplantada para outro país, que não vingaria. Não é necessário fazer prova.

  • O centenário de Sartre

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 09/08/2005

    Nascido em 1905 está Jean-Paul Sartre sendo este ano homenageado, analisado, reeditado, não só como romancista e teatrólogo, mas também, e principalmente, como filósofo. De sua ficção, acaba a Nova Fronteira de reapresentar sua trilogia "Os caminhos da liberdade" que consta dos seguintes títulos: "A idade da razão", "Sursis" e "Com a morte na alma". O livro em que Sartre chegou mais longe na defesa de uma postura filosófica foi "O ser e o nada" (publicado pela Editora Vozes).

  • O cerco se aperta

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 09/08/2005

    Aperta-se cada vez mais o cerco em torno do presidente da República. Embora denúncia nenhuma tenha chegado até Lula, há um consenso nacional de que ele de alguma forma sabia do mensalão. Não ficou definido, ainda, o grau do conhecimento, apenas isso.

  • A Terceira Guerra Mundial

    Diário do Comércio (São Paulo), em 09/08/2005

    A Terra é a única que Deus Nosso Senhor nos reservou, com a liberdade que os povos não a sabem usar. Essa Terra onde, por um momento o paraíso perdido apareceu restaurado pela ciência, está de novo ameaçada. O terror é a nova arma, preparada pelo demônio para destruir a civilização.

  • Bacharéis em baixa

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 08/08/2005

    Foi noticiado, recentemente, o recorde de reprovação na seccional paulista da OAB. Dentre os 20.237 candidatos (advogados formados - bacharéis em Direito) o índice de reprovação foi de 92.8% apenas 1.450 conseguiram aprovação. O Dr. Luiz Flávio Borges D´Urso, presidente da OAB/SP acha que "há pessoas que chegam à prova e não sabem conjugar verbos ou colocar as palavras no plural", recomendando que "é preciso reagir". Concordamos inteiramente com ele. Muitos comunicadores, até renomados, com a desculpa de modernidade, erram à vontade, como acontece com freqüência na CPI dos Correios. Pensamos, até, para ficar na moda, que se poderia criar a CPI da Língua Portuguesa. Os erros mais escandalosos seriam punidos com multas e até prisões, com leituras obrigatórias, como um dia pensou o deputado Rebelo.Cibernética