Lembrai-vos do passado
Cresci ouvindo histórias da Segunda Guerra. Meus pais eram da Toscana. E os anos de 1943-1944 foram os mais cruéis numa Itália devastada.
Cresci ouvindo histórias da Segunda Guerra. Meus pais eram da Toscana. E os anos de 1943-1944 foram os mais cruéis numa Itália devastada.
A interpretação bolsonarista de que as Forças Armadas têm a função de intervir como Poder Moderador diante de um conflito entre o Executivo e os demais Poderes da República, Legislativo e Judiciário, de acordo com o artigo 142 da Constituição, não tem base jurídica, como ressaltou o parecer da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgado ontem.
Fiz graduação em economia na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, de 1960 a 1963. Lembro-me vivavemente de Francisco Iglésias, professor de história econômica, nos indicando a leitura do recém-publicado Formação Econômica do Brasil, de Celso Furtado.
O que há de comum entre membros de torcidas organizadas e intelectuais, artistas, políticos e juristas? É que eles, depois de um longo silêncio, acabam de se expressar, por meio de manifestos e na rua, em defesa da nossa ameaçada democracia.
Bolsonaro e seus apoiadores tentam interpretar o artigo 142 como uma porta aberta para intervenção militar e estão criando um ambiente propicio para um golpe.
Celso Furtado é um dos grandes intérpretes do Brasil.
Surgiram neste final de semana os primeiros sinais de que a sociedade civil, mesmo que ainda desorganizada devido à pandemia, se movimenta para tentar barrar as investidas autoritárias do presidente Bolsonaro e seus seguidores.
Está tudo tão antigo, tão ligado a ideias que pareciam mortas e enterradas, a ações já tentadas e vencidas em outros tempos
Já contávamos com o Bolsa Família, meritório projeto preliminarmente gestado no governo FHC, desenvolvido e consolidado no governo Lula. Hoje, diante das barbaridades vocabulares, sintáticas e ideológicas perpetradas na reunião ministerial do dia 22 de abril, que tal, evocando a comiseração divina (‘Deus acima de todos’), dar à turma uma chance de redenção?
O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, tenta sair das cordas com retórica, não com atos. Disse, afinal, em nota que “sente desconforto” com a citação de seu nome para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal.
Com o coronavírus, os que estão sob risco, a partir dos sessenta, devem tomar cuidados especiais, não só pela fragilidade da saúde, entre asma, diabetes, para que este invisível ciclone não os carregue para o outro lado, a morte.
Existe o militar da ativa e o militar da reserva. Os militares da ativa e da reserva que trabalham no governo. E os que não trabalham. Existe a elite militar, e a tropa militar. E por aí vamos. Militar é gênero de múltiplas espécies.
O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, não consegue nem mesmo entrar no elevador cheio na sede de Brasília da instituição que preside, tamanho o desconforto que está provocando entre seus pares.
A humanidade foi surpreendida por uma ameaça que, embora profetizada por esporádicas vozes, nunca foi levada a sério.
O presidente Bolsonaro conseguiu cimentar uma união interna no Supremo Tribunal Federal (STF) que já vinha sendo formada no cotidiano da Corte diante dos riscos à democracia desenhados pela retórica agressiva dos militantes bolsonaristas, em manifestações avalizadas pelo próprio presidente, e em atitudes agressivas das milícias, digitais ou não, contra seus membros.