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Acordo com Bolsonaro não dá certo
A prisão de Fabrício Queiroz foi um passo importante para desvendar o esquema das rachadinhas do gabinete do então deputado estadual e hoje senador Flavio Bolsonaro.
A prisão de Fabrício Queiroz foi um passo importante para desvendar o esquema das rachadinhas do gabinete do então deputado estadual e hoje senador Flavio Bolsonaro.
A solidez de uma democracia não se mede pelas ameaças que ela sofre e sim pela capacidade que tem de resistir aos que atentam contra nossas vidas e liberdade.
Os gestos do presidente Bolsonaro em direção ao Supremo Tribunal Federal (STF) têm pouca chance de reverter o relacionamento institucional entre os dois Poderes por uma razão simples: eles não têm o poder de paralisar as investigações que envolvem Bolsonaro ou seu círculo íntimo, e nem isso pode ser objeto de proposta de negociação. Seria ofensivo.
O silêncio eloquente do presidente Bolsonaro sobre a prisão de seu amigo de longuíssima data Fabrício Queiroz explicita a gravidade da situação.
Durante o tempo em que estava no Senado fiz vários discursos e apresentei alguns projetos dizendo que diante da violência cotidiana — o domínio do crime organizado, a impunidade dos homicidas, a faculdade do assassino defender-se solto, o aumento das mortes violentas, tanta falta de respeito à dignidade humana — o povo brasileiro não se revoltava mais e estava se transformando num povo frio, sem capacidade de reagir e de se sensibilizar com os crimes mais hediondos.
O “physique du rôle” do advogado Frederick Wassef o faria um ator indicado para filmes de gângster. Conheci-o fortuitamente num vôo de Brasília para o Rio, e a conversa começou com um mal-entendido.
Após a prisão de Fabricio Queiroz, o presidente Bolsonaro está claramente na defensiva e o apoio do centrão ficou mais caro e mais frágil. Presidente hoje está fragilizado, a caminho de um impedimento.
Caro Sidarta Ribeiro, nem imagina como foi bom participar de uma live com você. Há instantes em nossa vida em que, se estivermos abertos, descobrimos que algo se passou e continuamos a viver um pouco diferentes.
Mais importante que o resultado que se desenhou ontem de unanimidade em favor da legalidade do inquérito das fake news em curso no Supremo Tribunal Federal (STF) foi o fato de que não houve qualquer limitação no julgamento.
Num momento em que estamos testemunhando importantes manifestações antirracismo, presto homenagem a um dos mais importantes estudiosos negros de nossa língua no Brasil do século XX, Antenor Nascentes, carioca (1886-1972) , filólogo, etimólogo e lexicógrafo e didata, ocupante da Cadeira n.o 3 da Academia Brasileira de Filologia, que escolheu como Patrono o dicionarista Antônio de Morais Silva.
Contra as bravatas do presidente Bolsonaro, fatos. A ligação de Queiroz, preso nesta quinta-feira na casa do advogado Wassef que se gaba de ser amigo íntimo do presidente e de seu filho Flávio, só confirma os laços de juramento de sangue, bem ao estilo mafioso, que o une à famiglia Bolsonaro.
Estão começando a surgir os fatos que tornam inócuas as bravatas de Bolsonaro. Já eram anteriormente - como se diz, cão que ladra não morde -, pois ele sempre esbravejou, mas acatou as ordens da justiça.
Dificilmente será superada a crise entre o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). Sobretudo porque não há nenhuma serventia em fazer acordo com os demais poderes da República, pois Bolsonaro acha que o Executivo tem que se sobrepor, e almeja que os outros se imbuam dessa secundariedade para que o deixem trabalhar sem limitações institucionais.
Num momento em que militares de alta patente, sob o comando de um capitão desorientado, se envolvem cada vez mais com a política, e nem sempre com moderação, é importante observar essa sábia opinião, de 1956: “O Exército deveria ser o grande mudo da vida nacional”.
O país virou uma grande ópera bufa, que não termina em tragédia, mas pode se transformar, como aconteceu com o gênero do século XVIII, que começou como um mero entretenimento no intervalo das óperas sérias e acabou ganhando autonomia.