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Artigos

 
  • Uma história do amor

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 21/12/2004

    Belo e estranho livro, este de Mário Divo. Amor e Paixão são temas permanentes sobre os quais nos curvamos, inquietos às vezes, outras na maior esperança e a maioria delas na incerteza. Os milhares de livros já escritos sobre os dois assuntos (serão sinonimamente únicos ou todo um mundo os separa?) nem sempre nos ensinam como lidar com eles.

  • A crise da aviação comercial

    Diário do Comércio (São Paulo), em 21/12/2004

    Faz poucos dias, o presidente Lula da Silva exclamou, creio que tinha sinceridade na sua exclamação: "Salvem a Varig". O atual presidente do BNDES, por seu turno, afirmou que só financia as empresas de aviação comercial se derem garantias sólidas. Uma inversão de valores, como se vê. Afinal, o presidente quer a salvação da Varig e de outras empresas de aviação comercial, dentro das normas adotadas pelo banco oficial para fazer empréstimos.

  • D. Quixote e San Thiago

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 20/12/2004

    Foi realizado um Seminário intitulado "Atualidade de San Thiago Dantas", na Associação Comercial do Rio de Janeiro, com o apoio da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro e do Instituto San Thiago Dantas, a propósito dos 40 anos da morte daquele grande homem que nos deixou prematuramente aos 53 anos de idade.

  • O despertar da China

    Diário do Comércio (São Paulo), em 20/12/2004

    Dentre as muitas frases de efeito de Napoleão, cito esta, que tem enormíssima atualidade: "Quando a China despertar, o mundo tremerá". A China estava, então, presa de uma de suas crises intermitentes, e ninguém fazia prever que, um dia, como anteviu Napoleão, ela, o colosso, despertaria e poria o mundo em tremedeira. O mundo, ou, de preferência os Estados Unidos. Pois o dia em que a China despertou já chegou, e o mundo se prepara para conhecer, cada dia mais, o novo gigante.

  • Circulação Zero

    O Globo (Rio de Janeiro), em 19/12/2004

    Têm aparecido nos jornais, com certa freqüência, excelentes notícias sobre como algumas cidades brasileiras vêm minorando de forma notável seus problemas de segurança e violência, através de medidas singelas e de fácil execução. Tão marcante parece o êxito dessas providências que possivelmente serão propostas para outras cidades. Ou impostas, o que se pratica muito aqui, pois que vivemos numa ditadura, apenas do tipo “com direito a chiar” - se bem que estejam querendo tirá-lo, mas acho que vão deixá-lo de enfeite, aqui e ali, até porque cai sempre bem para mostrar às visitas e nas inspeções e classificações a que estão sempre nos submetendo.

  • Da comunidade com os homens

    O Globo (Rio de Janeiro), em 19/12/2004

    O TÍTULO DESTA COLUNA É TAMBÉM o título de um hexagrama do I Ching, o livro chinês das mutações humanas: a comunidade com os homens sempre traz boa fortuna. A seguir, algumas histórias a respeito.

  • Novas variações sobre religiosidade

    O Estado de S. Paulo (São Paulo), em 18/12/2004

    Norberto Bobbio, falecido em janeiro do corrente ano, concedeu a um de seus discípulos, Raffaele Luine, memorável entrevista que vem esclarecer uma série de questões relativas à fé, aos poderes da razão, à heterodoxia e à religiosidade.Bem poucos têm escrito sobre a religiosidade, apresentada pelo grande pensador piemontês como o estado de espírito em que o ser humano se sente "imerso do mistério", na agonia insaciável da procura da verdade, sem saber dizer sim ou não às perguntas que emergem do íntimo de seu ser.

  • O risco de ser capivara

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 17/12/2004

    Sentei-me no computador na ilusão de tratar das surpresas econômicas que estão sendo anunciadas neste fim de ano: o crescimento inesperado mas bem-vindo do PIB em 5%, os dois milhões de novos empregos e outras conquistas que o leitor está cheio de ouvir.

  • A comunidade Sul-Americana

    Diário do Comércio (São Paulo), em 17/12/2004

    Foi sobre a América Latina o meu primeiro livro, lançado pela saudosa Companhia Editora Nacional de Octalles Marcondes. Para surpresa minha, os exemplares impressos pela editora se esgotaram em pouco tempo. Restaram para meu arquivo alguns exemplares, um dos quais, o que sobrou, está em minha biblioteca. Foi uma estréia sobre assunto que há muito me preocupava, que era a América Latina, um imenso território, com numerosas repúblicas, todas mais ou menos em decadência ou com problemas.

  • Mario Soares de aquém-mar

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 17/12/2004

    Completa 80 anos, nesta semana, Mario Soares, fundador dos tempos de modernidade portuguesa. Da Revolução dos Cravos, à plenitude do mandato presidencial, sua reeleição e do assento definitivamente civil da República, para além das fardas da transição democrática. De Mario Soares, estadista, o reconciliador e o garante da mudança, plantada sem fissuras sobre o país das nostalgias possíveis nesta emancipação de dentro, do sentido verdadeiro da comunidade, sobre o além-mar, que tem, no cidadão-presidente Mario Soares, seu dom do colóquio, sua indignação, sua vigília pelos direitos humanos, a personalidade legitimamente internacional da nossa fala.

  • O problema das indenizações

    Diário do Comércio (São Paulo), em 16/12/2004

    O Brasil oferece ao estudioso e aos observadores, sobretudo os da mídia, peculiaridades que não preocupam governo, representação política, instituições políticas e administrativas, como ocorre aqui, nesta terra de tantas oportunidades, em grande parte perdidas. Uma dessas peculiaridades é fazer difícil o que é fácil. Ou complicar excessivamente os problemas que devem ser resolvidos num período de tempo limitado. É o caso das indenizações.

  • Oposição e clonagem política

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 15/12/2004

    No andar da carruagem, só se reforça pela crescente popularidade de Lula o horizonte de um segundo mandato. É diante dos tucanos também fortalecidos que deverá se dar o entrevero. Mas onde estão as barras da diferença para a disputa, se se alega que Lula não saiu do neoliberalismo de FH, e a plataforma a que possa almejar, arrancando dessas areias movediças, é a de realizar o programa social democrático, que ficou na gaveta do antecessor? Não é outra a constatação de Cristovam Buarque, após a conversa ampla e franca com o ex-Presidente, apontando para o mesmo refogado ideológico em que se cozinharão as duas legendas. FH olha para o futuro, como o encontro marcado com este programa, sufocado pelo imperativo de manter-se à tona, no seu mandato, uma viabilidade econômica, triturada pelo castigo da economia global. Neste quadro não há projeto, tudo é conjuntura, como salientou com toda sensibilidade o presidente sociólogo da ''Teoria da Dependência'', e da visão paciente pelos lucros e perdas históricas que permitam, a seu tempo, a um governo o saldo da mudança.

  • O golpe de misericórdia de Gilberto Freyre

    Jornal do Brasil (RJ), em 15/12/2004

    Quando, em 1933, foi publicado Casa-grande & Senzala, fixava-se o marco irreversível de um novo momento na história dos estudos sociais no Brasil. Com esse livro, o primeiro da grande trilogia freyriana sobre a formação histórica do caráter social brasileiro, assinalavam-se as reflexões e perplexidades diante do que somos nós - os brasileiros - e do que poderemos vir a ser, antes e depois, de Casa-grande & Senzala.

  • Os pinheiros de Roma

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 15/12/2004

    Leitores me perguntam o que eu penso sobre a abertura dos arquivos secretos ou sigilosos do Estado. Sou a favor da abertura, de todas as aberturas e de nenhuma fechadura, a não ser a própria, aquela que botamos nas portas e que fecha e dura. O acesso aos papéis higienicamente guardados pelos sucessivos governos servirão aos historiadores e a um ou outro interessado pessoal. Quando abriram os habeas-data nos Dops da vida, o que apareceu de besteira não foi mole. Um amigo ficou sabendo que havia deflorado a própria mãe. O agente que registrou o grave e assombroso incidente usou o verbo "deflorar", que significa tirar a virgindade de uma mulher. No caso dos arquivos, por motivos legais e afetivos, é urgente e necessário saber o destino dos mortos e desaparecidos, por que, quando e como morreram ou desapareceram. É uma crueldade do Estado manter esse sigilo. Já bastam os ossos de Dana de Teffé, que ninguém até hoje sabe onde estão. Um país decente não pode guardar sua história nos porões de qualquer Estado ou de qualquer regime. Quem faz a nação é o povo, e não o Estado, muito menos o regime.

  • A tabuada do Trajano

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 14/12/2004

    Aprendi pouco na vida e nas escolas, mas havia uma tabuada do Trajano que os meninos eram obrigados a decorar: um mais um, dois; dois mais dois, quatro. E assim aprendíamos a somar, subtrair, multiplicar e dividir. A tabuada tinha jurisdição nacional e creio que internacional, era das pouquíssimas coisas neste mundo em que havia consenso universal. Nos últimos governos, aqui no Brasil, ela foi superada pelos sucessivos ministros da Fazenda e presidentes da República.