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Artigos

 
  • Brasil, terra de missão

    Diário do Comércio (São Paulo), em 22/02/2005

    Há mais de 30 anos o padre Lebret, fundador do movimento Economie et Humanisme , publicou vários artigos defendendo a tese de que a França era terra de missão.

  • Os coronéis da ignorância

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 21/02/2005

    O MEC, ao longo da história, sofreu todo tipo de influência. Quando era moda apresentar soluções de direita ou de esquerda, divertimo-nos bastante com idéias até generosas, mas que não entraram no domínio objetivo da prática.Querem um exemplo? Vamos acabar com o analfabetismo até o ano tal. Entramos noutro século, as promessas ficaram na saudade, e hoje ainda temos cerca de 14 milhões de iletrados, fora os milhões que somente sabem assinar mal e porcamente o nome, para alegria de alguns políticos do interior. São os coronéis da ignorância.

  • O grande pasmo

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 21/02/2005

    Deus é testemunha de que nunca tinha ouvido falar em Severino Cavalcanti, nem podia imaginar que ele existisse, tal como é, com seus defeitos, cantados e recantados pela mídia, e com suas qualidades, que certamente as tem. Swift dizia que até o Demônio tem qualidades, pois cultiva há séculos uma das virtudes teologais, a esperança de fazer nós todos piores do que já somos.

  • Um assassinato estúpido

    Diário do Comércio (São Paulo), em 21/02/2005

    Está coberto de razão o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, qualificando de lamentável e, mesmo, triste, o assassínio da missionária Dorothy Stang, em trabalho no Amapá.

  • Não faça nada você também

    O Globo (Rio de Janeiro), em 20/02/2005

    Como se sabe, os escritores profissionais, sofrida laia em que as Parcas me incluíram, certamente por graves malfeitorias cometidas em encarnações passadas, não costumam conversar sobre literatura. Se algum de vocês conseguisse transformar-se por algum tempo na proverbial mosquinha espiã e bisbilhotasse a mesa de bar onde alguns estivessem congregados, notaria logo que a maior parte, bem como a dos outros artistas que vivem de suas artes, conversa sobre como garantir o supermercado da semana e armar defesas para não trabalhar de graça, ou em troca dos famosos pagamentos simbólicos que todos acham apropriados para eles, embora, como já tive oportunidade de observar aqui algumas vezes, os estabelecimentos comerciais se recusem a aceitar símbolos como moeda.

  • Filosofar com os animais

    O Globo (Rio de Janeiro), em 20/02/2005

    QUASE NÃO CONHECEMOS A HISTÓRIA de Esopo, embora se diga que nasceu em torno do século VI a.C. e foi escravo de um homem chamado Jadmon (ou Janto de Samos). Suas fábulas, reunidas por Demetrio em 300 a.C., nos dão uma visão complexa e completa do comportamento humano. Um dos eventos mais traumáticos desta década, a guerra do Iraque, fez-me lembrar a famosa parábola do lobo e do cordeiro: como Bush estava decidido a invadir de qualquer maneira o país, procurou todos os pretextos possíveis - armas de destruição massiva, programa nuclear em desenvolvimento, ligações com a organização terrorista Al-Qaeda. Quando Hans Blix (Unmovic) e Mohamed ElBaradei (Iaea) afirmaram nos tensos encontros do Conselho de Segurança da ONU que não havia indício algum que comprovasse tais alegações, Bush resolveu dar as costas às Nações Unidas, e a invasão aconteceu assim mesmo. Mesmo agora, quando as buscas pelas tais armas de destruição massiva terminaram sem resultados, Bush saiu-se com uma espécie de “mas ele estava tentando fabricar”, e a coisa ficou por isso mesmo.

  • Ditados populares

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 19/02/2005

    Para falar a verdade, ainda não sei se estou louvando ou lamentando a eleição do Severino para a presidência da Câmara dos Deputados e para o terceiro cargo mais importante da República.

  • O Haiti que nos espere

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 18/02/2005

    O coloquial, tão próprio da identidade latina, encontra na matriz haitiana um adensamento inesperado. Nasceu o país de um levante escravo, num quadro de ruptura sem memória ou invocação do passado. E todo prospectivo, por aí mesmo, num grau de simultaneidade agressivíssima com o padrão da época, tanto a guerra de independência de Toussaint L"Ouverture ou de Christophe os projetou no maior fastígio da era napoleônica.As identidades se fazem de logo a partir dessa quase intoxicação com a conquista do poder e o direito a ombrear-se com o imperador, em Paris, de irmão a irmão, nas cartas, cujo intimismo leva ao espanto e à rejeição do corso. É toda a toalete, o garbo, as insígnias e cocardas e, sobretudo, o chapéu da grand armée que imanta de logo o imaginário dos homens de Cap Haitien, de Gonaives e de Port au Prince. Muito, subseqüentemente, da irritação de Napoleão com Toussaint nasceria da insolência dessa primeira assimilação.

  • Líbano, jacaré e zebu

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 18/02/2005

    A solução do assassinato e do terror está se impondo como caminho para resolver problemas políticos. É um atraso na história da humanidade. O homem primitivo não conhecia outra fórmula senão a violência: o uso do tacape. Hobbes, aquele que refletiu sobre a lei natural, diz que o Estado existe por causa do medo da morte violenta.

  • Mudança de cenário

    Diário do Comércio (São Paulo), em 18/02/2005

    Nem é uma derrota como outras, em diversas circunstâncias, já esquecidas. A derrota do PT, para a qual o presidente do partido, José Genoino, procura um bode expiatório, tem o significado de que a estrela de Lula começa a empalidecer.

  • Obras-primas

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 17/02/2005

    A editora Record e a escritora Heloísa Seixas realizaram um dos meus sonhos: ver em livro alguns dos trabalhos publicados na revista "Manchete", durante cinco anos, de 1972 a 1977, sob o título, instigante é certo, mas errado, "As obras-primas que poucos leram".

  • Presidente que se arma

    Diário do Comércio (São Paulo), em 17/02/2005

    Não faz um mês - ou faz um pouco mais - que o presidente da Venezuela, presente há muito nas colunas da mídia nacional, nas ondas de rádio e na tela da tevê, está com nosso Luís Inácio Lula da Silva, que, agora, com o Air Lula, pode percorrer milhares de quilômetros com grande conforto e um aparelho novíssimo. Uma das visitas da semana passada foi ao presidente Chávez, com o qual, segundo a mídia, tratou de negócios.

  • Educação linguística às avessas

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 16/02/2005

    Não sei se o prezado leitor acompanhou recente noticiário televisivo pelo qual se anunciava que autoridades de ensino de determinada região dos Estados Unidos, tendo chegado à conclusão de que a deficiência escolar patente nos alunos negros se devia à sua insuficiência de conhecimento do inglês standard - tanto na gramática quanto no léxico -, resolveram ensinar e admitir nas escolas a modalidade de inglês que acredito seja o que lá se conhece, entre especialistas, por black english vernacular. Digo acredito, porque essas notícias culturais passam diante do telespectador como gato por brasas; dá-se preferência a assuntos gerais da política, dos esportes e da vida em sociedade, principalmente fofocas e escândalos do grand monde. Mas o noticiário registrou também o repúdio das pessoas entrevistadas sobre o que pensavam da medida; e a reação maior, com muita justiça, partiu dos pretos, alegando que eram pessoas normais, que queriam aprender o inglês padrão e que tinham os dotes intelectuais e culturais para consegui-lo, do que, aliás, dão prova vários segmentos da sociedade norte-americana, em todos os ramos das artes, das ciências e dos esportes.

  • Lula, o sucesso em anticlímax

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 16/02/2005

    Chegamos a meio caminho do mandato de Lula com o sucesso que quase troca os sinais de apoio ante a expectativa original do governo: as classes mais ricas aplaudem, mais até do que o eleitorado fidelíssimo que o levou ao Planalto. O resultado da dupla Palocci-Meirelles conquistou os novos apoios, que passam a ver no petismo em palácio a continuidade do tucanato. Mas os fiéis de todo o sempre confiam na guinada, acreditando que o segundo tempo será o do despontar de uma social-democracia, para além das restritas receitas cobradas pela dinâmica da globalização. Foram-se os primeiros radicais sem em nada despovoar o pombal petista, mas nas antecâmaras imediatas começaram os distanciamentos. Sinalizaram, mais que a ruptura, o aguardar do começo da diferença, a sair das areias movediças do que está aí.

  • Vamos e venhamos

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 16/02/2005

    Nunca houve eleição para a presidência da Câmara dos Deputados igual a essa. Nunca se viu tanta convulsão, tantas reuniões, cafés da manhã, pressões e fusões, alianças e traições. Guardadas as proporções, nem mesmo uma emocionante sucessão presidencial provoca tamanho vendaval (recuso-me a falar em tsunami, que está em moda). O que tudo isso significa? Para onde leva?