Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos > Artigos

Artigos

 
  • Deus e o diabo

    Jornal do Commercio (RJ), em 23/11/2010

    Desde criança -e bota muito tempo nisso- ouvia os adultos falarem, com voz sinistra, sobre o dia em que "os morros ocupariam o asfalto". E olha que os morros, naqueles distantes idos, não eram o que são hoje. Eram moradia de gente pobre que chegava à antiga capital da República para ganhar a vida.

  • Bingo!

    Zero Hora (RS),, em 23/11/2010

    Não sei se isto deveria figurar no meu currículo, mas estive entre aqueles que, há muito tempo, testemunharam o nascimento da CPMF. O fato ocorreu em uma reunião de secretarias de Saúde, aqui em Porto Alegre; o tema, crônico, era a escassez de verbas para o setor. Numa conversa informal de corredor, surgiu a proposta: arranjar mais dinheiro através de um imposto especial; no caso, sobre refrigerantes.

  • Seremos todos felizes

    O Estado de São Paulo, em 21/11/2010

    Pelo menos no meu caso, a leitura dos jornais vem provocando uma leve tontura, por vezes não tão leve assim. Estou seguro de que os governantes eleitos não pensam em outra coisa que não o bem-estar da coletividade, pois haverá de ter sido esse ideal o que os moveu a candidatar-se, enfrentando a canseira, o estresse e a despesa de uma campanha, para depois padecer sob a rotina estafante e ingrata da vida pública. Sabemos que, até neste talvez enganosamente sereno domingo, estão ocorrendo reuniões pressurosas em todos os cantos do País, buscando o que fazer para começar desde já a trabalhar pelo bem comum. Também sabemos que os eleitos estão agora mesmo se debruçando com afinco sobre diagnósticos, estudos e planos para a solução dos problemas nacionais, querem trabalhar, querem fazer por nós tudo o que prometeram e mais alguma coisa.

  • Novo Acordo Ortográfico e o Volp

    O Dia (RJ), em 21/11/2010

    Leitora assídua desta coluna nos envia algumas indagações sobre o novo Acordo Ortográfico e os registros que dele faz o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) na sua 5ª edição, saída no início de 2009.   Em primeiro lugar, pergunta a razão pela qual se manteve o acento diferencial no infinitivo "pôr" e se extinguiu em "para" (do verbo parar), já que a justificativa teórica seria a mesma Os redatores do texto do Acordo nada nos informam a respeito. Mas acreditamos que vamos encontrar a explicação na tendência que presidira o Acordo de diminuir no máximo a necessidade de acentuar graficamente os vocábulos de nossa língua, com especial atenção para os diferenciais, uma vez que o contexto,com maior ou menor facilidade, estaria apto para solucionar casos de possível ambiguidade.

  • Ruth por Ignácio

    O Estado de São Paulo, em 21/11/2010

    A biografia é um gênero difícil, posto que exige combinar História e estória. Requer, por isso mesmo, tanto o empenho e a dedicação na pesquisa dos fatos quanto a qualidade de um texto que, numa unidade narrativa, seja capaz de bem contar uma estória de vida. Seguir a ordem cronológica contribui para a tessitura da narrativa e, por isso, é um dos preceitos usuais na elaboração de uma biografia. Permite, com efeito, indicar como uma pessoa, na sua singularidade, foi, no correr do tempo, lidando com o seu potencial de possibilidades no confronto com as múltiplas circunstâncias do seu percurso. Foi este preceito que Ignácio de Loyola Brandão seguiu na elaboração do seu recém-publicado livro Ruth Cardoso - Fragmentos de uma Vida.

  • O primeiro hippie

    Zero Hora (RS), em 20/11/2010

    Leon Tolstói (1828 1910) foi não apenas um grande escritor, foi um tipo humano fascinante que, sob alguns aspectos, antecipou formas de pensamento e estilos de vida que depois viriam a caracterizar o século 20.

  • Obama:da purga à virada

    Jornal do Commercio (RJ), em 19/11/2010

    A confissão de um Obama candente, na sua catarse diante da derrota eleitoral, é fenômeno inédito do discurso político contemporâneo. Merece reflexão, à altura do que possa ser, e novamente de maneira inesperada, o reacionarismo republicano, em que parecem mergulhar os Estados Unidos. Vai manter o país, na sua grandeza, a consciência em que se ganham ou perdem viradas históricas, como a que sugeria ser a sua eleição em 2006?

  • Presidenta ou presidente

    Diário da Manhã (GO), em 19/11/2010

    As palavras vivem e morrem. A língua está em constante transformação. Não é estática. A todo momento recebe as influências do cotidiano, surgindo novos vocábulos, neologismos que em geral vão buscar suas formas no modo de viver, nos costumes, no comunicar do povo. Said Ali, com sua grande autoridade, em seu "Dificuldades da Língua Portuguesa", diz que "nem tudo quanto está nos clássicos é para se imitar".

  • Amor virtual

    Jornal do Commercio (RJ), em 18/11/2010

    Recém chegado ao universo virtual, tenho sentimentos contraditórios a respeito da nova linguagem que, aparentemente, e até aqui, está unindo homens e mulheres, velhos e crianças, doentes e sadios numa humanidade especifica, que, por não ter existido antes, agora está sendo testada.

  • Direita ou esquerda?

    Brasil Econômico, em 17/11/2010

    Enquanto a Europa em crise está majoritariamente em mãos conservadoras, a América Latina pende à esquerda e vai cada vez melhor. A crise americana de 2008 — que está agora abrindo o capítulo da guerra cambial — atingiu todo o mundo.

  • Dois centenários

    Correio Braziliense, em 16/11/2010

    Este mês de novembro marca dois centenários importantes na literatura. Amanhã, temos o centenário de nascimento de Rachel de Queiroz; no dia 20, o centenário de falecimento de Liev Tolstói (ou Léon Tolstói, ou Leão Tolstoi, ou Leo Tolstoy, ou Lev Tolstói — as transcrições gráficas de seu nome russo variam). Aparentemente, duas figuras muito diferentes: um homem e uma mulher, um eslavo e uma brasileira; mas há, entre eles, coisas em comum, a começar pela coincidência temporal entre a morte de Tolstói e o nascimento de Rachel. É uma coincidência significativa, porque Tolstói foi fundamentalmente um escritor do século 19, uma época em que a literatura de ficção abordava as grandes questões da existência humana, cumprindo um papel que depois seria atribuído à psicologia e a sociologia, então ainda engatinhando.

  • Um desconhecido Alencar

    O Dia (RJ), em 14/11/2010

    Alencar ao que nos parece depois de uma pesquisa nos dicionários e repertórios lexicográficos brasileiros e portugueses, não é vocábulo documentado. Temos registrado o verbo "alancar" no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa e no seu equivalente português da Porto Editora, além de documentado no "Morais" 10ª ed., com exemplo extraído de romance de Aquilino Ribeiro, dado como provincianismo português. Pela constante troca da nasal "an"por"en", a variante "alencão", por "alancão", aparece no "Glossário Sucinto", de Elviro da Rocha Gomes, levantado no mesmo Aquüino, com o significado de "puxão"."Alancar" que significa, entre outras acepções,"derreár'; "curvar com o peso de carga ou esforço" é de origem desconhecida e está longe de relacionar-se com o "alencar" que aparece nos textos do Superior Tribunal de Justiça, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e do Ministério da Educação, em contextos do tipo: "os artigos alencados na Lei", "Deve-se apresentar os documentos alencados no artigo (...)".

  • A República, filosoficamente

    O Globo, em 14/11/2010

    Há quem sustente que, em janeiro de 1890, Itaparica ainda não tinha certeza de que a República fora proclamada no ano anterior, notadamente o filósofo e tribuno Nabucodonosor Pontes Ferrão, autor de valente discurso intitulado “Onde se encafurna ela, que não aparece?”. Com essa alocução, pronunciada no Largo da Quitanda, em arroubado improviso ornado de lindas ordens inversas, e tida por alguns como apócrifa, mas não obstante ainda venerada como peça de estilo e civismo, o orador, segundo se diz, chegou a convencer grande parte de seus concidadãos de que a República não existia, era uma invencionice de poetas, desocupados e loroteiros.