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Artigos

 
  • Réquiem para Oscar Dias Corrêa

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 07/12/2005

    Nestes dias de luto, é doloroso escrever sobre um homem plural como Oscar Dias Corrêa, falecido na semana passada, um mineiro nascido na sua querida Itaúna, há 84 anos, que, ainda mocinho, vencia um concurso de oratória. Aquele triunfo já prenunciava o incomparável orador que seria vida afora e previa igualmente o discípulo de Dante, o pai da poesia italiana, mas sobretudo o autor da Divina comédia, em homenagem à sua platônica paixão por Beatrix Portinari.

  • Atirar pelas janelas

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 07/12/2005

    Tempo de cassações tem alguma coisa a ver com a velha prática da defenestração, um tipo de limpeza de terreno que lembra a fase que atravessamos. Atirar pela janela -raiz etimológica da defenestração- tinha a vantagem de não se mascarar em solução moral ou legal para se livrar de um adversário. Era praticada na marra, sem esconder os objetivos de poder ou conveniência de um grupo ou pessoa.

  • Sobre os motoboys

    Diário do Comércio (São Paulo), em 07/12/2005

    Havia eu lido, alguns dias atrás, o que um motoboy dissera a um jornalista. Não era bravata, tinha eu convicção, quando ele afirmara que unidos como são os motoboys podem parar São Paulo quando assim decidirem, nos seus interesses.

  • Chávez não ganhou

    Diário do Comércio (São Paulo), em 06/12/2005

    Notícias da Venezuela nos indicam que o presidente Hugo Chávez não sai ganhando nas eleições de domingo, segundo o Instituto de Opinião Pública, que, ao contrário, dá a vitória à oposição.

  • Oscar segue Dante

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 06/12/2005

    Antes de nos deixar, esta semana, terminou Oscar Dias Corrêa a descrição de sua viagem com Dante, ao longo de versos e de rimas, sobre o chão mesmo da poesia que ilumina as palavras, suas letras, seus vazios, suas pausas. A escolha de Dante para companheiro de viagem marca o homem que a faz, com uma clarividência rara e luminosa.

  • Piloto automático

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 06/12/2005

    "O Brasil está crescendo dentro de suas possibilidades". A frase não é do conselheiro Acácio, que deu o tom e o conteúdo dos pronunciamentos de FHC durante os oito anos de seu mandato. Não creio que Lula saiba quem foi o conselheiro, mas não importa. O fato é que, mediunicamente, deixou que o personagem de Eça de Queiroz baixasse na atual crise que ele atravessa, crise que o deixa chateado.

  • Anjos fumantes

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 05/12/2005

    Mulher tenta abrir porta de avião durante vôo para fumar. Uma francesa admitiu em um tribunal da Austrália ter tentado abrir a porta de um avião em pleno vôo para fumar um cigarro do lado de fora. A mulher de 34 anos, que tem medo de voar de avião, havia bebido álcool e tomado remédio para dormir antes do vôo entre Hong Kong e Brisbane, na Austrália. Foi vista andando em direção à porta do avião da Cathay Pacific com um cigarro e um isqueiro na mão. Começou a tentar abrir a saída de emergência quando foi impedida por uma aeromoça. Folha Online, 21 de novembro de 2005 

  • Enfim, a solução

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 05/12/2005

    Começo a ver claro na confusa, indecifrável vida nacional. Os estrategistas durante a guerra, os sanitaristas durante as epidemias, garantem que o mais importante é localizar o núcleo do inimigo ou o foco das infecções. Até a semana passada, para os nossos lados estava tudo boiando, sem nitidez, sem solução possível.

  • A crença no diabo

    Diário do Comércio (São Paulo), em 05/12/2005

    Citei há pouco tempo nesta coluna a confissão de Werner Sombart ao diabo, em face do que estava ele testemunhando na Europa do seu tempo, nos anos 30, onde as crises se encadeavam em todos os países, suscitando pânico nas populações que viviam tranqüilamente.

  • Drucker e o coração

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 04/12/2005

    Morrer aos 95 anos de idade, com uma vida plenamente realizada, foi o presente que Deus reservou ao escritor austríaco-americano Peter Drucker. Ele nasceu na Áustria, mas, sendo judeu, foi obrigado a deixar o seu torrão natal, em virtude das perseguições e mortes provocadas pelo nazismo, a partir dos anos 30.

  • O espírito das leis

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 04/12/2005

    Já tinha visto coisa parecida, mas em forma de filme, sem equivalência com a vida real. Um sujeito mata a mulher. Policiais, advogados, mídia, opinião pública, aquilo que costumam chamar por aí de "sociedade" ficam traumatizados pelas circunstâncias que envolveram o assassinato.

  • Hagakure e o caminho do Samurai

    O Globo (Rio de Janeiro), em 04/12/2005

    YAMAMOTO TSUNETOMO (1659-1719), depois de servir durante muitos anos como samurai, resolveu narrar tudo aquilo que aprendeu para Tsuramoto Tashiro, um de seus discípulos. O resultado dessas conversas transformou-se no livro “Hagakure”(Escondido atrás da folhagem), que conseguiu resistir à passagem do tempo e ainda hoje é atual. Relendo o texto, eu me dei conta de que grande parte dos ensinamentos ali contidos podem ser aplicados à nossa vida diária. Um samurai, como sabemos, era um guerreiro com um código de conduta (conhecido como bushido) baseado em três pontos importantes:

  • Aliviando a mão

    O Globo (Rio de Janeiro), em 04/12/2005

    A voz rouca das ruas é fogo. Estou saindo da pastelaria aonde vou neuroticamente toda santa noite e compro uma porcariada que não tem mais tamanho, pego minha sacolinha, uma voz me chama, é uma jovem senhora que decidiu interpelar-me.

  • O médico e o monstro

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 03/12/2005

    Poderia parecer uma vingança pessoal e política. Foi mais do que isso. Assisti pela TV aos discursos de Babá e Luciana Genro pouco antes da votação que cassaria o mandato de José Dirceu. No tom de voz de ambos havia, sim, alguma coisa de pessoal, nem mesmo o discurso principal da noite de quarta-feira, que foi o do interessado, teve elementos para transcender o fato político e atingir o território mágico da emoção.

  • O mal grandíssimo

    Diário do Comércio (São Paulo), em 02/12/2005

    Citei o axioma de Rui Barbosa várias vezes, mais vou citar mais uma vez, por ser oportuno fazê-lo. Escreveu o grande tribuno: O mal grandíssimo e irremediável das instituições republicanas consiste em deixar exposto à ilimitada concorrência das ambições menos dignas o primeiro lugar do Estado e, desta sorte, o condenar a ser ocupado, em regra, pela mediocridade .