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Artigos

 
  • Desequilíbrio entre os poderes

    Diário do Comércio (São Paulo), em 28/11/2005

    A soberania da Justiça é de tal magnitude que não podemos e nem devemos vê-la envolta em questiúnculas de partidos, deputados, senadores e mandatários menores, sob pena de a vermos enfraquecida em detrimento dos interesses nacionais.

  • Convergência tecnológica

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 27/11/2005

    Há uma realidade que se aplica a todos os setores estratégicos do desenvolvimento brasileiro. Nossa Carta Magna data de 1988, tendo sido redigida à luz do embasamento científico e tecnológico de então. De lá para cá, no entanto, registrou-se muito progresso, a começar pela incrível participação da Internet em nossos projetos de vida.

  • Autofagia das esquerdas

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 27/11/2005

    Outro dia, comentando a autofagia dos intelectuais, não apenas em momentos de crise, mas sobretudo depois das crises, lembrei a onda que se criou contra Jean-Paul Sartre logo após a libertação da França. A ocupação do país pelos nazistas e o regime colaboracionista de Vichy já haviam feito vítimas na inteligência, mas nada comparável ao morticínio posterior, quando os intelectuais da França Livre comeram-se uns aos outros sob variados pretextos e ressentimentos.

  • Os Independentes do Ritmo

    O Globo (Rio de Janeiro), em 27/11/2005

    O nome acima era afetuosamente usado para designar um conjunto musical que fez breve carreira na Salvador de meu tempo, que os anos não trazem mais. Eram os Independentes do Ritmo porque cada um tocava para um lado. Lembrei-me deles agora, depois de assistir a um nobre deputado cujo nome me escapa passar uma eternidade para fazer uma pergunta ao ministro Palloci, se embaralhando todo, ao ponto de esquecer a pergunta. Fiquei aliviado quando o ministro, que não pode ser levado na conta de burro, disse que não tinha entendido, porque eu também não tinha bispado nada. Aí a bola voltou para o deputado, que fez umas embaixadas e lavrou jóias da oratória pátria, tais como “V. Excia. sabia de que”, amaciou a pelota, deu umas duas cabeçadas, aparou na coxa e perguntou algo ainda difícil de entender mas patentemente anódino, cuja resposta não tive paciência de esperar.

  • Supremo X Congresso

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 26/11/2005

    Sem entrar no mérito da atual briga entre o Supremo Tribunal Federal e o Congresso, a sugestão do senador Jefferson Péres, uma voz que parece clamar no deserto, é a única que poderá eliminar a grave distorção existente entre os três Poderes de um regime democrático.Executivo e Legislativo são eleitos pelo povo, em sua forma direta, embora alguns países democráticos adotem sistemas mistos de votação direta e indireta, esta última feita por colégios eleitorais predeterminados pela Constituição.

  • A democrática fome de universidade

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 25/11/2005

    Há que esperar que de fato, na presente legislatura, a reforma universitária venha a ter toda a acolhida que merece, na amplitude de seu debate e na prioridade que ganhou na gestão dos ministros Tarso Genro e Fernando Haddad. Ela só vem se somar ao resultado e ao êxito do projeto do Prouni e a ganho de uma efetiva e verdadeira mudança qualitativa nas expectativas de acesso de uma nova geração brasileira, nos seus grupos menos favorecidos, ao ensino superior. São, na verdade, cerca de 1 milhão e 200 mil jovens já hoje capacitados a chegar ao campus mas que não se logram juntar aos 4 milhões e 200 mil universitários brasileiros.

  • Só dá topada quem anda

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 25/11/2005

    Outro dia , eu disse que a política é uma guerra -à repórter que me perguntou a respeito da pressão que estão exercendo sobre o ministro Palocci, transpondo a luta paroquial de Ribeirão Preto para o plano federal.

  • Perguntas sem respostas

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 25/11/2005

    Mania extravagante do homem, a de se interrogar desde o início dos tempos, fazendo a si mesmo e aos outros perguntas que ele está careca de saber que não tiveram, não têm nem terão resposta: "Quem sou? De onde vim? Onde estou? Para onde irei?". A única vantagem que este conjunto de perguntas trouxe à humanidade foi a existência de filósofos e seu respectivo mercado de trabalho, embora nenhum deles tenha dado qualquer resposta que prestasse.Abro exceção para um poeta, não dos maiores, até que um poeta bem menor mesmo, que era historiador de profissão e, nas horas vagas, fazia versos, quase que de brincadeira. Numa esquecida antologia escolar, li o soneto que infelizmente não guardei inteiro, fiquei apenas com o final - que, geralmente, é mais interessante.

  • O mundo e a segurança

    Diário do Comércio (São Paulo), em 25/11/2005

    Quando no século XIX o mundo verificou que não podia contar por muito tempo com a garantia da caridade para os menos favorecidos, buscou-se dar-lhes segurança estatal. Foram criados, então, os regimes previdenciários e pensionários, para atender com segurança à massa pobre, que se deslocara ou que fôra deslocada da agricultura para indústria em fase de expansão.

  • Só da topada quem anda

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 25/11/2005

    Outro dia , eu disse que a política é uma guerra -à repórter que me perguntou a respeito da pressão que estão exercendo sobre o ministro Palocci, transpondo a luta paroquial de Ribeirão Preto para o plano federal.

  • Convenção de Genebra

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 24/11/2005

    Cela do Batalhão de Guardas, aqui em São Cristóvão, dezembro de 1968. Joel Silveira e eu estávamos presos havia uma semana e eu começara a sentir uma falta desgraçada, não da liberdade, mas de um pouco de sol nos meus ossos.

  • A França em destaque

    Diário do Comércio (São Paulo), em 24/11/2005

    A erupção da violência na França foi assunto obrigatório em todas as latitudes do planeta. É a doce França falando para o mundo sobre a forma de choques ideológicos, as contradições do mundo moderno em face de sua tradição matizada de sangue, na defesa das liberdades, do ideal de igualdade e fraternidade, contra os quais se levantam forças decididas a abatê-las.

  • O doutor mandou

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 23/11/2005

    Lutando contra o tempo, Lula está procurando fazer alguma coisa que reverta a embrulhada em que se meteu. Mau conselheiro, auxiliado por conselheiros piores do que ele, veio agora com essa inacreditável MP do Bem -por extenso: Medida Provisória do Bem. Do jeito que está sendo implementada, reduz as MPs anteriores, das quais tanto e tamanhamente abusou, a "Medidas Provisórias do Mal", o que parece mais próximo da verdade.

  • Ministério compacto

    Diário do Comércio (São Paulo), em 23/11/2005

    Nos regimes parlamentaristas, dos quais a Inglaterra é a pátria, os ministérios são compactos, pois o primeiro-ministro é o presidente do conselho e não admite divergências que abalem o compromisso político. Já no regime presidencialista, temos visto que há divergências sem que o presidente, que também tem a função de um "primeiro-ministro", consiga demover os divergentes e manter a unidade ministerial.