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Artigos

 
  • Sobre previsões

    Diário do Comércio (São Paulo), em 22/12/2005

    Citei mais de uma vez um provérbio chinês que me parece, não raro, importuno de ser invocado. Aconselha o Brocardo: "Não se faz previsões, especialmente sobre o futuro; logo, não se faz previsões".

  • Vinícius de Moraes: linguagem poética

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 21/12/2005

    Sempre que me toca reler a poesia de Vinicius de Moraes, mais me convenço de que até hoje não lhe fizeram a devida justiça, seja por indigência exegética seja por preconceito literário. É claro que não se pode situá-lo no mesmo nível de Cecília Meireles, Bandeira, Drummond, Jorge de Lima, Dante Milano e João Cabral de Melo Neto, mas é que Vinicius, quer pelo domínio da língua - e das boas tradições da língua - quer pela pujança de sua linguagem poética, cultivou uma vertente lírica dentro da qual são poucos, ou muito poucos, os que dele lograram se aproximar. Há nos versos do autor uma tragicidade tão intensa e dolorosa que nem o humour nem a participação social de seus últimos poemas serão capazes de apagar.

  • Em feitio de oração

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 21/12/2005

    Deus é testemunha de que procuro ter o máximo de boa vontade (a possível, é evidente) para com os reclamos e sugestões, certamente importantes e justas, daqueles que, de um modo ou de outro, desejam uma opinião ou um comentário do cronista.

  • O Automóvel, um soberano

    Diário do Comércio (São Paulo), em 21/12/2005

    Fui visitar uma sobrinha, enferma há vários dias, e a seu convite almocei com ela. A ida ao Morumbi, onde ela reside, foi normal, embora fosse intenso o fluxo de veículos subindo e descendo pelas avenidas principais. Mas, ao sair de sua residência, às duas da tarde, tive mais uma vez a visão do que é a Era do Automóvel.

  • Euclides e a Amazônia

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 20/12/2005

    Em comemoração ao centenário dos trabalhos da Comissão de Reconhecimento do Alto Purus, dirigida por Euclides da Cunha, a Academia Brasileira de Letras (ABL) acaba de publicar uma nova edição do livro "À margem da história", em que outros países sul-americanos se conheciam e se desconheciam.

  • O incerto e o duvidoso

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 20/12/2005

    Leitores indignados estão mandando e-mails truculentos às Redações e aos colunistas estupefatos diante da pesquisa que apontou Orestes Quércia na liderança de votos para a próxima sucessão em São Paulo.

  • As esquisas de opinião

    Diário do Comércio (São Paulo), em 20/12/2005

    A difusão da Psicologia como ciência pelas universidades americanas no começo do século XX deu origem a um ramo dela, a Psicologia Social, estudo psicológico do fatos sociais, numa época dos Estados Unidos em que a humanização crescente criava problemas que precisam ser analisados cientificamente por uma ciência já codificada.

  • Afonso Arinos

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 19/12/2005

    A genealogia, em seu estrito sentido, rezam os dicionários, é o estudo da ciência com a finalidade de determinar a origem das famílias. Todavia, é necessário vê-la também como algo fundamental para o conhecimento da vida de um povo, conforme entendimento de Foucault ao considerar como seu objeto ''identificar as relações do poder que deram origem a idéias, valores ou crenças''.

  • Desistindo de Natal

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 19/12/2005

     Segundo pesquisa do instituto Ipsos, encomendada pela Associação Comercial de São Paulo, 32% dos consumidores não pretendem fazer compras neste Natal. Folha Dinheiro, 9 de dezembro de 2005 

  • Bola dividida

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 19/12/2005

    Não admiro Lula como presidente, mas como pessoa competente, no sentido de que é capaz de competir, mesmo perdendo, como perdeu três eleições presidenciais. Daí a estranheza de sua recente declaração: só competirá na próxima eleição presidencial se for para ganhar.

  • Dois estilos

    Diário do Comércio (São Paulo), em 19/12/2005

    As pesquisas de opinião estão obtendo respostas às consultas que fazem sobre o próximo pleito presidencial, citando os nomes do prefeito José Serra e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

  • Homem múltiplo

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 18/12/2005

    É difícil administrar a educação numa cidade do porte de São Paulo. A população é altamente expressiva, com bolsões de atraso em boa parte fruto da migração interna muito intensa, sobretudo do Nordeste. Mesmo assim, o médico, educador e pesquisador José Aristodemo Pinotti utiliza toda a sua experiência, que não é pouca, para encontrar as melhores soluções que atenuem a gravidade dos problemas encontrados. Ele foi reitor da Unicamp, com brilhante atuação, razão pela qual nada lhe é estranho, nessa área, onde tem ainda a vivência da presidência do Instituto Metropolitano de Altos Estudos, cujas pesquisas têm se revelado muito positivas na conquista da qualidade entre os alunos da UniFMU.

  • Será saudade?

    O Globo (Rio de Janeiro), em 18/12/2005

    Luta vã, a de tentar mudar de assunto todo domingo, sem conseguir. Ia tratar de um assunto sério, como a minha volta ao calçadão - manhã, naturalmente. Não mudei absolutamente de idéia quanto a andar no calçadão, que continuo achando uma das atividades mais chatas jamais concebidas e nunca, depois de meses de insistência, senti o famoso bem-estar pós-caminhada. Meio danoso para minha auto-estima, porque devo ser alguma espécie de anormal, a quem sempre será negado o inefável barato das endorfinas. Padeço do que um médico poderia xingar de anendorfinia, privado de nascença dessas fantásticas substâncias. E há também as humilhações adicionais, como a do capenguinha que curte com minha cara, me deixando a comer poeira com quatro ou cinco de suas passadas fulminantes. Devia haver alguma norma contra a manobra empregada por ele, um impressionante movimento giratório nos quadris, que lhe transforma as pernas num compasso enorme e, que, em rotatividade turbinada, o põe a quilômetros de mim em poucos segundos.

  • Flta de criatividade

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 18/12/2005

    Não fui eu. Foi o presidente da República quem falou em golpismo. Tentou amedrontar a nação que já vive amedrontada, não pela possibilidade de um golpe, mas por não saber até onde o mar da corrupção arrastará a nação.