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Abaixo o baixo astral
Há quem diga que Paes está olhando para a próxima eleição ao criticar tão duramente o governo do estado. Daí querer distância dos antigos aliados, em queda nas pesquisas.
Há quem diga que Paes está olhando para a próxima eleição ao criticar tão duramente o governo do estado. Daí querer distância dos antigos aliados, em queda nas pesquisas.
Não é uma questão ideológica que está em jogo na eleição do novo presidente da Câmara, mas a resistência de um espírito minimamente civilizado de fazer política. Eleger um candidato ligado politicamente a Eduardo Cunha é reafirmar diante da opinião pública um método que está condenado pela História e que, se prevalecer, apenas prorrogará a agonia da Câmara como instituição, e dos deputados como instrumentos de uma velha política que precisa ser superada por fatos concretos, e não por palavras.
Se faltam recursos financeiros para viabilizar o Plano Nacional de Educação, com as suas 20 metas, o que dizer do que se disponibiliza para a realização de objetivos culturais? É muito pouco e ainda por cima corre-se o risco de ser menos ainda, se a discussão em tomo da Lei Rouanet concluir que ela deve ser extinta.
Vivemos o Ano Santo da Misericórdia, que vai até o dia 20 de novembro de 2016. Preocupado com as inúmeras escravidões do terceiro milênio, o Papa Francisco procura combater o que chama de “globalização da indiferença” e defende “o amor de Deus por todas as criaturas”.
Nunca foi tão fácil prever o placar do grande jogo entre a afastada presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Ambos ainda podem perder a partida: Dona Dilma voltar à presidência da República e Eduardo Cunha perder o mandato parlamentar, caindo na vala comum dos investigados pela Operação Lava Jato.
Não me lembro se já falei aqui para vocês da menininha que vi no elevador do edifício onde moro. Ela devia ter alguns meses de nascida mas, quando voltei a vê-la, no mesmo elevador, uns dois anos depois, já de pé ao lado da mãe, levei um susto: batia o pezinho no chão e gritava: "Não quero ir lá! Não quero!".
Medo altera de tal modo a percepção da realidade, os sentimentos e o raciocínio que pode levar ao desastre.
O título parece um paradoxo, mas tem uma explicação. Faleceu o escritor Elie Wiesel, aos 87 anos de idade, sobrevivente de Auschwitz e vencedor do Prêmio Nobel da Paz, em 1986. Ficou mundialmente conhecido como um grande ativista, autor de grandes e apreciados livros sobre a história judaica dos tempos modernos.
Tenho a impressão de que o Brasil sofre de uma epidemia de zumbis. Será o caso de perguntar em que planeta vivemos e em que espécie de república, quando juízes e procuradores agem como se fossem políticos, famintos de publicidade, ou quando parte dos senadores da comissão de impeachment se traveste de magistrados, que já se decidiram antes mesmo de ouvir as partes. Ou ainda quando corruptos de quatro costados arrogam-se paladinos da transparência e inimigos dos malfeitos.
A demanda por tornozeleiras está superando a oferta, ou seja, há tornozelos demais no mercado do crime. A causa se deve à eficiência da Lava-Jato.
Por definição, arte e cultura são ilustrações do conceito aristotélico da potência ao ato. Existe muita potência na política, na guerra, em cada setor da criação humana. No momento, está na berlinda a Lei Rouanet que substituiu a Lei Sarney. Ambas procuraram encontrar um modo decente e eficaz para ajudar a criação artística em todos os seus níveis.
Tenho um amigo, conhecido por Guiú, para quem dizer que o PT é o partido da mentira não está longe da verdade. E que os petistas nada fazem para apagar essa má fama e, sim, pelo contrário, só contribuem para confirmá-la.
Descartes, em frase famosa, escreveu que o bom senso é a faculdade melhor distribuída no mundo. Na época, bom senso se referia à razão. Traduzindo para hoje: a inteligência das pessoas se distribui entre elas seguindo uma curva normal. Pode ser. Mas o common sense dos americanos é outra coisa: a sabedoria. Seja no sentido francês, seja no inglês, parece que o mundo de hoje perdeu o senso. De hoje?
Estaria havendo rejeição aos partidos tradicionais, desconfiança nos políticos moderados e descrença na capacidade de a democracia promover o desenvolvimento.
Estaria havendo rejeição aos partidos tradicionais, desconfiança nos políticos moderados e descrença na capacidade de a democracia promover o desenvolvimento.