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Por que não levei a tocha
Claro que não se deve deixar de cobrar a despoluição da Baía e outras providências indispensáveis, mas não é justo desqualificar o que de bom foi realizado.
Claro que não se deve deixar de cobrar a despoluição da Baía e outras providências indispensáveis, mas não é justo desqualificar o que de bom foi realizado.
Não bastasse a exposição internacional de nossas mazelas proporcionada pela realização das Olimpíadas, vem agora o ex-presidente Lula pedir ajuda ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, como se fôssemos um país sem instituições jurídicas independentes, como quaisquer dessas repúblicas de banana em que ele deu pretensas palestras, e onde liderou o lobby em favor de empreiteiras nacionais.
A crise econômica pode ter efeitos colaterais saudáveis. Como O Globo mostrou em reportagem recente, há boas indicações de que uma reforma política básica pode ser aprovada no Congresso, agora que a proibição de financiamento por empresas está em vigor e os reflexos da retração da economia chegaram aos partidos políticos.
Já era tempo de os políticos aprenderem que jogadas de marketing gratuitas são contraproducentes, pelo menos num momento como o país vive, com alta taxa de desemprego que não deve decrescer tão cedo e um índice resiliente de inflação. Pois não é que o presidente interino Michel Temer resolveu usar a família para um golpe publicitário, e foi buscar o filho na escola, cercado de assessores e seguranças, e avisou a imprensa?
Deixo para depois a cobrança do legado, a exigência de emprego para os desempregados das obras, a melhoria dos hospitais e escolas.
Toda a presente cena política, por outro lado, fica sob a dependência da Operação Lava-Jato, que está longe de exaurir as suas condenações.
O Prefeito Eduardo Paes é um exemplo típico de político promissor que pode se perder pela boca, e na falta de líderes que nos assola, tomara que encontre o justo balanço entre a desejável popularidade e o reprovável populismo.
Antes isso que nada. Acompanho patrioticamente as medidas que garantirão a segurança da Olimpíada. Não sou perito no assunto, mas tenho algumas dúvidas. Milhões de homens e de armas nem sempre impedem o terror. O furo foi sempre mais em cima ou mais em baixo.
Os Procuradores de Curitiba estão analisando, há quinze dias, os depoimentos por escrito de 35 executivos da empreiteira Odebrecht, inclusive o do presidente Marcelo Odebrecht, e os liberarão para homologação parceladamente. Eles estão analisando cerca de mil páginas datilografadas, e toda sexta-feira chamam alguns dos delatores para confirmar informações e tirar dúvidas.
Vivemos um momento particularmente violento e que, ao mesmo tempo, parece indicar o fim de uma época de relativa estabilidade e o começo de outra simplesmente imprevisível.
Há um erro fundamental em tratar o pagamento do marqueteiro João Santana como mais um caso de caixa 2 de campanha eleitoral. O engenheiro Zwi Skornicki, representante do consórcio Fels Setal/Technip que vendia plataformas para a Petrobras, pagou US$ 4,5 milhões em parcelas a Santana a pedido do tesoureiro João Vaccari, para quitar uma dívida do PT da campanha presidencial de 2010 que elegeu pela primeira vez Dilma Rousseff.
A pior novidade é que agora estão procurando exportar para nós terrorismo e outras mazelas, como se as nativas não fossem suficientes.
Dnheiro falso. Era esse o assunto no telejornal. Quadrilhas desenvolveram maneiras sofisticadas de falsificar notas de real, e métodos elaborados de distribuí-las, usando a internet. A reportagem mostrava que é possível fazer contato on-line com os falsificadores, encomendar dois mil reais mediante comprovação de depósito de R$ 250 em determinada conta, e receber o produto em casa pelo correio.
Mesmo que sejam aparentemente amadores, os presos ontem acusados de ações preparatórias de possíveis atos terroristas durante as Olimpíadas não poderiam ser deixados livres, sob pena de as autoridades encarregadas da segurança serem acusadas de negligência mais adiante, caso algum atentado real fosse praticado.
À medida que se desenrola o processo de impeachment da presidente Dilma, vão surgindo decisões em diversas instâncias dos organismos de controle e acompanhamento das atividades governamentais que têm a ver, aparentemente, com o que está sendo discutido na comissão especial do Senado, e poderiam ter impacto na sua decisão final.