Essa publicação faz parte da coleção Relatórios de Atividades
As atividades da Academia Brasileira de Letras no ano 2008 confIrmaram a tradição de defesa da cultura brasileira que a caracterizou desde a sua fundação. Herdeiros dos pais fundadores, e, por imperativo estatutário, empenhados em cultuar a defesa da língua e da literatur a nacional, honramos desde então, hoje e ad imortalitatem, a mensagem lançada nos idos 1896/7.
No ano do centenário da morte de Machado de Assis os eventos concentraram-se em tomo dessa data magna, cujo ápice ocorreu na sessão realizada a 29 de setembro, com a presença do presidente da República, ocasião em que Sua Excelência assinou os últimos atos relativos ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa celebrado com os países lusófonos.
As comemorações em tomo do grande escritor e primeiro presidente da ABL incluíram várias modalidades artísticas, entre as quais concertos de música, leituras dramatizadas de peças e de textos, exibição de fIlmes baseados em suas obras, 24 conferências pronunciadas por especialistas do Brasil e do exterior e uma grande exposição sobre sua vida e obra, que recebeu mais de cem mil visitantes, a metade dos quais integradas por alunos de escolas públicas do Rio de Janeiro.
O programa editorial da ABL dedicou grande espaço a obras sobre Machado, a exemplo do Dicionário Machado de Assis de Ubiratan Machado e o primeiro volume da correspondência do escritor, edição coordenada pelo acadêmico Sérgio Paulo Rouanet.
Outras destacadas efemérides do ano de 2008 também receberam atenção especial da ABL, notadamente o centenário de morte de Artur Azevedo, o centenário de nascimento de Guimarães Rosa, os 400 anos do nascimento do padre Antônio Vieira e os 200 anos da chegada da Família Real ao Brasil. Estas datas signifIcativas da história e da literatura brasileiras, lembradas em ciclos de palestras, foram assistidas por estudantes da rede pública e o público em geral no Teatro R. Magalhães Jr e na Sala José de Alencar.
A lembrar também o programa das visitas guiadas às dependências da Academia, e a freqüência cada vez maior de estudantes e pesquisadores às bibliotecas Lúcio de Mendonça e Rodolfo Garcia.
Muito ainda poderíamos dizer sobre os trabalhos desenvolvidos pela diretoria da ABL em 2008, mas nas páginas seguintes os leitores encontrarão um resumo do ano acadêmico em maiores detalhes.
Centro de reflexão e espaço de difusão do conhecimento, a Academia Brasileira de Letras manteve-se em sintonia com a realidade sociocultural do país. Assim ela se dedica, a um só tempo, ao culto da tradição e à decifração do porvir, condições indispensáveis para manter o passado e o futuro próximos do presente.
Cícero Sandroni
Presidente da Academia Brasileira de Letras
Imprimir