Essa publicação faz parte da coleção Relatórios de Atividades
"Para a Academia Brasileira de Letras, 2013 foi um ano de consolidação e ampliação de iniciativas que já se vinham desenvolvendo. Aproveitamos as comemorações do sesquicentenário de nascimento do nosso patrono Raul Pompeia e do centenário de morte de nosso fundador Aluizio de Azevedo para estimular releituras de suas obras O Ateneu e O Cortiço. Partindo delas, demos prosseguimento a projetos sociais de apoio à leitura e incentivo à escrita nas comunidades recém-pacificadas do Rio e em cidades periféricas, agora incluindo também um trabalho direto com auxiliares de bibliotecas e professores. Assinamos convênio de cooperação com o Museu da Língua Portuguesa. Demos início ao projeto “A Voz do Autor”, com gravações de acadêmicos lendo suas obras.
Ao mesmo tempo, fora de nossas fronteiras, expandimos a rede de cooperação direta com universidades estrangeiras, tendo em vista a difusão internacional das obras de nossos autores e a formação de uma fortuna crítica sobre eles. Com a publicação das traduções de alguns desses estudos, colhemos os primeiros frutos dessa iniciativa, que vieram se somar ao respeitável catálogo da ABL, que tivemos o cuidado de expandir. Demos também especial atenção à qualidade de nossa programação tradicional de ciclos de conferências, mesas- redondas, seminários, concertos, shows, exibição de filmes, visitas guiadas – ainda que forçados a diminuir a quantidade de atividades teatrais devido à redução de patrocínios nessa área.
Fizemos uma pequena reforma no setor de obras raras da Biblioteca Rodolfo Garcia. E uma ampla reforma nas instalações do Centro de Memória e do Arquivo, que os deixou fechados durante parte do ano e reduziu o número de exposições em nossa sede. Com isso, levamos uma grande mostra para o Complexo do Alemão e nos fizemos mais presentes fora de nossas paredes.
Mais uma vez, ao nos despedirmos de confrades como Lêdo Ivo, João de Scantimburgo e Luíz Paulo Horta, constatamos quanto as perdas entristecem e causam dor. Mais uma vez, ao acolhermos com alegria seus sucessores Rosiska Darcy de Oliveira, Fernando Henrique Cardoso e Antônio Torres, nos lembramos das palavras do poeta e confirmamos que a vida é uma ordem.
É nesse equilíbrio que vivemos, entre passado e futuro, entre a tradição que precisamos guardar e os novos tempos que devemos ajudar a construir. Fiéis aos que nos precederam mas criteriosos e responsáveis perante os que um dia virão."
Ana Maria Machado
Presidente da Academia Brasileira de Letras
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