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Artigos

  • Armadilhas da construção literária

    O Fórum de Debates da XIII Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro foi excelente pretexto para focalizar alguns aspectos essenciais da nossa língua e literatura. A começar pela adiada entrada em cena do Acordo Ortográfico de Unificação, a que Portugal resistiu bravamente. Segundo seus filólogos, estaria havendo um “colonialismo dos excolonizados”, querendo impor 1,4% de alterações ortográficas para Portugal, contra 0,5% do Brasil.

  • Os profetas do futuro

    Em épocas mais remotas, viveram personalidades que tiveram a capacidade de ser visionários em diferentes campos como as artes e a ciência, com pensamentos avançados, o que por vezes trouxe grandes perplexidades à humanidade. Vejam o que foi para Galileu Galilei contrariar até mesmo religiosos, quando intuiu que o Sol é o centro do nosso universo, em torno do qual a Terra gira sem parar. Foi chamado de louco e, é claro, sofreu um bocado, até que se comprovasse cientificamente a sua teoria.

  • O desacordo ortográfico

    São de épocas distintas as tentativas de Brasil e Portugal para adotar um único procedimento no que se refere à grafia das palavras. Marcos foram os quase acordos de 1945 (quando a delegação brasileira foi presidida pelo acadêmico Pedro Calmon), depois o grande trabalho do filólogo Antonio Houaiss, que desaguou em 1990, quando parecia que tudo caminharia favoravelmente.

  • "Vamos a falar sério"

    Devemos examinar a alternância entre adjetivos e advérbios. Na Moderna Gramática Portuguesa, de Evanildo Bechara, Editora Lucerna, 37a edição, há casos em que a língua permite usar ora o advérbio (invariável), ora o adjetivo (variável). Os exemplos são múltiplos e bastante esclarecedores. O primeiro exemplo pode ser encontrado em Camilo Castelo Branco, nesta série selecionada, em que privilegiamos autores portugueses. Não há uma razão especial para isso, apenas a comprovação de que, embora falemos o mesmo idioma, há formas diferentes de construir frases, mantida a sua natural compreensão:

  • Megabibliotecas da Colômbia

    Nas comemorações dos 110 anos da Academia Brasileira de Letras, o presidente Lula parecia à vontade e muito feliz. Depois de ler um discurso curto e formal, entregou-se ao prazer do improviso, com todos os seus riscos. Foi extremamente feliz, entendeu onde se encontrava, e citou as virtudes do livro para a cultura de um povo. Deu notícias de que o governo vai distribuir 110 milhões de livros didáticos para o ensino fundamental (alunos carentes) e tocou num ponto nevrálgico da vida brasileira: a ausência de bibliotecas públicas em mais de mil municípios: “Pois ainda no meu período de governo vou acabar com isso. Em cada cidade, não importa a região, haverá pelo menos uma biblioteca pública.” É a tarefa maior, em que hoje se empenha a Biblioteca Nacional, segundo a sua diretora-executiva, Célia Portella.

  • Temprestade perfeita

    Não é sempre que ela acontece. Depende de uma conjunção rara de fatores climáticos. Aí se instala a chamada “tempestade perfeita”, expressão hoje comum na língua inglesa, com todos os seus efeitos desastrosos. É o que está acontecendo na educação brasileira. Parece que quase tudo dá errado, como se estivéssemos condenados ao atraso.

  • Aprender fazendo

    É muito atraente proclamar a necessidade de um novo modelo para a educação brasileira. Quem não estará de acordo? Conhecendo a realidade das nossas escolas, especialmente as públicas, sente-se o vulto do desafio. A capacitação necessária deve ser acompanhada de incentivos salariais, como ocorre nos países pós-industrializados. Eles podem ainda utilizar padrões conservadores, sem maior criatividade, mas têm melhores condições de se dar bem na Sociedade do Conhecimento.

  • Os saberes de Morin

    Figura destacada da Resistência francesa, nos anos de 1942 e 1943, Edgard Morin notabilizou-se no mundo da educação, pelos seus trabalhos como filósofo (“O Método”) e sociólogo (“Os sete saberes”), em que se encontra a síntese do seu pensamento complexo. Aos 86 anos de idade, inteiramente lúcido, Morin aceitou o convite do Sesc/DN para dar uma espécie de aula magna, iniciando os trabalhos na Escola de Ensino Médio situada na Avenida Ayrton Senna (Rio).

  • Quixote para crianças

    Um dos mais importantes livros de todos os tempos - "Dom Quixote", de Cervantes - pode agora ser lido pelas crianças propriamente ditas e pelas crianças que somos todos. Reescreveu-o Arnaldo Niskier de tal maneira que leva a história de Miguel de Cervantes Saavedra a um prazer tanto de leitura como de releitura das aventuras do ilustre personagem que aparece na companhia de outros - Sancho Pança, Dulcinéia e toda a população da Espanha - em suas andanças por sua terra, no decorrer das quais encontra amigos e adversários e entra em luta, inclusive, com um moinho de vento, numa história que mostra as enormes diferenças entre uma pessoa e outra, mas que também revela que, bem lá no fundo , elas se parecem muito.

  • O tribunal do livro

    Enquanto se discute de quem é a culpa pela baixa qualidade da educação brasileira, avaliada no exame internacional do Pisa, variando as versões entre os que vitimam os alunos, os professores, os pais e as escolas, um fato que mereceu notável destaque: descobriu-se o Quirguistão, país que bravamente superamos, na última olimpíada do conhecimento (ciências, matemática e leitura).

  • A saudade paira no ar

    Foi uma sessão histórica da Academia Brasileira de Letras, considerada também como a Casa da Memória. O presidente Marcos Vilaça decidiu homenagear sete acadêmicos, com a aposição de quadros com os seus retratos, nas instalações do Petit Trianon. Famílias respectivas estiveram presentes.

  • Treinamento dá retorno

    É opinião generalizada que o treinamento de pessoal dá um excelente retorno. Pesquisa do Sebrae nacional revelou que houve progressos expressivos nos setores de comércio, serviços, indústria e construção, embora os nossos padrões educacionais ainda estejam muito a desejar. Uma pena que se cuide tão pouco de matérias como língua portuguesa e matemática, como revelam os exames feitos pelo MEC.

  • Mangá em tempos de mudança

    No imenso aeroporto de Tóquio, a espera é angustiante. Você entra e sai das mesmas lojas, diversas vezes. Enquanto não reabre o aeroporto de Nova Iorque, fechado em virtude de uma nevasca, não há como deixar a base em que nos encontramos. Na poltrona da sala VIP, refestelada, uma criança japonesa está inteiramente envolvida pela leitura de uma história em quadrinhos. Aliás, várias histórias e diversas revistas. Todas de mangá, a coqueluche do público infanto-juvenil.

  • Um banho de modernidade

    O meu amigo Cristovam Buarque pede socorro aos dicionaristas brasileiros, para que façam o registro do termo educacionismo. Sente falta do que seria um movimento amplo em favor da educação, alcançando todos os poros da nossa sociedade. Na verdade, com a genialidade que o caracterizou, o filólogo Antonio Houaiss, de saudosa memória, ao elaborar o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, editado pela Academia Brasileira de Letras, registrou na página 277 a palavra educacionismo como substantivo masculino. Portanto, oficialmente, ela existe. Se não está no Aurélio, é outra história.