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Treinamento dá retorno

 

É opinião generalizada que o treinamento de pessoal dá um excelente retorno. Pesquisa do Sebrae nacional revelou que houve progressos expressivos nos setores de comércio, serviços, indústria e construção, embora os nossos padrões educacionais ainda estejam muito a desejar. Uma pena que se cuide tão pouco de matérias como língua portuguesa e matemática, como revelam os exames feitos pelo MEC.


O aumento de profissionais nos níveis médio e superior não significa necessariamente que estejamos num patamar sequer razoável. Ações positivas como as do CIEE são benvindas, se considerarmos uma visão estratégica nos nossos níveis de desenvolvimento. Melhora a taxa de sobrevivência das pequenas, micro e médias empresas - e quanto maior o treinamento dos funcionários melhor a chance de resultados apreciáveis. Devem ser muito bem escolhidas as áreas que mais ajudam a empresa a competir com chances concretas de sucesso.


Como vivemos no Rio de Janeiro, o seu futuro é a nossa prioridade. Deve-se assinalar o “boom” previsto para o seu crescimento industrial, com reflexos em toda a sociedade. Teremos o Pólo Petroquímico de Itaboraí, a siderúrgica da CSA em Santa Cruz, a retomada da usina nuclear de Angra 3 e o complexo portuário da MMX no norte fluminense, todos carentes de maior especialização. Quando somos ameaçados com a vinda dos chineses para ocupar essas vagas, não se pode deixar de lado a preocupação, pois sob esse aspecto devemos ser nacionalistas extremados.


A performance do CIEE-RJ é apreciável, procurando preencher todos os espaços disponíveis. Veja-se do que é capaz uma instituição filantrópica, de assistência social, sem fins lucrativos. Os jovens estão sendo inseridos em estágios e treinamentos em organizações públicas e privadas. Em 43 anos de existência, 500 mil estudantes foram atendidos só no Rio de Janeiro, onde hoje fazem estágio cerca de 23 mil estudantes. O aumento em 2007 foi de 20%, estimando-se para 2008 o incremento de 30%. Cerca de 217 mil bolsas foram pagas, em valores variáveis que chegam a atingir quase R$ 700 reais a o mês, no ensino superior.


Esses estágios estimulam a cultura do empreendedorismo, ao lado do que recomenda a Unesco, que é a aprendizagem por toda a vida. Nunca esteve tão em voga o que chamamos de educação permanente ou educação continuada, no recrutamento e capacitação de novos talentos.


Reservamos uma atenção especial à lei de cotas para portadores de necessidades especiais. Regulamentada em 1999, assinala crescimento em todo o País, no que se refere ao atendimento, embora as empresas estejam esbarrando na falta de capacitação da grande maioria dos deficientes. É parte da responsabilidade social do CIEE prover os indivíduos portadores de problemas em suas funções psicológica, fisiológica ou anatômica, de oportunidades para o primeiro emprego.


Podemos concluir que há necessidade de uma grande mobilização nacional de valorização da política de estágios e do programa do aprendiz legal, a partir de uma nova educação como fulcro essencial. Devemos utilizar novas tecnologias para a expansão do número de multiplicadoras e a formação de líderes a baixo custo, para que se amplie o seu número. E logo haverá um programa de orientação profissional para filhos de funcionários de grandes empresas, fechando o círculo virtuoso da missão a que se impôs o CIEERJ: “Capacitar jovens e líderes, com educação criativa, inovadora e continuada, para vencer os desafios profissionais da Sociedade do Conhecimento.”


Jornal do Commercio (PE) 25/1/2008