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Artigos

  • Opinião: Partidos e partidos

    É Duverger, esse notável estudioso da política, quem profundamente analisa a organização da contenda política, aquilo que ele chama "a luta pelo poder". Temos de distinguir entre pequenos partidos e partidos pequenos. A linha divisória está na tradição ideológica e nos fins pragmáticos. Os "pequenos partidos" são criados com o aproveitamento de brechas legais para colocar a vida partidária no balcão de negócios. São agrupamentos pessoais, sem nenhuma legitimidade, que fazem dessas minúsculas legendas cartório de registro de candidatos e mercadoria de aluguel de siglas e espaços de televisão. É evidente que há exceções.

  • Opinião: Lágrimas para João Hélio

    A trágica história do menino João Hélio fez despertar uma consciência de culpa na sociedade brasileira com a condescendência com o crime. Não se pode tratar uma pessoa de 16 anos como criança inconsciente. Ele vota, escolhe os dirigentes do país, procria, protesta, opina e exerce direitos de cidadão. Não pode deixar de distinguir o bem e o mal. É um crime contra o próprio adolescente levá-lo ao crime com a certeza da impunidade. Então, o deixamos indefeso contra o aliciamento. Os argumentos contrários são mais abstratos do que concretos, mais românticos do que reais.

  • Palpite Infeliz

    Quando ainda estamos com cheiro de carnaval, me seduz o nome da música do Noel Rosa, título deste artigo. É um dos casos em que mais se aplica àquele fardo da política brasileira de, em momento de calmaria, surgir um anjo negro, chamado por um conterrâneo meu, Gomes de Castro, de "gênio perverso", fazendo das suas.

  • Opinião: China, Kourou e as amazonas

    Vamos imaginar o que foi na idade da pedra lascada o domínio do fogo, ou a descoberta de novas terras, a aventura de navegar contra o vento, entender o funcionamento da natureza, com a terra a girar a uma fantástica velocidade em torno de seu luzeiro maior - como diz a Bíblia - o sol.

  • Opinião: Um susto em Xangai

    Estamos em pleno mundo das expectativas e de contagiante nervosismo. Não só dos homens mas das máquinas também. Os computadores programados para detectar a menor ameaça ou anormalidade ficam mais frenéticos do que cantor de rock. Vejam um exemplo claro e inatacável disso no recente episódio da bolsa de Xangai. Derrubou logo as bolsas do mundo inteiro sem que ninguém soubesse por quê.

  • Opinião: O Ponto G e o QiQi

    Não sei por que tanta celeuma sobre a espontaneidade do nosso presidente em revelar que "todos gostam de sexo" e que as relações com os Estados Unidos esperam o Ponto G. Os que censuram estas franquezas lembrem-se da história do Brasil começando no texto de Pero Vaz de Caminha, a famosa Carta, onde ele descreve as índias nuas e vai logo dizendo que elas "nem fazem caso de encobrir suas vergonhas (…) tão altas e cerradinhas". Nem esconde que todo mundo não queria outra coisa senão ver as maravilhas, que "nós muito bem olhávamos", como confessa.

  • Hora do crescimento: ZPE

    VISITEI A CHINA pela primeira vez em 1967. Era o tempo do obscurantismo da Revolução Cultural, de triste memória. Voltei a visitá-la em 1988, já presidente da República. A última viagem foi em 94. Vi nesse espaço de 30 anos as transformações que ocorreram e acompanho a explosão recente.

  • A FAB e João Paulo 2º

    O TEMA religioso se impõe na Quaresma. Não sei qual é o santo protetor dos controladores de vôo, senão pediríamos a todos invocá-lo nesta hora, em que tantos e tão acumulados erros foram cometidos. Louvemos a beata FAB brasileira, que cumpre exemplarmente seu dever em meio a tantas dificuldades, a começar pelo pioneirismo do Correio Aéreo Nacional, passando pelo heroísmo do "Senta a Pua", da Segunda Guerra Mundial, até o tremendo desafio de zelar pelo espaço aéreo de um país de tão grande dimensão, cobrindo as deficiências com a coragem, o patriotismo e o sacrifício de seus homens.

  • O fantasma da desigualdade

    A IGUALDADE sempre foi o grande sonho do homem, desde que teve consciência de sua condição humana. Fizeram-se revoluções, escreveram-se tratados, pensadores, poetas e políticos construíram fórmulas e meios de chegarmos a ela. A grande Revolução Francesa de 1789, considerada um marco na história da humanidade, resumiu seus ideais em três palavras chaves e divinas: liberdade, igualdade e fraternidade. Na Declaração da Independência americana, Thomas Jefferson ampliava essas aspirações, dizendo que todos os homens têm direito à "busca da felicidade". Associava-se a felicidade aos anseios do homem.

  • O doce prazer de voar

    O tema de voar anda na moda no Brasil, ou melhor, em crise. Uns chamam de apagão, na esteira do famoso racionamento de energia no princípio do século e que até hoje não consegue sair da cabeça das pessoas. Mas, no caso da aviação, não apagou nada, apenas fez voltar aquela famosa frase do tempo das intervenções militares em que, com prudência, uns diziam bem escondido para outros: "Há algo mais no ar, além dos aviões da carreira". Agora faltam os aviões da carreira, ficou o algo mais.

  • Opinião: O papa em nossa casa

    É muito difícil ser papa depois de João Paulo II. Este teve uma grande cumplicidade com a história. Antes de tudo, foi o primeiro papa a viver a sociedade de informação, capaz de ser visto e acompanhado por todos e em todo lugar. Segundo, teve de atravessar o tempo da Guerra Fria que levava o mundo à beira da catástrofe nuclear. Terceiro, lhe coube executar as reformas do Concílio Vaticano II, que provocou uma tempestade na Igreja, e resolver o conflito ideológico com a Teologia da Libertação.

  • O pescoço de Saddam

    O CONCEITO de guerra justa foi muito utilizado ao longo dos séculos para aventuras políticas. Kant, que era um pacifista a seu modo, achava que toda guerra "era contra a lei". Sua visão era mais legalista do que humanitária.

  • O cerco ao Brasil

    O Brasil sofre na América do Sul uma onda de hostilidade cujas motivações são absolutamente demagógicas e populistas. Nossa conduta com nossos vizinhos sempre foi exemplar. Esse quadro exige de nossa diplomacia um trabalho equilibrado e competente, que ela tem exercido bem, com o aprendizado da arte de engolir sapos.

  • O mundo vai acabar

    OS ISRAELENSES compradores de papéis antigos descobriram um manuscrito de um senhor Isaac Newton -o autor da teoria da gravidade- dizendo que o mundo vai acabar em torno de 2060. Esse senhor -já que hoje é necessário verificar, diante de tantas operações, se ele não está envolvido em uma delas, quem sabe, a Furacão- é um homem de boa ficha. Edmond Halley, o que deu nome àquele cometa que aparece por aqui entre 74 e 78 anos, dizia dele que "mais próximo de Deus nenhum mortal pode chegar". Halley também foi um desses.