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Artigos

 
  • À espera de punição

    O Globo, em 30/11/2021

    Apesar das cobranças feitas por Defensoria Pública, Anistia Internacional, Supremo Tribunal Federal e ONU, nenhuma investigação consequente foi realizada sobre as incursões policiais que resultaram nas chacinas ocorridas nos últimos seis meses na favela do Jacarezinho e no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Entre as autoridades que se indignaram com essas operações armadas e exigem punição dos culpados na forma da lei, estão a antropóloga Jacqueline Muniz, especialista em segurança pública, que as classificou de desastrosas.

  • Fato novo

    O Globo, em 30/11/2021

    O que parecia apenas um balão de ensaio está se transformando em fato político relevante. Ao abrir caminho para aceitar ser vice-presidente na chapa de Lula, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin não apenas se vinga de seu arqui-inimigo João Doria, como permite que Lula dê a guinada para o centro que era esperada e parecia ter sido superada pela ala radical do PT que defende ditaduras como as de Maduro na Venezuela e Ortega na Nicarágua.

  • Espaço para a 3ª Via

    O Globo, em 28/11/2021

    Com a disputa pela presidência da República em processo acelerado, que começou na verdade há mais tempo, provocado pelo próprio Bolsonaro, que ganhou a eleição prometendo acabar com a reeleição e saiu das urnas já candidato a ela, é importante ter um olho no futuro para avaliar os diversos cenários em que nos moveremos  daqui a um ano.

  • A descoberta do caju

    Folha de S. Paulo, em 28/11/2021

    Quando cheguei ao Santo Orégano, na Praia do Riacho Doce, em Maceió, vi que o “velho” Prata, como seu filho Antonio o designa, apesar de ele ter dez anos menos do que eu, veio com um sorriso e uma fruta na mão. Prata ou Pratinha, fizemos carreiras paralelas, invejei quando ele se tornou telenovelista. Cronistas somos. Em um momento namoramos a mesma mulher. Coisas passadas.

  • Brecha na polarização

    O Globo, em 25/11/2021

    Nos tempos pré-internet, eram três os pilares das “estruturas de poder” que viabilizavam uma disputa eleitoral exitosa para presidente da República: as oligarquias nos grotões, os pastores pentecostais e políticos populistas na periferia e a classe média urbana escolarizada. Esses grupos influenciavam as eleições desde a redemocratização, e foi por isso que Fernando Henrique procurou o PFL, não apenas para governar, mas para vencer a eleição, pois o partido era formado pelas oligarquias nos grotões.

  • Refém do Congresso

    O Globo, em 23/11/2021

    O presidente Bolsonaro chegou a uma encruzilhada na sua relação com a base parlamentar, em especial com os partidos do Centrão, mas também com o PSD de Gilberto Kassab, que trabalha para montar um partido tão forte que seja impossível igno-rá-lo na composição de um futuro governo, que, ele garante, não será de Bolsonaro.

  • Modelo conexionista para a educação

    Folha de S. Paulo, em 23/11/2021

    Os números com os quais a humanidade lida, atualmente, são todos astronômicos. E as consequências não podem deixar de ser igualmente espetaculares. Quando falhou, no dia 4 de outubro, o acesso às redes sociais (Facebook, Instagram e WhatsApp), 2 bilhões de pessoas deixaram de utilizar esses serviços, num prejuízo verdadeiramente inacreditável.

  • O STF e a transparência do Orçamento

    O Estado de S. Paulo , em 21/11/2021

    A transparência do processo orçamentário, que diz respeito à aplicação de recursos financeiros do Estado, está na ordem do dia do debate político. Sua prática vem sendo questionada em razão dos procedimentos das emendas do relator-geral do Orçamento no Congresso e das implicações, não republicanas, do seu sigiloso uso político para a obtenção, em conjugação com o Executivo, de apoio parlamentar.

  • A diversidade da ABL

    O Globo, em 21/11/2021

    As últimas três semanas culturais foram dominadas pelas eleições para a Academia Brasileira de Letras, exemplares da diversidade cultural da sociedade brasileira, que a ABL sempre procurou espelhar. Desde sua fundação, que no próximo ano fará 125 anos, a ABL definiu-se como uma agremiação dos “notáveis”, não apenas de literatos, assim como a Academia Francesa.

  • Luz no caminho

    O Globo, em 18/11/2021

    O economista Alan Blinder, que foi do Banco Central dos Estados Unidos e debate muito a relação entre economistas e políticos, diz num de seus livros mais conhecidos que as pessoas acham que os economistas têm uma grande influência sobre os políticos. Nada mais afastado da realidade, afirma ele. A relação de políticos com economistas é mais semelhante à do bêbado com o poste de luz. Os bêbados usam os postes de iluminação não para iluminar o caminho, mas para se apoiar.

  • Nobel de Física

    Jornal de Letras, em 17/11/2021

    Já acompanhava, de longe, os estudos de Parisi sobre os sistemas complexos, não de forma específica, mas de ordem geral, filosófica. Bebo da fonte da complexidade, em Edgar Morin e Basarab Nicolescu. Ainda jovem, na casa dos vinte e poucos anos, enviei a Mandelbrot uma serie de perguntas – jamais respondidas – sobre a poética dos fractais, bela, fascinante, enamorada do infinito. Fui capturado desde então pelo complexo. Algumas dessas obsessões aparecem nos meus livros, sob a chancela de diário filosófico, em forma de fragmentos, cujos três volumes sairão reunidos, em breve, com o título de Paisagem lunar.

  • O ano que já começou

    O Globo, em 16/11/2021

    Apesar de ainda estarmos a cerca de dez meses das eleições, elas estão próximas, pelo menos em termos de movimentação política. Hápré-candidatos investindo até em marketing para promover a imagem. A filiação de Sérgio Moro ao Podemos, com discurso de pre-sidenciável, veio aumentar a lista dos candidatos da terceira via, que querem fugir da polarização entre Bolsonaro e Lula.

  • A mesma linguagem

    O Globo, em 16/11/2021

    A demonstração exemplar de que o presidente Bolsonaro já não é mais o mesmo está contida na discussão virtual de baixo calão que teve com seu grande líder político Valdemar da Costa Neto, dono de fato e direito do Partido Liberal (PL). Estou falando do ponto de vista de poder, e não de ideologia, pois Bolsonaro, como admitiu recentemente, sempre foi do Centrão, embora figura do baixo clero que nunca teve expressão política nos nove partidos dos quais já fez parte.

  • Geleia tucana

    O Globo, em 14/11/2021

    PSDB e PT, que disputaram a liderança política do país durante 20 anos, até 2014, podem voltar a ser decisivos na eleição de 2022, em situações paradoxais muito próprias da geléia geral partidária brasileira.

    Uma chapa com Lula para presidente e Geraldo Alckmin para vice deixou de ser “impensável” para ser “possível”, o que pode influir decisivamente no resultado final. O ex-presidente Lula, aproximando-se de Alckmin, dá passos largos em direção ao centro, mesmo que seja apenas um gesto político, que dificilmente se transformará em mudança de seu programa de governo.

  • Partir é nosso destino

    Folha de S. Paulo, em 14/11/2021

    Em março de 1982, desci em Berlim para um dos períodos mais estimulantes e felizes de minha vida. Fui convidado pelo Daad, Serviço Alemão de Intercâmbio Cultural, era um dia escuro, o inverno terminava. “Estou aqui sozinho, nada sei deste lugar, tenho de aprender tudo. É como renascer.” 

    Estava com 46 anos, tinha deixado uma ex-mulher e dois filhos para trás, Daniel e André. O funcionário do Daad levou-me a um apartamento que um físico alugara à instituição, enquanto trabalhava na Suíça. Fiquei horas, meio catatônico, lendo lombadas de livros de física e matemática em alemão, até que a campainha soou, entrou Victor Klagsbrunn, economista brasileiro, exilado, que me pôs no carro e me levou à casa dele.