No reino do faz de conta
A aceitação, pelo presidente da Câmara dos Deputados, do pedido de impeachment de Dilma Rousseff veio agravar a situação caótica em que já se encontrava o governo federal.
A aceitação, pelo presidente da Câmara dos Deputados, do pedido de impeachment de Dilma Rousseff veio agravar a situação caótica em que já se encontrava o governo federal.
Repetem que favela não é problema, é solução, deviam insistir também em dizer que é só meia solução.
É preciso fazer justiça a Eduardo Cunha: poucas vezes se viu em Brasília um político tão esperto quanto essa espécie de genérico de gênio do mal.
Ao propor o “semiparlamentarismo” como sistema alternativo ao presidencialismo atual, o vice-presidente Michel Temer entrou na discussão aberta pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Marcus Vinicius Coêlho que, na coluna de ontem, anunciou a disposição de abrir contatos políticos em defesa do “semipresidencialismo”.
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coêlho está planejando uma série de contatos políticos, a começar de hoje, com lideranças do governo e da oposição, para defender a necessidade de se adotar no Brasil o sistema presidencialista francês, uma República democrática semipresidencialista.
A vitória de Macri não representou uma virada de página na política argentina. O kirchnerismo não foi demolido, de saída, tendo em vista a diminuta diferença dos resultados nas urnas, com menos de 2% de vantagem da oposição.
A judicialização do processo político está tão exacerbada que os partidos estão recorrendo ao Supremo Tribunal Federal até mesmo para conseguir vagas na Comissão do impeachment.
Aplausos. Aplausos. Muitos aplausos.
No Teatro Leblon, na sala que leva o seu nome, o corpo de Marília Pêra repousa no caixão adornado de flores vermelhas e brancas. No rosto, de aparência serena, um esboço de sorriso, como se a diva quisesse agradecer aquela consagração post-mortem.
É provável que a essa altura o Palácio do Planalto já não conte mais nem com os 199 votos que apoiaram a chapa oficial derrotada no plenário da Câmara ontem. À medida que os ventos sopram a favor do impeachment, a tendência é o governismo ir se desidratando.
Nas novelas, os maus são sempre desmascarados e punidos para dar lugar a um final feliz. Na vida real, isso é mais difícil de acontecer.
A partir da disputa para formar a Comissão da Câmara que analisará o pedido de impeachment da presidente Dilma teremos condições de verificar o balanço das forças políticas em jogo.
Estou sabendo que uma turma de cobras, em Paris, está chegando a um plano ou coisa que o valha sobre o clima na Terra, o meio ambiente e outros temas de nosso tempo.
O debate sobre o impeachment da presidente Dilma está pleno de imprecisões históricas e argumentos políticos que só podem ser aceitos pelos ingênuos ou os de má-fé. Dizer que se trata de um golpe perpetrado pelo PSDB, que não se conforma com a derrota nas urnas em 2014, é aceitável na luta política, mas é inacreditável que alguém de boa-fé acredite nisso.
Quando a situação de um país parece sem saída, é preciso buscá-la. Afastemos com firmeza quaisquer soluções à margem da Constituição.
Quando o Brasil perdeu para o Uruguai, em 1950, fiquei triste. Na última Copa do Mundo, quando o Brasil perdeu para a Alemanha por 7 a 1, eu não fiquei triste, fiquei envergonhado. Menos envergonhado do que agora com as trapalhadas de nossa vida pública.