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Artigos

 
  • Tirar de letra não é boa ideia

    Jornal do Commercio (PE), em 17/10/2010

    A lembrança futebolística excita a minha memória. Cheguei a ver o craque Domingos da Guia, grande zagueiro do Flamengo e da seleção brasileira, atuando em campo. São inesquecíveis as suas jogadas, embora às vezes perigosas. Gostava de emocionar o público fazendo na área o que os dicionários chamam de tirar de letra, ou seja, locução verbal que significa "agir com competência". Mas nem sempre dava certo - e aí virava uma "domingada". Perder a bola dentro da área é praticamente dar um gol ao adversário. O uso do calcanhar pode ser traiçoeiro.

  • Mudando de ramo

    O Globo, em 17/10/2010

    Madrugada meio metida a primavera berlinense, muito clara e ensolarada, mas cortada por um ventinho gélido, desses dos quais se diz fazerem com que descubramos partes do corpo que antes não sabíamos que tínhamos. Descubro algumas e lembro, não sem mágoa, que hoje em dia também percebo ossos de que na juventude não tinha consciência. Mas espano da cabeça pensamentos importunos, estufo o peito na medida do possível e me disponho a começar bem o dia, que afinal, apesar do frio, se anuncia belamente. Não passa muito das 5 e Salvatore ainda deverá estar arrumando sua prestigiosa banca de revistas, de que sou freguês leal.

  • Programas e Biografias

    Folha de São Paulo, em 17/10/2010

    Os especialistas em eleição, os formadores de opinião e a maioria dos cronistas políticos cobram dos dois candidatos presidenciais os programas e metas que pretendem implantar. Creio que ambos já falaram bastante sobre isso, estabeleceram as prioridades básicas (educação, saúde, segurança etc.). No fundo, os programas não se diferem no essencial, as diferenças ficam por conta de detalhes pontuais, sujeitos às circunstâncias de cada problema ou desafio.

  • Negar, não. Ignorar, sim.

    Zero Hora (RS), em 17/10/2010

    Muitas pessoas (e as histórias a respeito sempre mencionam as mulheres) costumam mentir sobre sua idade. Explicável, numa época em que a velhice é vista com condescendência para dizer o mínimo. A figura do ancião respeitado, que funcionava como o sábio da comunidade, é coisa do passado. E isso por várias razões. Em primeiro lugar velhos já não são raros: 10 por cento da população brasileira (que sempre foi considerada jovem) têm mais de 60 anos, o limite clássico da chamada terceira idade.

  • Uma pergunta que não quer, e não pode calar

    Zero Hora (RS), em 16/10/2010

    Acabo de receber um livro que se constitui numa leitura muito adequada para este 18 de outubro, Dia do Médico. Foi organizado pelos doutores Álvaro Jorge Madeiro Leite, professor adjunto de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade do Ceará, e pelo médico geriatra João Macedo Coelho Filho, da mesma universidade.

  • Estrada de Damasco

    Diário da Manhã (GO), em 14/10/2010

    Doutores da alma humana garantiram que nunca é tarde para a conversão súbita. O caso mais famoso foi o de Saul de Tarso, que caiu literalmente do cavalo na estrada de Damasco e se transformou em são Paulo, apóstolo dos gentios e nome de um Estado da Federação brasileira.

  • Quem somos nós?

    Diário da Manhã (GO), em 14/10/2010

    “Se eu não estiver a meu favor, quem estará? Se eu não estiver a favor dos outros, quem sou eu ? E se eu não estou agora, quando estarei?” Isso afirmou o Rabi Hielel, no século 12 e é atualíssimo.

  • Depois da luta

    Diário da Manhã (GO), em 12/10/2010

    Antes de começar o debate, a movimentação no estúdio da Bandeirantes parecia os preparativos para uma luta de boxe, os contendores em cada canto, os treinadores dando as últimas instruções, a contagem do tempo e, nos intervalos de cada round, a entrada no ringue dos segundos, aqueles caras que levam toalhas e baldes para a recuperação dos estragos.

  • Entre o Brasil arcaico e o novo

    Diário da Manhã (GO), em 12/10/2010

    A última decisão do Supremo Tribunal Federal, em que houve empate no assunto fundamental, que foi o das “fichas limpas” dos políticos, revelou-se o confronto cioso entre o Brasil velho, patrimonial, arcaico e o Brasil jovem, aberto ao mais arejados horizontes.

  • Explicando Deus

    Diário de Pernambuco, em 11/10/2010

    Não adianta pedir explicações sobre Deus; pode-se escutar palavras bonitas, mas, no fundo, são frases vazias. Da mesma maneira que você pode ler toda uma enciclopédia sobre o amor, e não saber o que é amar.

  • Sapatos do repuxo

    Diário da Manhã (GO), em 11/10/2010

    Não tenho mais domingo igual àquela pedra imensa, o rio anda com sapatos do repuxo, as palavras ainda são rápidas como peixes. As fábulas pulam verdes, iguais às rãs. E encostado numa árvore, já não arrolo nada e começo devagar a morrer, mesmo que a infância nunca morra. Nem envelhece jamais. Porque não conta tempo, conta luz. Tinha um cão que saía da infância e se chamava “Lex” efeneceu sem latir artigo algum. Deitou-se azul e foi sumindo. E ficou uma mancha celeste, onde as comitivas das formigas se reúnem.

  • Renovação da Língua (2)

    O Dia (RJ), em 10/10/2010

    Os termos e locuções de fontes estrangeiras eram trazidos por pessoas que sabiam os idiomas, ou que tinham sobre eles alguma informação de pronúncia e grafia; por isso, se vestiam com as feições originárias. Admitidos na linguagem diária, muitos desses estrangeirismos mais usados podiam ser acomodados à pronúncia e grafia do português, que os recebia; aportuguesavam-se, apesar da crítica de juízes mais exigentes.

  • Saúde & comunicação

    Correio Braziliense, em 24/08/2010

    Recentemente, um novo índice de valores humanos foi divulgado pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Trata-se do IVH (Índice de Valores Humanos), que abrange três áreas, trabalho, saúde e educação. Para avaliá-las, foram entrevistas 2.002 pessoas em 24 estados. Emergiu daí uma classificação para as três áreas, sob forma de uma “nota” que varia de zero a 1, sendo 1 o melhor resultado. O Brasil tem um IVH de 0,59. Houve uma variação por área no que se refere ao trabalho, o resultado foi de 0,79. Na educação, o índice foi de 0,54, e na saúde, em 0,45. Na avaliação desta última área, considerou-se o tempo de espera para atendimento médico ou hospitalar, o interesse da equipe de saúde tal como percebido pelo paciente e o grau de compreensão da linguagem usada pelos profissionais de saúde. Houve variações regionais importantes; assim, no Norte o índice de satisfação com a saúde foi um precário 0,31. Dos habitantes da região, 67% rotulam como demorada a espera para receber atendimento de saúde e 64% dizem ter dificuldades para entender a linguagem utilizada pelos profissionais da saúde.