
O encontro com o livro pode ser uma festa
“O clima é descontraído, há música, há lugares para comer (a nutrição espiritual funciona muito melhor quando se acompanha da nutrição física)”
“O clima é descontraído, há música, há lugares para comer (a nutrição espiritual funciona muito melhor quando se acompanha da nutrição física)”
Nos meus tempos de redator, recebi o texto de um repórter sobre Tom Jobim. O texto era bom e foi aprovado com as inevitáveis pinceladas de quem o editou. Mas eu fiquei no meu canto, aterrado, não pelo texto em si, que nada tem de aterrorizante, mas pelo que Tom disse ou deixou que o repórter dissesse por ele.
Volta e meia sinto vontade de repetir um assunto que me ocupa e preocupa. A falência das mensagens de paz e amor que nasceram nos anos 60, explodiram no movimento hippie e se sofisticaram nas muitas e suspeitas transas orientais.
Tempo houve em que um cronista sem assunto era mais ou menos obrigatório, foi talvez a era de ouro do gênero. O cara abria a janela, olhava o mundo e a vida, sentava à máquina e escrevia sobre o nada, a falta de assunto. Eram mestres nessa nobilíssima arte. Hoje, com a inflação de assuntos, as crônicas já não se fazem como antigamente.
Toda vez que chego a Coimbra enxergo em tudo “um paixão e um selo resistência... uma alma de muralha”. Penso nos tantos brasileiros que ali estudaram, próceres da pátria, confrades e patronos de cadeiras da Academia Brasileira, brasileiros distinguidos com doutoramento e portugueses muito vinculados a nós e vejo o desfile deles todos na minha cabeça.
Sou um pernambucano arretado e apaixonado pela terra de Machado de Assis. Ao ser eleito presidente da carioquíssima Academia Brasileira de Letras, meu primeiro pensamento foi o de que os talentos do Nordeste – eu também mereci esta “colher de chá” – sempre mereceram acolhida aqui. A cidade representa uma plataforma permanente de lançamento dos meus conterrâneos.
Pior do que o período pré-eleitoral, em que se oferecem prognósticos e diagnósticos de tudo, só as longas fases de transição
Terá a palavra uma existência própria, independente da idéia? Um poeta, amoroso de seu instrumento, diria que sim. E teria a seu favor uma opinião muito antiga, de Dionísio de Helicarnaso, que afirmou ser a linguagem "alguma coisa de exterior à paixão ou à idéia que nela se manifestem, e como coisa que pode ser manejada à parte e ter beleza própria, independente do pensamento".
As formas de violência, na sociedade dos nossos dias, apresentam aspectos múltiplos. Lembramos os fatos do cotidiano – e a comprovação é mais que evidente. Por exemplo, o alto índice de abandono das escolas de nível médio pela troca por um possível emprego, mesmo que seja precário. Estudos da PUC e da UFRJ comprovam que o atraso escolar no morro é 34% maior do que no asfalto. Uma das razões mais plausíveis pode estar na economia interna da favela (1,8 milhão de habitantes do Rio), que favorece a absorção de mão-de-obra em atividades de menor exigência educacional. Reclama-se também da pouca participação dos pais no processo ensino-aprendizagem.
Publicada em 31/10/2006
Publicada em 31/10/2006
Publicada em 30/10/2006
Publicada em 30/10/2006
Publicada em 30/10/2006
Publicada em 30/10/2006