Um lugar perigoso
O assédio e a violência sexual ainda são absolvidos pela cultura, mesmo quando proibidos pela lei.
O assédio e a violência sexual ainda são absolvidos pela cultura, mesmo quando proibidos pela lei.
Pelo jeitão que as alianças políticas para a eleição de 2018 estão tomando, dificilmente veremos uma renovação profunda dos quadros políticos nacionais, por mais que essa seja a vontade do cidadão comum.
‘Se estou errado que me provem’, desafiou o ministro. Quem sou eu para contestar um jurista como ele, mas sempre soube que o ônus da prova cabe a quem acusa. Ou não?.
Dois fatos desta semana mostram como o governo de Michel Temer está paralisado, impossibilitado de assumir posições mínimas de coordenação política devido aos imensos passivos que assumiu para se livrar das acusações da Procuradoria-Geral da República.
A luz amarela que o prefeito de São Paulo João Dória acendeu depois da primeira pesquisa Ibope para a presidência da República em 2018 indica que a possibilidade de uma polarização entre Jair Bolsonaro e Lula assusta, ou deveria assustar, as demais forças políticas que começam a se organizar para a disputa.
Mal se notam em Friburgo os efeitos da catástrofe. Visíveis são os sinais positivos das atividades baseadas na indústria, principalmente nos setores metal-mecânico e têxtil.
Impressiona o nível estarrecedor do debate estético, promovido pela polícia teológica do Congresso, porta-vozes da vanguarda do mais puro retrocesso. A resposta precisa ser dura e por vias judiciárias, porque o protofascismo em que vão imersos não conhece limites. Merecem igual atenção por parte da sociologia e da psiquiatria. Não seria tampouco inútil indagar a tímida presença da arte nas escolas. É um imperativo categórico recuperá-la para a cidadania.
Como dizia aquele alemão barbudo (como o ex-ministro do STF Eros Grau se referiu a Marx certa vez), a história se repete como farsa. Caminhamos para uma eleição presidencial tão radicalizada quanto a de 1989, a primeira direta após o regime militar, que terminou em tragédia com o impeachment de Collor. Só que com tons e nuances diferentes.
As decisões do Tribunal Federal de Recursos da 4ª Região chamam a atenção pelo rigor que sua 8ª Turma utiliza na reavaliação das condenações em primeira instância dos casos da Operação Lava Jato, mas também dão margem a esperanças por terem absolvido em duas ocasiões o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, depois de condenado pelo juiz Sérgio Moro.
Os últimos dias mostraram a entrada em cena de Hillary, na mobilização do Partido Democrata, frente ao desgoverno de Trump. No mesmo cenário, e ineditamente, reuniram-se os ex-presidentes americanos, com o alerta contra a crescente violação dos direitos humanos pelo atual presidente, trazida à Suprema Corte. Seu apoio popular míngua na imprevisibilidade da sua iniciativa do dia seguinte.
Às vezes, nos grandes centros, a gente perde a noção de quanto o Brasil profundo é capaz de fazer, a nos dar alento e vigor.
“O que coloca em perigo a sociedade não é a corrupção de alguns, é o relaxamento de todos”. A frase do pensador político e historiador francês do século 19 Alexis de Tocqueville, criador da definição de social democracia na análise das democracias ocidentais modernas, nunca esteve tão em voga quanto hoje, e não apenas na América Latina, que pela primeira vez nos últimos 22 anos colocou o problema da corrupção como o mais importante, segundo a pesquisa do Latinobarômetro divulgada ontem.
Avaliação popular de Temer é inversamente proporcional ao apoio parlamentar, ou seja, as ruas não se reconhecem nos seus representantes.
Não iremos simplesmente copiar a instituição portuguesa. A estrutura deve ser condizente com a realidade brasileira.
Nada mais definidora da homogeneidade moral (lembrando Marcito Moreira Alves) dos antigos companheiros do governo PT/PMDB do que a dança desavergonhada no plenário da Câmara do deputado peemedebista Carlos Marun, festejando a superação da segunda denúncia contra seu correligionário Michel Temer.